Integrando ações na valorização do trabalhador em saúde do RN.

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Os dias 11 e 12 de agosto de 2011,ficam registrados na memória dos participantes da I Oficina estadual de valorização do trabalhador e da saúde do trabalhador do SUS/RN, integrada com o II Fórum da Política Estadual de Humanização do SUS/RN.

O evento pode ser descrito como um exercício de integração da ação e da reflexão, onde a valorização do trabalhador serviu como o objetivo comum.Um encontro que serve como mais um marco nesses tempos onde a ação e a reflexão entrelaçam-se num contexto de atuação integrada, trazendo à roda inúmeras experimentações que estão acontecendo no SUS,
Nas vozes de alguns protagonistas das práticas, percebemos a expressão do desejo de agir, priorizando esforços, que produzam agendas integradas nas ações relacionadas à saúde do trabalhador, reconhecendo nestes os imprescindíveis sujeitos da ação. Nas palavras da psicóloga Acácia (Núcleo da PNH- RN), “- Como cuidar dos direitos do OUTRO, se nosso direito não é respeitado?”
Sheyla, consultora da PNH (Nordeste II), trouxe reminiscência de fóruns e rodas de conversas anteriores, nas quais o stress, a infelicidade, a angústia e o adoecimento faziam parte dos discursos dos trabalhadores. Alertou para o fato de que a noção de cada um fazer sua parte é válida, mas não dá conta da dimensão coletiva da construção de um projeto de felicidade no ambiente de trabalho, ressaltando que é preciso incentivar e apoiar a escuta do trabalhador, incluindo-o na gerência dos micro e macro processos enquanto sujeito protagonista das práticas.
Outras vozes surgiram para lembrar que neste caminho de construção coletiva do SUS é preciso não perder a capacidade de se indignar, de reivindicar direitos e deveres, de expressar os incômodos, de não ter medo de falar, de saber ouvir o que os outros têm a dizer.
Na abertura, o Secretário de Estado da Saúde Pública, Domício Arruda, reiterou seu apoio as iniciativas do encontro.Certamente ele será lembrado desse compromisso quando seu papel de gestor da Secretaria de Saúde for solicitado.
Os técnicos/consultores do Ministério da saúde Zaíra Geribelo, Hamilton dos Santos Gomes e Ana Rita Trajano trouxeram informações sobre a consulta pública que trata da política da promoção à saúde do trabalhador do SUS e sobre os processos de trabalho em saúde na concepção da PNH.
Experiências no âmbito da SESAP foram apresentadas(junta médica , asistência ao servidor do HWG e da SESAP, projeto saber viver, gestão participativa no HGT).
No segundo dia, o formato de oficinas possibilitou, além de diversos bons encontros afetivos, a efetividade de um diálogo amadurecido no sentido da construção de diretrizes norteadoras para a elaboração da Política Estadual de Promoção à Saúde do Trabalhador da Saúde (RN).
Os participantes distribuíram-se em grupos que estudaram o documento proposto na consulta pública número 48 do Ministério da saúde e um texto complementar que trata da Política Nacional de Humanização como política que se faz no processo de trabalho em saúde, dos autores SANTOS FILHO,BARROS & GOMES disponível na revista interface v.13, supl.1. p.603-13,2009.

Sobrevoando as muitas nuances do evento, que podem surgir nos comentários à este post, ouso dizer, enquanto participante , que o evento reacende a chama da integração na condução dos processos de trabalho no SUS do RN, incorporando especificidades do modo de fazer centrado numa ética de valorização do protagonismo enquanto co-gestão e co-responsabilidade micropolítica.
Como bem nos lembra Ana Rita Trajano, em sua conferência no primeiro dia do evento: “- A PNH organiza estrategicamente o apoio institucional, que se contrapõe à lógica do supervisor, usando o método da inclusão, onde os diversos atores sociais possam (co) construir espaços de análise / intervenção nos processos de trabalho. O apoio pressupõe um ‘OLHAR COM, um OLHAR JUNTO, numa distribuição do poder de dizer que transita horizontalmente, em rodas que problematizem os modos instituídos e que fomentem o incentivo a análise coletiva dos conflitos.”
Escolho o trecho de uma música para expressar meu olhar sobre o evento: “- O trabalho é vida e a vida é trabalho.” (Gonzaguinha)
Vamos seguindo trabalhando enquanto vivemos e vivendo enquanto trabalhamos, conectando o sentir e o agir consigo e em relação aos outros atores sociais, protagonistas das práticas em nossos pólos instituídos e no grande oceano de possibilidades daquilo que ainda podemos instituir em defesa da vida. Em defesa da saúde.
Somos agentes e agenciadores de micro revoluções que, somadas podem impactar nas revoluções e transformações sociais que desejamos.

Até a próxima.

Rejane Guedes

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Ah! Preciso de fotos do evento. Peço que disponibilizem-nas para enriquecer este post. Agradeço.