Humanização e Participação do Sujeitos no Processo do Trabalho

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No II módulo do curso de apoiadores da PNH que aconteceu no Piauí, no último final de semana, foi destaque também para o tema “Qualidade de vida, valorização dos trabalhadores da saúde e a Política Nacional de Humanização, ministrado pela consultora da PNH, Annatália Gomes.
Segundo ela, para que haja melhoria da qualidade das condições de saúde no trabalho são necessários a participação dos sujeitos, o controle autonomia e poder sobre os processos de trabalho; possibilidade dos trabalhadores conhecerem o que os incomoda, os fazem sofrer, adoecer, morrer e acidentar-se articulada a viabilidade de interferir em tal realidade, o que significa ser sujeito. Além da possibilidade de uma gestão participativa.
Annatália ressalta que sem essas possiblidades, falta de autonomia e controle dos trabalhadores, podem ocorrer doenças cardiovasculares, sofrimento mental e acidentes de trabalho.
No âmbito da saúde, ela acredita que várias questões atuais são motivos para reflexão do processo de saúde e doença do “cuidador” como a desvalorização dos trabalhadores de saúde,baixo investimento em qualificação,pouca participação na gestão dos serviços,falta de avaliações coletivas,frágil vínculo com os processos de trabalho e usuários;modelos de gestão centralizados e verticais – trabalhador desapropriado do seu próprio processo de trabalho; além da solidão”.
Ela aponta como saída uma política transversal, já existente e que precisa ser absorvida por todos que é a atuação na humanização. “Autonomia administrativa da gestão da rede de serviços, de maneira a integrar os processos de trabalho e as relações entre os diferentes profissionais, uma mudança nos modos de atenção e gestão”, ressalta.
“A Humanização atua na valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Além de reorganização dos processos e relações de trabalho – transformações nas relações sociais entre os sujeitos – mudança no modelo de gestão”, explica Annatália Gomes.
Ela considera que outros valores devem permear o cotidiano dos trabalhadores da saúde como autonomia e protagonismo dos sujeitos, co-responsabilidade, estabelecimento de vínculos solidários e participação coletiva no processo de gestão.
Para isso, ela aponta vários dispositivos que devem ser colocados em prática como o Programa de Formação em Saúde e Trabalho (PFST) – adaptado do Programa em Saúde, Gênero e Trabalho das escolas públicas; Comunidade Ampliada de Pesquisa – CAP, relação, encontro e diálogo entre o pólo de saberes e o pólo de práticas desenvolvidas no cotidiano; método do fazer/aprendendo, com e no próprio trabalho- processo de formação nos ambientes de trabalho:Compreensão do mundo do trabalho. Tudo isso com a construção de  meios que assegurem melhor qualidade de vida, evitando que o trabalhador adoeça; busca da satisfação do trabalhador, melhoria das condições e do processo de trabalho.