E se a Redução de Danos fosse uma diretriz da PNH?
E se a noção de que cidadania faz bem à saúde fosse estendida às pessoas que usam drogas? E se investíssemos na livre organização de pessoas que usam drogas?
E se levássemos realmente à sério a idéia de que as pessoas que usam drogas devem participar da elaboração e fiscalização das políticas elaboradas justamente para elas?
E se compreendêssemos, de uma vez por todas, que o extermínio de pessoas que usam crack não deve ser considerado como algo normal,aceitável? E se entedêssemos o papel do "dispositivo droga" no genocídio de jovens homens negros e pobres, bem como no domínio yanke em terras colombianas, ou no domínio policial das favelas?
E se realmente acreditássemos que os CAPSad devem investir numa clínica psicossocial? E se nos rebelássemos contra a noção de que as pessoas de quem cuidamos sofrem de uma "doença" com o bizzaro nome de "dependência química"?
E se nos caísse a ficha de que não há a menor possibilidade de enfrentar a dependência "química" com uma clínica "psicossocial"?
E se aceitássemos o desafio de construir uma clínica "COM" as pessoas que usam álcool e outras drogas, ao invés de uma "clínica das toxicomanias", construída "PARA" os "toxicômanos"?
E se a Redução de Danos fosse considerada como uma diretriz da Política Nacional de Humanização?
Perguntas ao pé do ouvido, em tempos de preparação para a IV Conferência Nacional de Saúde mental – Intersetorial.
[ ]s
Dênis
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Dênis, meu querido,
Nem te conheço, mas falo carinhosamente "meu querido" pq tudo o que vc escreve abre em nós um canal de potência. Já escrevi em outro momento que vc é um intercessor.
Essa forma de teu último post me lembrou as aulas da Regina e Eduardo Passos. Sonhar, imaginar…maneiras de contrair o futuro, ou um futuro. Maneiras de "puxar" para o presente um modo de viver potente e portanto atualizar um devir.
grande beijo
Iza