Obviedade Cientificamente Comprovada: Morrer em Casa Produz Saúde
Como é que é? Morrer em casa produz saúde? Mas como se a pessoa morreru?
Na verdade, a morte de qualquer ser humano não é algo redutível apenas a sua individualidade. Pelo contrário, impacta de forma decisiva em toda a sua rede social.
Pesquisa realizada pelo Instituto de Câncer Dana-Farber nos Estados Unidos mostra que morrer em hospitais além de comprometer a qualidade de vida dos moribundos, é fator decisivo para determinar maior risco de problemas de saúde entre os parentes e amigos que acompanham o paciente em seu processo de morrer.
Em casa os pacientes receberiam formas de cuidados que aliviariam mais os sintomas estando,portanto,protegidos de condutas médicas que mudem o foco de cuidados paliativos para tratamentos mais agressivos que ofereceriam falsas possibilidades de cura. Assim, podendo morrer de uma forma mais tranquila,o próprio processo do morrer influenciaria as condutas daqueles que ficam.
O estudo mostrou que " apesar de a maioria dos pacientes preferir passar seus últimos dias de vida em casa, quase a metade (44%) acaba morrendo em um hospital. Além disso, 8% das mortes ocorrem na UTI, onde os pacientes são submetidos aos chamados procedimentos desproporcionais.
Durante seis anos, os pesquisadores acompanharam 342 pacientes e algum amigo ou familiar que o acompanhava. Desse total, 19 morreram em UTI e 137 em casa. Após realizar entrevistas antes, durante e depois da morte, os pesquisadores notaram que 21% dos familiares daqueles que morreram na UTI desenvolveram estresse pós-traumático. Por outro lado, esse distúrbio foi notado em apenas 4,4% dos familiares dos pacientes que morreram em casa."
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Por Luciane Régio
Lembro da minha avó aos 92 anos, entre as muitas corridas que fizemos para o hospital (?!) no meio da noite, era como se necessitássemos daquilo, mais por nós mesmos (os familiares), sabe? Uma das últimas vezes, foi às 3:00 da manhã, cheguei antes do médico (muito amigo da família), em pouco menos de dois-três minutos, entre a minha cama (na minha casa – do outro lado da cidade), e a dela! Em seguida, quase 5 minutos depois, o médico chegou, de pijamas! Corremos muito por ela, mas no fundo estava ali um pedido de partida, que não compreendíamos. Meu carro foi a ambulância… Depois de alguns dias, retornou pra casa. Era para ter os cuidados ali, mas outra crise nos levou "outra vez",todos, correndo para o hospital. Mas naquele dia eu soube que seria a última vez. Fui trabalhar e me chamaram no meio da manhã, a foto do post lembra muito a cena. Ficamos, eu e minha irmã, cada uma de um lado da cama do hospital, segurando a mão dela, que estava num olhar perdido, a respiração difícil. Assim, quase duas horas depois ela partiu. Decidimos em família e com o amigo-médico que não faríamos mais intervenção alguma. Foi a morte mais linda que já vi, a da minha avó, que coloriu minha vida de estorinhas infantis. Durante aquelas horas, compartilhei com ela filmes mentais dessas estórias… Um filme que lembra muito da vida compartilhada com nossa avó é a Busca da Terra do Nunca, eu e a Adri assistimos várias vezes depois da morte dela. Hoje, se tivesse que escolher, teria lutado para que ela ficasse em casa, teria colocado os bichinhos de pelúcia dela na cama (ela tinha vários :D)…
Beijão, Lu