Descrição
O presente artigo refere-se à construção coletiva realizada a partir da Pesquisa Multicêntrica sobre Formação em Humanização do SUS. Trata-se de uma produção e construção de consensos sobre as diferentes formas de interpretação da superfamília “ampliação da capacidade de análise”. Tem-se como percurso metodológico a constituição de relatórios analíticos advindos de quatro fontes: Planos de Intervenção construídos à época dos cursos de Formação oferecidos em três estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) pelos apoiadores institucionais em formação; questionários respondidos via Form-SUS pelos apoiadores já formados após quatro anos de encerramento do curso; dados e análises produzidos pelos apoiadores em grupos focais e entrevistas, realizados como etapa final da pesquisa nos três estados. Assim, considerando o referencial metodológico inclusivo, tanto dos cursos, como da pesquisa que os avaliaram, os participantes da pesquisa (egressos dos referidos cursos de formação) não só produziram os dados, mas passaram a exercer o papel ativo de pesquisadores/debatedores ao “estranharem” as análises parciais. Dessa forma, o artigo abordou a capacidade de análise de demanda exigida dos apoiadores diante de seus territórios de atuação e a relação dessa capacidade com conceitos e elementos da Análise Institucional, sublinhando a indissociabilidade entre emergência das demandas e o exercício de se colocar junto ao outro e seus interesses. Concluiu-se que a metodologia proposta pelo curso permitiu que os apoiadores em formação estimulassem e desenvolvessem uma capacidade crítica sobre o seu fazer; porém, percebeu-se que a ampliação de tal capacidade analítica, muitas vezes, permaneceu adstrita ao apoiador, sem o contágio dos demais trabalhadores nos territórios. Viu-se também que o curso e o marco político da PNH podem instrumentalizar os apoiadores, promovendo o empoderamento, a partir de suas análises, essencial à realização das intervenções.