18 de Maio – Belo Horizonte em cores! Dia Nacional da Luta Antimanicomial
18 de Maio – Dia Nacional da Luta Antimanicomial – Belo Horizonte
Com o tema “Solidariedade: Há em ti, Há em mim”, a Escola de
Samba “Liberdade Ainda Que Tan Tan” desfilou mais uma vez no Dia
18 de Maio, em Belo Horizonte, celebrando a Luta Antimanicomial,
com muita cor, alegria, música, dança, afeto e solidariedade! Lindo!
Diversidade de sujeitos, cantando o samba-enredo “TEC TEC
TEC”, que falava de Solidariedade; do Haiti, lembrando que “o Haiti
também é aqui”; da loucura, da liberdade, da dor, da felicidade. E
continuava com a arte, a ditadura da razão, a criança, o balão.
Companheiro Baságlia foi lembrado pela sua luta a favor da
liberdade e dos direitos dos loucos, como nos anuncia o refrão:
Baságlia viu e também anunciou
O bispo pirou e sua arte iluminou
Salve o terremoto a favor da liberdade
Cantemos com toda energia
O manicômio vá prá rima que o pariu.
Lições de Humanização do SUS: Acolhimento, Solidariedade, Cogestão, Participação, Trabalhadores e Usuários unidos por uma causa única: a Defesa da Saúde e da Vida! Tod@sjuntos, cantando e dançando, abraços solidários e libertários! Muita emoção, circulação de afetos, saberes e experiências … Humanizar a Atenção e Gestão da Saúde Mental é isto – derrubar os muros que cercam a loucura, dar passagem à loucura, ao delírio, às alucinações, respeitando e acolhendo as singularidades, as diferenças… Não é preciso dizer muito, o Movimento fala por nós, em cada Ala uma Lição de Humanização!
1ª ALA: “Me empresta tudo que resta que lhe devolvo sonhos de sobra” – Ala da solidariedade – “Convidamos a cidade a participar deste nosso chamado à união e à solidariedade para transformar este cenário de exclusão, que atinge a todos nós, loucos ou não.”
2ª ALA: “Libertar-te da dor, encontrar-te com a cor” – aborda “experiência dos delírios e alucinações, seu lugar para os sujeitos e o acolhimento necessário para as singularidades, aponta a arte como o encontro do ser humano com a possibilidade de expressão, de transformação de si e do mundo”
3ª ALA: “Todas elas cabem no nosso balão” – Ala das crianças e dos adolescentes – “Todas têm Direito a uma vida digna, Direito a se desenvolver plenamente e todas cabem no mundo com suas diferenças.”
4ª ALA: “O balanço da loucura aterremota a ditadura da razão” – Ala dos Movimentos Sociais – “entendidos como as placas tectônicas que se movimentam, e nesse balanço é possível desconstruir algo para provocar o novo”…
5ª ALA: “Que mentira é essa? Quem me tira dessa?” – Ala que procura “denunciar as mentiras travestidas de verdade”, como o Projeto de Lei do Ato Médico, “a falácia de que hospício é um bom lugar de tratamento”; “a mentira da psicocirurgia e do eletrochoque”…
6ª ALA: “Basaglia viu e anunciou, Bispo luziu quando endoidou” – Ala que conta a história da Reforma Psiquiátrica no Brasil, desde que Basaglia, psiquiatra italiano, esteve em Minas Gerais, em 1979, quando os “Porões da Loucura” foram denunciados e os hospícios abertos para toda a sociedade. Nesta época participamos de todo esse movimento, ao lado do Mestre Franco Basaglia, que bravamente nos ajudou a disparar transformações na abordagem da loucura, denunciando o isolamento, a segregação, a opressão, a desumanidade, enfim, a que estavam submetidos aqueles sujeitos humanos, destituídos de direitos e cidadania, tratados como “loucos perigosos”.
É com alegria que celebramos esta história de lutas e conquistas, e sabemos que muitos são os desafios a serem enfrentados, e que a próxima Conferência Nacional de Saúde Mental, que se realizará em junho/2010, contribua para fortalecer e ampliar o nosso Movimento Antimanicomaial: “A Luta Continua!”
Belo Horizonte, 20 de maio de 2010
Ana Rita Castro Trajano
Por jacqueline abrantes gadelha
Ana Rita,
Vejo que aprendeu a inserir as fotos. E ficaram lindas! Quantas cores!
Abre alas para tod@s! Aqui finalizamos hoje a conferência estadual de saúde mental e espero, sinceramente, que estas lutas façam parte do cotidiano, que invadam os microespaços, que ganhem mais e mais forças.
Beijos,
Jacqueline