A Lógica Fundamental das Redes de Atenção à Saúde

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      As redes de atenção à saúde são organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa e de forma humanizada -, e com responsabilidades sanitárias e econômicas por esta população (MENDES, 2009). Para entender a resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam ser ressaltados: economia de escala, qualidade e acesso. A situação ótima nas redes de atenção à saúde é dada pela sincronia desses fundamentos.

      As economias de escala ocorrem quando os custos médios de longo prazo diminuem, à medida em que aumenta o volume das atividades e os custos fixos se distribuem por um maior número dessas atividades, sendo o longo prazo um período de tempo suficiente para que todos os insumos sejam variáveis.

      Para a definição de acesso,  Donabedian (1973), o acesso, tomado como acessibilidade aos serviços de saúde, é a capacidade de um sistema de atenção à saúde responder às necessidades de saúde de uma população. O autor distinguiu dois tipos de acessibilidade: a sócio-organizacional, que inclui características da oferta de serviços, e a geográfica que se relaciona ao espaço e que pode ser medida pela distância e tempo de locomoção, custos de transporte etc. Penchansky e Thomas (1981) definiram o acesso como o ajuste entre as pessoas usuárias e os sistemas de atenção à saúde e identificaram várias dimensões do acesso: a disponibilidade dos serviços; a acessibilidade geográfica; o grau de acolhimento; a capacidade de compra das pessoas usuárias; a Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde 74 aceitabilidade recíproca entre os profissionais de saúde e as pessoas usuárias. Existindo entre muitas outras definições.

      Um dos objetivos fundamentais dos sistemas de atenção à saúde é a qualidade. Os serviços de saúde têm qualidade quando são prestados em consonância com padrões ótimos redefinidos; são submetidos a medidas de performance nos níveis de estrutura, processos e resultados; são ofertados para atender às necessidades das pessoas; implicam programas de controle de qualidade; são ofertados em tempo oportuno; são seguros para os profissionais de saúde e para as pessoas usuárias; fazem-se de forma humanizada; satisfazem as expectativas das pessoas usuárias; e são equitativos (INSTITUTE OF MEDICINE, 2001; DLUGACZ et al., 2004).

Os serviços de saúde têm qualidade quando:

 . são efetivos;

. são eficientes;

 . são submetidos a medidas de performance nos níveis da estrutura, dos processos e dos resultados;

. são seguros para os profissionais de saúde e para os usuários;

. são ofertados para atender às necessidades dos usuários;

. Fazem-se de forma humanizada;

 

 

 

Links e referências:        

https://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php

https://www.conass.org.br/pdf/Redes_de_Atencao.pdf

https://www.saude.am.gov.br/docs/oficina_aps/Aula2_Os_Fundamentos_de_Contrucao_de_Redes.pdf

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Belo Horizonte: Escola de Saúde Pública de Minas Gerais; 2009

DONABEDIAN, A. – Aspects of medical care administration. Boston, Harvard University Press, 1973.

Penchanky R., Thomas JW. T concept of access: definition and relationship to consumer satisfaction. Med Cre. 1981 Feb; 19
(2): 127-40.