Resumo da Cartilha Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência

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    Acompanhando o percurso histórico do Sistema Único de Saúde é possível observar que diversos problemas que existiam anteriormente, persistem a continuar nos até os dias atuais, em decorrência desta, são criadas formas de aperfeiçoamento desse sistema na busca por melhores resultados, e a mudança na prática do acolhimento aos usuários e trabalhadores é um desafio posto em busca de melhores condições de produzir e receber saúde.
    A visão atual de acolhimento nas relações de trabalho contribui na relação de confiança e comprometimento das equipes e dos serviços ofertados, na união entre trabalhadores, gestores e usuários do SUS. Anteriormente o acolhimento é voltado para prática voluntária sendo vista como favor de alguns profissionais, vista também como uma triagem dos pacientes que deverão ser atendidos naquele momento.
    O acolhimento não é somente o problema da recepção na porta de entrada, ele deve ser visto como processo de produção de saúde em qualquer ação no serviço de saúde, ou seja, é acolher algo ou alguém num processo de inclusão de acolher e se sentir acolhido. O acolhimento é uma das principais diretrizes da Política Nacional de Humanização e para dissemina-la é preciso ocorrer a articulação com outras diretrizes em busca dessa mudança como Clínica Ampliada, Cogestão, Ambiência, Valorização do Trabalho em Saúde.
     As práticas em torno do acolhimento vêm sendo cada vez piores devido ao individualismo e uma série de fatores que visão somente interesses singulares de cada um e não no coletivo. Desse modo, temos como desafio reativar em nossa prática nossa capacidade de cuidar tendo como princípios norteadores: O coletivo como plano de produção da vida; O cotidiano como plano ao mesmo tempo de reprodução, de experimentação e de invenção de modos de vida; e a Indissociabilidade entre o modo de nos produzirmos como sujeitos e os modos de estarmos nos “verbos da vida” (trabalhar, viver, amar, sentir, produzir saúde, etc.).  (Acolhimento e Classificação de Risco nos Serviços de Urgência/Ministério da Saúde, 2012).
   O desafio então é colocar em prática esses princípios e os próprios princípios do SUS e da PNH voltados para a universalidade/equidade devendo ser o acolhimento entendido na saúde como diretriz ético/estético/política. Ético voltado ao compromisso, estético no que se refere a invenção de estratégias e política voltado para o compromisso com o coletivo. O acolhimento é uma diretriz que implica no compartilhamento de saberes e angústias, sendo diferente da triagem que acaba na recepção, mas deve ser levado para todos os locais e momentos dentro da instituição de saúde.
    O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética; não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, mas o compartilhamento de saberes angústias e invenções.

      Implementar o acolhimento portanto é colocar em ação práticas que não vem dando certo na atuação diária, ou seja, uma revisão cotidiana das práticas de atenção e gestão estabelecidas nas unidades de saúde, com capacidade para acolher, escutar e dar respostas aos usuários que dos serviços necessitarem, procurando também orientar os usuários e as famílias na busca de outros serviços de saúde existindo assim a articulação com esses serviços atuando com responsabilidade e procurando dar resolutividade em busca da eficiência nos serviços de saúde em busca de um SUS que é nosso e que dá certo.