Transtornos Mentais na Infância e Adolescência
Olá rede humaniza, meu nome é Tayná e sou acadêmica do curso de graduação em psicologia da FISMA, Santa Maria- RS. E venho por meio deste post, apresentar meu trabalho para Disciplina de Introdução à Psicologia de Saúde do professor Douglas Casarotto. Onde, a partir da leitura de um dos seus textos sobre os transtornos mentais da infância e adolescência consegui notar assuntos relacionados com os temas estudados em sala de aula.
Vários transtornos mentais podem ocorrer nas crianças e nos adolescentes e estes necessitam de tratamento adequado e especializado para garantir uma qualidade de vida melhor através de atividades programadas como a avaliação clínica, condutas gerais e especificas.
Ao pensar em psicologia da saúde infantil devemos pensar em aspectos que visem à promoção da saúde das crianças e dos adolescentes e ao mesmo tempo proporcionem a estes e a suas relações um melhor enfrentamento perante casos de doença.
Na Avaliação Clínica deve-se considerar a história e o exame clínico da criança realizando de acordo com o desenvolvimento em relação ao que é esperado desta fase de desenvolvimento e da idade. Não deixando de observar fatores importantes que demonstrem uma possível patologia como: a construção familiar do sujeito e a sua história; o histórico da gestação, nascimento e amamentação; aspectos que possam ter ocasionado atraso de desenvolvimento; dificuldades no desempenho escolar, no sono nos relacionamentos e alimentares; alterações de humor como medo, insegurança, tristeza excessiva; alterações do comportamento habitual como isolamento, hiperatividade, agressividade e timidez.
É necessário verificar fatores que gerem risco para a saúde mental das crianças e adolescentes como a deficiência física, sensorial e mental, dificuldades de evasão escolar, situações de abandono, repressão excessiva, violência psicológica, adoção, miséria e violência social.
Uma percepção minuciosa dos sintomas e a adoção de condutas especificas podem ajudar na suspeita do diagnóstico. Por isso cabe ao psicólogo: proporcionar orientações sobre o desenvolvimento normal da criança e do adolescente; tratar as intercorrelacões clínicas presentes; orientar a família ou os responsáveis quanto a conduta dos sintomas presentes e saber a hora de encaminhar o paciente para um profissional especializado. Em adolescentes devemos ainda desenvolver a promoção da saúde a partir do desenvolvimento de um projeto de vida e comportamentos de auto cuidado, prevenção de gravidez precoce, uso de substâncias químicas e DSTs.
Para os distúrbios de conduta de crianças e adolescentes é necessário o envolvimento de todas as instâncias que a criança freqüenta (a escola, os pais, a família, os amigos…) enfatizando a importância destas relações para o desenvolvimento.
A psicologia da saúde infantil é um tema que me chama muita atenção, gosto de estudar sobre e obter informações a respeito dela , do seu sujeito ( criança) e as suas relações com a saúde, a doença ou a deficiência, e com sua família e os técnicos de saúde
Poder interagir com a criança desenvolvendo uma educação para a saúde, a qual desempenha um papel essencial, seja na família ou na escola, é um dos fatores mais importantes a se considerar, começando pela informação e comunicação dos serviços de saúde que são proporcionados a elas. Os programas de saúde incluem uma abordagem ligada ao desenvolvimento da criança investigando como se desenvolvem os comportamentos de saúde.
Assim as areas de intervenção deverão relacionar-se com as fases do ciclo de vida – infância e adolescência – e incluindo uma boa educação alimentar, promoção de exercícios físicos regulares, a prevenção do consumo de substâncias e de acidentes domésticos além da educação sexual.
Sendo assim, no sistema de cuidados primários se torna mais relevante a integração de psicólogos e a implementação da pratica, sendo esta uma das dimensões mais importantes do seu papel profissional nos Centros de Saúde. A relação do desenvolvimento psicológico tanto da criança saudável quanto da criança doente, a interação desses processos com os processos de confronto dos próprios pais e uma investigação centrada nas representações da doença devem ser umas das questões mais importantes para o profissional.
A abordagem especififca da Psicologia da Saúde Infantil é a investigação sobre os processos de desenvolvimento psicológico que podem influenciar os comportamentos de adesão a saúde. Mas para haver um maior desenvolvimento desta área seria necessário implementar, ainda, a formação em psicologia da saúde infantil, nomeadamente na formação dos psicólogos, já que formacão sobre esta existe apenas cursos de especialização, mestrados e doutorados.
É importante que mais estudos e programas nesta area sejam realizados para haver um melhor desenvolvimento das crianças pois, acredito que é apartir desta fase que podemos evitar que quando adultos promovam a violência, os maus tratos, abusos e brigas nas familias que acabam gerando as doenças que fazem da família um ciclo de más ações e reproduções.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Querida Tainá,
Vejo que escreveste um post muito bem estruturado e completo sobre alguns caminhos a trilhar no entendimento da clínica das crianças e suas vicissitudes.
Lembrei do meu querido "guru", Gilles Deleuze, para quem as questões e a arte de construir um problema é fundamental.
Diz ele: "Se não deixam que você fabrique suas questões, com elementos vindos de toda parte, de qualquer lugar, se as colocam a você, não tem muito o que dizer". E eu me pergunto o tempo todo sobre crianças, mesmo depois de 29 anos trabalhando com elas cotidianamente. Eu aprendo com elas as coisas que os adultos esqueceram ou não dão mais a devida importância. E ainda tenho muitas questões sobre, ou melhor, questões COM elas, construídas junto com elas sobre a vida. Adoro ouvi-las quando trazem questões muito próprias, "com seus comentários desconcertantes, adivinham tudo e sabem que a vida é bela…"
Te proponho continuarmos essa conversa com uma formulação de um problema, uma dúvida, uma inquietação tua sobre o tema psicologia da saúde na infância. Que tal?
Iza Sardenberg
Coletivo de Editores da RHS