arquitetura como morada do desejo – como criar novos modos de existência nas cidades?
Oca, 2001 São Paulo, SP jato de tinta © Nelson Kon.
A questão trazida pela Liliana sobre o espaço que nos cerca, a partir do post sobre parto humanizado pode se desdobrar num tema mais amplo.
Como seria possível desdobrar outros modos de vida a partir da arquitetura das cidades?
Sampa vai sediar um workshop de arquitetos holandeses em julho. Estes estão especialmente interessados em projetos brasileiros que querem pensar os espaços "vazios", o "entre", o aberto, enfim o PÚBLICO.
O projeto "Baixios do Viaduto", do arquiteto Igor Guatelli, busca pensar as formas de resistência ( e re-existência ) que vão se montando nos espaços públicos, como uma forma de ocupação inusitada. O projeto Garrido, no viaduto do Café, é um exemplo. Ir contra "a proliferação no mundo de territórios a-territoriais, globais, excessivamente organizados, ordenados e higienizados, perfeitos e eficazes, prontos-para-uso e consumo, como a nossa avenida Berrini", segundo Guatelli. "Tentativas de estriamentos imperfeitos, deformados, transgressores, mesmo que momentâneos, de um território hoje continuamente alisado ( processos homogeneizantes e de uniformização ) pelos movimentos de globalização parecem ser um caminho para a Arquitetura".
Delirar em meio aos processos mortíferos de homogeneização? Bela proposta estética para o espaço e para a vida. "Vejo" ecos com nossas discussões sobre a humanização urgente dos modos de vida. Estrias desenhadas pelas diferenças em meio ao alisamento do mundo!!!
Iza
Por Pablo Dias Fortes
Iza, questão fundamental a sua! Me faz pensar também nas mil conexões possíveis entre arte e política, entre beleza e democracia. Ainda precisaremos talvez dos muros para ter que representar, com tinta, a transparência que esperamos deles!
Beijos,
Pablo Dias Fortes