Rosto e Multidão
Rosto e Multidão
Por que este silêncio tímido?
Será que só falaremos
Ao vazio dos muitos rostos
Atados à esperança
De que apenas assim
Mudaremos o mundo?
No meio da multidão
Só podemos saber
Do sal das lágrimas
Quando beijamos as faces
Engolfados na manifestação
Sentimos a coragem em vôos infinitos
Quando podemos ver quem grita
As palavras de ordem
Só podemos entender algo da fome
Quando abandonamos o manual
De economia política
E vemos a pele de alguém
Espremendo o osso
A sociedade e a praxis
São meras abstrações
Ao nos depararmos
Com o ranger de dentes
A sociedade não existe…
Tem vida o homem que padece
A classe social é imaginação
Existe quem morre devagar
Percebemos esta singela verdade
Ao notar que a multidão
Não existe sem pessoas
No meio delas verei teus olhos
Te contarei histórias
Construiremos as profecias
Que juntos vamos realizar
Perderam-se os homens
No vazio da massa
Acham-se pessoas
Na plenitude das massas
Erasmo Ruiz
Por patrinutri
Coletivo que congrega.
Plural que conjuga a dor e a delícia.
Fazer impregnado de desejo e ideal.
Poesia que se compõe sozinha,
quase um hino entoado no compartilhar.
Arte, ar, respirar, sorver o ar.
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Beijos
Patrícia S. C. Silva
BLUMENAU SC