I CURSO DE FORMAÇÃO DE APOIADORES DA PNH NO ESTADO DO PI: UMA EXPERIÊNCIA EM CONSTRUÇÃO
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Foi realizado em Teresina nos dias 29 e 30 de abril de 2010 o I curso de formação de apoiadores da PNH no Estado do PI, com a participação de 50 alunos de vários municípios do Estado. O curso faz parte da estratégia de formação de apoiadores da PNH no PI, como parte do planejamento estratégico de desenvolvimento da humanização nos territórios do SUS local. A PNH vem num processo de fortalecimento e difusão crescentes neste estado.O curso visa formar apoiadores da PNH para o Estado do Piauí, capazes de compreender a dinâmica da produção do processo saúde-doença-atenção e de modificar as formas tradicionais de organização dos serviços, dos processos e das relações de trabalho em saúde, introduzindo inovações nas práticas gerenciais e nas práticas de saúde em consonância com a PNH. A abertura dos trabalhos contou com a presença de Dario Pasche, coordenador nacional da PNH, Amariles Borba, representando o Presidente da Fundação Municipal de Saúde, Ana Maria Eulalio, coordenadora da PNH do estado do PI e representante do Secretário Estadual de Saúde, Janaina, Diretora da Escola de Governo e Francisco Passos, Diretor Geral da Maternidade Dona Evangelina Rosa. Neste módulo inicial, o Secretário Estadual da Saúde compareceu e firmou compromisso com os projetos a serem desenvolvidos pelos alunos, propondo um seminário no final onde seriam apresentados os processos, demandas e necessidades. Esta presença foi importante no sentido de pactuar compromissos conjuntos e envolver o gestor, que identifica na humanização uma prioridade de sua gestão. Lucia Vilarinho e Soraya Pessoa, integrantes do coletivo gestor do curso, movimentaram os participantes a partir da música como instrumento de integração e de palavras chaves com características importantes para o trabalho em equipe e processo ensino-aprendizagem: persistência, harmonia, determinação, aprendizado, confiança, compartilhamento, ousadia, dentre outras. A exibição do filme “Sapateado” finalizou este momento de reflexão do que cada participante e aquele coletivo dispunha ao encontro de aprender fazendo em equipe, motor indispensável para a formação-intervenção em humanização.
A partir de reflexões ancoradas em vivências do SUS e do cotidiano das práticas de saúde e dos processos de formação, Dario Pasche provoca o grupo a pensar sobre o conceito de humanização na PNH, chamando atenção para os processos de complexidade e diversidades humanos, alguns elementos necessários na prática do cuidado, como o respeito ao legítimo outro, a solidariedade. Para ele “o desafio da humanização, não é tratar de humanizar humanos, mas sim enfrentar, lidar e alterar relações de poder, trabalho e afeto”. Tratou ainda do método da PNH, das diretrizes e dispositivos. Além disso, o coordenador tratou da importância e procedimentos do método da roda, sobre os processos de formação-intervenção na Política de Humanização: “Formar é intervir, experimentar, para mudar no processo da formação. Cada pessoa tem seu saber, sua potência. Não se treina as pessoas, mas lhe oferece condição para a construção do fazer. Também não se capacita, pois assim daríamos a entender que o outro não sabe”. Francisco Passos constrói uma retrospectiva histórica da saúde pública situada no contexto internacional e nacional, destacando a importância da estratégia de saúde da família e promoção da saúde. José Ivo abordou o tema: Política de saúde: saúde como direito e o SUS como conquista, estabelecendo relações entre a PNH e os processos históricos no SUS. Um grupo de 11 apoiadores pedagógicos farão o acompanhamento dos aprendizes em seu processo de formação. As tarefas de dispersão consta de um olhar reflexivo sobre a realidade do cotidiano de trabalho à luz dos referenciais, diretrizes e dispositivos da PNH que deverá ser apresentado em sala de aula, experimentação da roda de conversa e leituras de textos com elaboração de síntese com os principais elementos chaves destacados da leitura. O processo de construção do curso tem sido um aprendizado contínuo e exercício de grupalidade, o grupo gestor do curso se reúne a cada passo dos módulos e durante todo o processo visando avaliação, planejamento e construção de acordos. A CTH-F está em reunião com o este coletivo no dia 13 de maio para avaliação deste primeiro módulo e compartilhamento de experiências, construção de arranjos e planejamento. As falas dos participantes na íntegra, declaram suas impressões do curso:
Que bom:Nova vivência.Ouvir os palestrantes.Participar de uma discussão tão rica que só nos traz a refletir sobre uma realidade que se apresenta no nosso dia-a-dia e que pode ser mudada com uma mudança de atitude.Que os facilitadores foram ótimos na exposição dos temas.Facilitadores de excelente nível de conhecimento, conteúdos apropriados com a proposta, local, material didático. Que fui escolhida para participar desse curso, pois tive oportunidade de refletir sobre pontos fundamentais do SUS que queremos e das dificuldades.Que a iniciativa de desenvolvimento do curso foi efetivada.Que eu pude aprender mais.A aprendizagem foi reforçada; compartilhar com apoiadores de alto nível; motivam outras pessoas para inclusão no PNH.Estar nesta roda, trocando e construindo informações atuais para levar na prática profissional.Que este curso está acontecendo, que eu estou participando, que temos