Infinitas possibilidades de cuidar em liberdade

13 votos

raps1.jpg

Numa tarde ensolarada deste Novembro Azul, a Rede de Atenção Psicossocial de Joinville, reuniu-se no Parque da Cidade, para celebrar as "Infinitas Possibilidades de Cuidar em Liberdade"

Ainda em Outubro eu perguntei para a Ana Lúcia (Coordenadora do CAPS III Dê-Lírios) qual seria a Comemoração do Dia Mundial da Saúde Mental (10/10) e ela me disse que não haveria nada naquela data e sim em Novembro, eu estranhei um pouco e pensei que poderiam deixar passar batido nosso dia, pois tantas coisas já mudaram na cidade das flores de uns tempos pra cá…

raps2.jpg

 

Quando eu ouvi o nome da atividade " Infinitas Formas de Cuidar em Liberdade" o primeiro pensamento que veio em minha mente foi, " Não somos bandidos!'' porque aqui em SC está sendo veiculado na TV uma campanha que visa a inclusão de ex-detentos no mercado de trabalho.

Depois eu me dei conta de que as "infinitas formas de cuidar em liberdade" fazem todo o sentido, porque um Manicômio não é diferente de uma penitenciária, e de certa forma precisamos ganhar sempre a liberdade…

A liberdade da miséria… sim pois muitos ainda estão amarrados nas camisas de força dos sistemas de benefícios, perícias e programas de transferência de renda.

A liberdade de agir e pensar por si mesmo… pois muitas vezes a medicação tira qualquer possibilidade de movimento e raciocínio, e quando o problema não é o remédio tem sempre alguém "normal" por perto para dizer o que pode e o que não podemos.

A liberdade de viver em sociedade e poder trabalhar, estudar, dirigir, namorar e ir pra balada como todo mundo faz, receber alta de um CAPS e não sucumbir ao CAOS da solidão e isolamento.

A liberdade de poder sorrir e chorar, de ficar triste ou feliz e até gritar algumas vezes como é "normal" sem ninguém pensar que você tá surtando, ciclando e etc… pois quem fala a VERDADE de vez em quando também é considerado louco.

raps3.jpg

Mais do que um dia festivo ou diferente, As infinitas formas de cuidar em liberdade, comprovam que é possível vencer o sofrimento psíquico, mesmo que seja por um momento numa tarde ensolarada no parque da cidade.

raps4.jpg