“woodstock filosófico”

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 Queridos amigos da rede,

 

O Colóquio Deleuze ( USP, agosto de 2010 ) foi um "woodstock filosófico", segundo a descrição muito apropriada de Maurício Rocha. Saímos "com a alma lavada e enxaguada" na generosidade de pensamentos de Deleuze, Hume, Espinosa, Leibniz, Bergson e outros…Foi também ele que fez essa piada, como bom carioca, lembrando o grande pensador Odorico Paraguaçu…Ahahahah!

Lembrei de Nietszche nos mostrando que a intervenção dos filósofos equivale ao cuidado médico com a humanidade. Os filósofos seriam os médicos da humanidade. Não como aqueles que falam "sobre", mas como aqueles que criam conceitos vivos e potentes para arrancar os homens de uma condição subalterna. 

O que vimos foi um exercício generoso de encontro alegre. Orlandi, como sp, foi o príncipe da alegria e do afeto. Rimos `as pampas e participamos de uma formulação seríssima do pensamento deleuziano. Em "Hegel e Deleuze: variações a respeito da necessidade da arte", Orlandi nos mostrou como Hegel tornava a arte subordinada `a filosofia e `a ciência. Um tremendo embusteiro! Hegel, não Orlandi. Jamais Orlandi. E como Deleuze vê a arte: lugar de devires e potência do falso. Fonte límpida de produção de vida. Também médicos da humanidade, segundo Nietszche, são os artistas.

E a francesa Anne Sauvagnargues? Falou em francês e nós ENTENDEMOS!!! Puro contágio. Havia algo ali de uma intensidade tal que nos colocou em total sintonia com outra língua! Experimentamos juntos. Fiquei muito emocionada com isso! COMUNIDADE.

Preciso parar por hoje. Mas, continuo contando mais amanhã, meus queridos…

Iza, alma lavada, escovada e enxaguada em afetos quentes