oportunidade de promover mudanças no local de trabalho.Termos a chance de receber esta semente, a responsabilidade para regá-la, para que a mesma venha a se tornar um grande fruto.Foi maravilhoso, muito proveitoso, muitas informações.Primeiro dia, o acolhimento, a palestra do Dario, que levantou mesmo a participação. O material entregue, muito proveitoso, coisa que a gente não vê nos outros cursos. Que enriqueci meus conhecimentos.A oportunidade de agir e interagir com ótimos consultores.Estar participando desse momento.Que estamos tendo a oportunidade de discutir e buscar formas de viver melhor.Correspondem aos objetivos propostos. Supera a minha expectativa, as discussões do segundo dia, para nível dos palestrantes.O José Ivo e nós todos. O lanche e o almoço.As discussões foram ricas e bem profundas em relação ao tema “Humanização”, foi um novo olhar, se algum dia a PNH foi filosofia, após esse primeiro encontro, ficou claro que ela é real.Que está acontecendo esse momento para abrir nossas mentes para uma nova realidade sobre o SUS.Adorei os expositores. Foi muito empolgante. Nem o sonho devido o plantão atrapalhou. O local foi ótimo. O lanche e almoço no local foi providencial, além de muito gostoso. Material didático excelente.Que as falas embasadas participativas e contextualizadas com a proposta do curso.Boa a participação do Dário, José Ivo, foi valido para esclarecer dúvidas ou incertezas.Aprender, compartilhar saberes, experiências é sempre muito bom. hoje, especialmente foi prazeroso com os expositores que aqui estiveram.Que conheci um pouco a Política Nacional de Humanização.O curso em si. A temática, a urgência e a necessidade dessa discussão.Poder participar do curso e aprender mais sobre a PNH.Que este curso chegou na hora certa.Que eu vivenciei este momento.Estar participando deste 1º módulo, da motivação que tive nas falas dos palestrantes, pelos conhecimentos aprendidos.Forma de apresentação do curso, palestrantes, local.Ter tido a oportunidade de, nestes dois dias, ouvir palestrantes tão conceituados como Dr. Ivo.As formas de condução das falas nas rodas, os coordenadores dos cursos, as temáticas abordadas.
Que tal:Manter a dinâmica.Organizar melhor o tempo.Começar na hora e terminar na hora.Que o próximo módulo tenha alguma dinâmica de relaxamento.Começar sem grandes atrasos.Ter mais dinâmicas de humanização.Tentarmos nos comunicar nesse intervalo do próximo curso.Convidarmos o grupo a diálogos mais subjetivos.Começar no horário.Melhorar a pontualidade dos aprendizes.Avaliar-me bem para não decepcionar-me.Dinâmica “dança circular” nos próximos encontros; criar alguma forma de nos comunicarmos on-line.Que fosse mais tempo.Ficaram algumas interrogações, que com o passar do tempo…..Mais dinâmicas para não deixar o povo dormir.Reproduzirmos este aprendizado no nosso trabalho.Socializarmos de forma interventiva toda esta proposta.Trazer temas mais voltados par a gestão? É que ficam inúmeras interrogações sobre o que e como fazer para envolver os gestores.Começar e terminar no horário.Dar-mos, a mais pessoas, a oportunidade de crescer e aprender mais sobre o SUS?Manter o nível. Trazer pessoas que nos faça, cada vez mais, se apaixonar pela PNH.Sermos mais pontual e circular mais a palavra.Se a interação, digo, a ligação com os apoiadores fosse mais firme, concreta. Fluísse de maneira amigável.Aguardar os próximos módulos.Que o tempo fosse maior, pois às vezes é muito cansativo.Diminuir ou acabar com o que foi dito em “Que pena”.No próximo chamar gestores para participar.Colocarmos esta temática de forma menos cansativa para que possamos absorver melhor.Fazer dinâmicas no próximo módulo. Ex. danças, exercícios.Melhorar as discussões ou continuar como foi (demais).Destruir a política de “atraso cultural”.
Que pena:Não poder ter conhecido todo mundo, trocado experiências.Que todos os atores que se encontram nos hospitais, prestando serviço à população, não estejam aqui.Que alguns assuntos ficaram a desejar pela questão do tempo, poderíamos aprender mais.Atrasos, dispersão de alguns participantes.Que acabou.Que ainda estamos tão frágeis neste contato com nossa intimidade (essencial ao estabelecimento de relações mais autenticas com os usuários).Não encontrei.Já ter terminado este primeiro momento.Que algumas coisas ainda estão sem resposta.O entra e sai das pessoas.Não ter mais participantes da minha unidade.Ainda não consegui os slides.Não poder contemplar a todos que gostariam de participar.Que temos de limitar o tempo para isso.Que quando a roda flui o tempo estoura.Que neste curso não vi a presença de nenhum gestor de hospitais e os médicos não foram convidados.Adorei tudo.Que não pode ser dito a maneira de fazer algo, de inserir os dispositivos.Que estou saindo com uma ansiedade de aplicabilidade da PNH.Pequenos atrasos. A palavra nem sempre girou. Uma mesma pessoa falou muitas vezes e usando muito tempo.Não poder fazer o trabalho em grupo principalmente neste primeiro momento.Que este curso deveria ter mais vagas para os servidores e não tem seleção.Que o tempo foi muito curto para abordar tantos temas interessantes.
Por Erasmo Ruiz
Está sendo maravilhoso participar desse processo. É fantástico perceber olho no olho a vontade das pessoas em querer mudar o cotidiano. É um momento raro quando podemos ver os anúncios do atrevimento da utopia, quando ela ensaia em ser uma nova realidade. Humanizar é transformar!
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