Descrição
A partir de um recorte da pesquisa Formação em Humanização do SUS: Avaliação dos efeitos dos processos de formação de apoiadores institucionais na produção de saúde nos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, o presente artigo visa mostrar uma análise acerca da temática da “Cogestão” e “Inclusão” em três cursos de formação para apoiadores da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (PNH), realizados entre os anos de 2008 e 2010. Trata-se de uma pesquisa avaliativa participativa de quarta geração, qualitativa e de caráter institucional multicêntrico, desenvolvida entre os anos 2011 e 2014. A coleta de dados deu-se em três etapas: análise documental dos Planos de Intervenção (PIs) produzidos pelos apoiadores ao final do curso; aplicação de questionários eletrônicos e entrevistas e grupos focais com os apoiadores. No processo de análise dos dados, evidenciou-se a categoria exercício da cogestão-inclusão experimentada no processo formativo da PNH cujo objetivo foi compreender o modo como ocorreram e foram percebidos os processos de Cogestão e Inclusão durante e após o processo de formação, para os apoiadores. Os resultados indicaram que os cursos propiciaram disparar reflexões sobre a importância da cogestão e da inclusão no cotidiano de trabalho, entretanto sem que os apoiadores conseguissem avançar para mudanças significativas nos modos de gestão, entendendo que a cogestão e a inclusão são modos de valorização dos sujeitos. A figura do gestor é citada, em diversos momentos, como importante ator no processo, sendo associado tanto ao avanço quanto ao retrocesso. Houve movimento interno das equipes, onde as reuniões de discussão de casos foram apontadas como momento de encontro e discussão. Conclui-se que não houve mudança significativa nos modos de gestão nos territórios dos apoiadores e que a inclusão foi realizada de forma frágil e ainda projetada para o futuro.