Generalista?

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Semana passada tivemos uma conversa sobre o que é ser generalista com o grupo de alunos e tutores do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Passamos pelo assunto.
Eis que essa semana tropeço com a divulgação da Medicina Hospitalar, para formar o "hospitalista".
Um discurso quase de saúde coletiva, quase de dispositivos de gestão da clínica sobre os quais temos trabalhado, mas dentro do cooporativismo médico.
Segue um texto do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar.

Não dá para dizer que não uma potencialidade aí. Não dá para dizer que de repente através disso não podemos avançar mais com a transversalidade do cuidado nas enfermarias (e reduzir aquela história de a cada dia estar um médico). De toda forma há uns questionamentos bastante importante na minha opinião (feitos a partir do texto linkado acima):

– equipe não é mencionada em nenhum momento. Quem gerencia, quem faz e acontece, pelo texto, é o médico.
– quando se fala em articulação com algum lugar fora da enfermaria, é com o ambulatório. A referência continua sendo o especialista. Será que o SUS passa por aí? Será que se reconhece a Atenção Básica? Será que não é um processo parecido com a instituição do Home Care nos convênios, adotado meramente porque perceberam a grande queda de custos que isso representaria. No texto parece haver um quase desejo de sumiço do SUS. Será?
Lógico que esses dois pontos são coisas plenamente trabalháveis com as equipes. Processual, mas nada imutável, pensando localmente, não estruturalmente…

Outra questão que pega é a da terminalidade de graduação. Esse hospitalista não reforça que para você ser um generalista você precisa ser especialista? O que é então o cara recém-formado? É capaz de trabalhar? De atender? De não "matar pessoas"? (vamos tirar dessa conversa os formados em faculdades muito ruins tá…, uma coisa por vez)

Vou estender a conversa para as outras profissões.
Qual é que é essa do generalista? Parece-me que, por exemplo, para trabalhar na atenção básica você precisa de um cara de atenção básica, ou um generalista, em qualquer categoria profissional. Quem já não teve na equipe aquele enfermeiro que é a pessoa do centro cirúrgico e que de repente está tendo que se a ver com visitas domiciliares? Ou com aquele psicólogo cuja única ferramenta era a consulta individual em consultório? O dentista que só quer atender criança ou só fazer peri?

 

Ficam aí essas provocações para o debate.