Cesarianas representam mais de 45% dos partos no Brasil
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São nove meses de ansiedade, expectativa e indecisão.
Qual parto fazer?
No Brasil, 3 milhões de mães passam por essa dúvida todos os anos.
E mais de 45% escolhem a cesariana.
A partir de reportagem da Globo News, há um interessante debate entre a médica sanitarista e pesquisadora da Fiocruz Maria do Carmo Leal e o professor de obstetrícia da Unifesp Antônio Moron.
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Por sonia lansky
"O vídeo em si é tendencioso – apologia à cesariana. O debate a seguir é rico, Maria do Carmo Leal se sai muito bem em toda saia justa colocada e consegue explicitar e trazer o professor para a causa – ponto para a luta! Os pontos levantados pelas mulheres entrevistadas e as fragilidades da abordagem devem nos ajudar a adequar nossas estratégias. O foco no bebê foi muito bom. O foco na mulher desinformada (infelizmente foi só o que mostraram no vídeo) e a possibilidade de se vivenciar um bom parto precisam ser mais explorados. E temos que multiplicar esta oferta – o bom parto – no Brasil. No setor privado praticamente inexiste (vejam aquela cena absurda de um berçário lotado de bebês "pós-operados", longe de suas mães, e a jornalista dizendo "que bela reportagem!") No SUS estamos lutando muito para ofertar um bom parto para as mulheres e famílias. O papel das Doulas, enfermeiras obstetras e obstetrizes é outra frente importante para melhor compreensão e divulgação: está publicado nas melhores revisões da literatura científica – pessoas e profissionais que atuam durante o parto promovendo a fisiologia do nascimento e a saúde da mãe e do bebê, com melhores resultados na gravidez de baixo risco, ou seja, 85% dos casos. Ou seja, precisam entrar mais neste cenário e contribuir, trabalhando em conjunto com os médicos, para a mudança necessária deste quadro absurdo que vivemos no Brasil hoje. É direto da mulher e da criança, acesso à melhor tecnologia (parto normal é alta tecnologia!) e assistência. Cesárias desnecessárias e bebês nascendo prematuros iatrogenicamente, comprometendo a vida atual e futura dessas pessoas (aleitamento, crescimento, doenças na infância e na vida adulta, o próprio desenvolvimento e outros efeitos que nem conhecemos!), são na minha opinião, das mais graves questões éticas da vida contemporânea".
Reflexão…..
"Quando é que vamos nos dar conta que nosso foco não deve ser combater as cesarianas desmedidas e abusivas, mas melhorar a assistência ao parto de tal forma que escolher uma cesariana para ter um filho tornar-se-á a mais tola das decisões?" – "Maximilian" Jones