O perigo de uma única história…
Apresentamos Chimamanda Adichie em 2 vídeos: uma bela mulher; postura elegante e voz melodiosa; seus 18 minutos de palavras repletas de força,emoção, reflexão, estimulam nossas mentes a alçar vôo pelas terras africanas, americanas, européias.
Uma narradora cosmopolita. Uma pensadora da razão e da sensibilidade unindo rigor científico com saberes da tradição.
Tradição proveniente de sua história, de sua trajetória parental, de sua vida vivida entre iguais e diferentes.
Traz algumas instigações sobre o perigo de contar uma única história.Transpõe a invisibilidade e desafia a lógica da não existência; contrapõe-se a arrogância de contar apenas uma versão abreviada das experiências do mundo.
Inconformada, insiste que os mundos se entrelacem, enredem-se. A história por ela contada é a nossa própria história. Encantamento, transposição de sentido. Como mágica, passado é trazido ao presente; presente parece dilatado; futuro se contrai.
A narradora nos lembra:
"Então, é assim que se cria uma única história: mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que eles se tornarão."
Quem conta? como conta? que influencia/efeito esse contar produzirá?Tudo depende do poder.Do poder de dizer, do poder de repetir, do poder de relacionar o que se diz com aquilo que outros dizem (enunciar),
"Poder é a habilidade de não só contar a história de uma outra pessoa, mas de fazê-la a história definitiva daquela pessoa"
Pensar que outros nao podem criar/contar outras histórias estigmatiza e cria estereotipos, pré-noções, pré-conceitos.
"Quando percebemos que não há apenas 1 história, reconquistamos o paraiso".
O que estamos esperando? Vamos contar muitas histórias e aprender a ouvir com atenção as histórias dos outros?
Era uma vez…"Histórias importam…Muitas histórias importam para capacitar, para humanizar".
PS: Esse post foi criado pelas transbordantes (Des)orientandas Jacque e Re.j.e, num ‘surto’ criativo pós aula do PPGCS-UFRN. 01/12/2010
Por Luciane Régio
A quatro mãos também, Reje e Jacque! Quando enviaram os vídeos fiquei pensando um monte de "histórias e estórias" e com medo de mim mesma, preferi aguardar a postagem, até que enfim!!! Vale muito a pena assistir os vídeos 😀 Esse tipo de surto é super… remete ao que vamos afirmando, por desejo, que é sempre de ordem política (Guattari). Influimos até com a ausência de desejo, e com tudo que não dizemos. Daí pra mim o principal está em produzir "boas" histórias. "Nigérias" com histórias várias e "possíveis" não contadas! Consciententemente, ou não, desejo e campo político minam juntos, foi o que "me contaram" rsrs
Contos, histórias, bjs!!
Lu