A excelência universitária precisa de relevância social

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Estimular a participação cada vez maior da Universidade nas ações e políticas públicas de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) é um das principais metas do Ministério da Saúde. Por isso, as políticas de educação na saúde ganham cada vez mais atenção com estratégias específicas para a integração entre a educação e o trabalho de recursos humanos em saúde. “A teoria, depois da prática, se modifica e a saúde se faz com gente, por isso o profissional da saúde tem que se sensibilizar com o paciente. Como a saúde não é só um bem social, de excelência técnica e científica, mas sim algo que traz divisas e desenvolvimento para o país, a saúde tem que ser encarada como um investimento e não somente como gasto”, analisa a diretora de Gestão da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad.
Atualmente e constitucionalmente cabe ao SUS ordenar a formação de Recursos Humanos e Saúde. “A educação permanente, por exemplo, não é só questão de realizar cursos, ela vai muito além, atinge também a gestão no processo de trabalho. É necessário não somente capacitar o profissional da saúde, mas também elevar o seu nível de escolaridade, para que esse profissional ganhe autonomia de aprendizado”, afirma. Para ela, a educação superior em saúde precisa sempre de ações conjuntas entre os ministérios da Saúde e o da Educação. Para isso, foi criada uma comissão assessora e interministerial de gestão em educação na saúde.
Ana Estela esteve em Ribeirão Preto, na semana passada, a convite da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFRP) para fazer a palestra "Perspectivas e mudanças na formação profissional para a consolidação do SUS". Na ocasião, ela apresentou os programas do Ministério voltados para a política de Educação em Saúde como o Pró-Saúde e o Pet-Saúde, que já está com edital aberto.
A diretora lembrou da importância do Programa Saúde da Família na consolidação do SUS e da necessidade da formação profissional em saúde ser ampliada também para ambiente externos à Universidade e ao hospital, além do conhecimento do processo de gestão por parte dos alunos. “A formação do profissional deve estar voltada também para acompanhar o ritmo acelerado da evolução do conhecimento, as mudanças do processo de trabalho em saúde, as transformações demográficas e epidemiológicas. É necessária também a reorientação das pesquisas para a ênfase nas necessidades da comunidade, organização e financiamento do sistema de saúde, experimentação de novos modelos de intervenção, incorporação de novas tecnologias e desenvolvimento de indicadores para o monitoramento da  resoluções da atenção à saúde prestada à população”, analisa. A cobertura da Estratégia de Saúde da Família, explicou, teve desempenho melhor em regiões mais carentes. “Nesses locais há uma boa cobertura da Estratégia de Saúde da família e os problemas de saúde mais prevalentes são resolvidos na atenção básica, as equipes criam vínculo com a população atendida, recebem acompanhamento longitudinal, são referenciadas para o especialista quando necessário, e um atendimento humanizado”, conclui.