Profissionais e voluntários se juntam para celebrarem o dia da criança no Hospital Infantil
Durante os dias 11 e 12 deste mês, o HILP esteve em festa para celebrar o dia da criança com os pacientes internados, e com os que buscavam atendimento no ambulatório.
A criança, como qualquer pessoa, é um ser multidimensional, integral, e com uma marcante predominância da dimensão social. Elas gostam de se interagir com as pessoas e de brincar, e como tal, em qualquer situação, mesmo no hospital, essa dimensão precisa ser preservada.
Sabe-se que a hospitalização limita a vida social da criança, na medida em que produz o seu afastamento da família, da escola, dos colegas. Existe também o sofrimento produzido pela doença e o tratamento, o que quase sempre desenvolve na criança, depressão, ansiedade, medo, insegurança, e até mesmo melancolia. Tal realidade pode contribuir para aumentar o sofrimento físico e psíquico da criança.
Segundo Martins (2001), brincar é a atividade mais importante da vida da criança e é crucial para seu desenvolvimento motor, emocional, mental e social. E muitas crianças em tratamento, sobretudo as portadoras de doenças crônicas, passam muito tempo no hospital, sem essa possibilidade. Assim, é importante que o hospital busque mecanismos/estratégias que possibilitem a interação social e o brincar, na perspectiva de manutenção do elo social, e da redução dos danos causados pela internação da criança.
Esses pressupostos tem levado o HILP a fortalecer o acolhimento das crianças internadas, no tocante a preservação da sua dimensão social, através do implemento de atividades como, a brinquedoteca, comemoração de datas festivas e culturais, envolvendo a participação dos profissionais, da família e da comunidade.
Convém ressaltar que essas ações estão agregadas a outras iniciativas que vem sendo disparadas dentro do processo de humanização do hospital, com o objetivo de garantir um atendimento mais resolutivo e solidário.
Dentro desse contexto, é de praxe, nesta data do ano, assim como no natal, o HILP estimular e apoiar a comunidade na participação das programações sociais do hospital, tendo em vista elevar a alegria e o bem-estar das crianças hospitalizadas.
Durante toda a semana da criança, os profissionais e vários grupos de pessoas da comunidade se uniram para celebração do dia da criança no hospital.
As comemorações começaram no dia 11 deste mês, às 7h00, nos espaços do Laboratório e da Radiologia. Quem chegou para realização de exames e radiografia foi surpreendido com vídeos e musicas infantis, lanche e doação de brinquedos. Os profissionais se caracterizaram usando perucas coloridas e nariz de palhaço para o atendimento das crianças.
Para Maria de Lourdes, mãe do Ícaro Douglas (12 anos), “atividade como essa ajuda muito, pois deixa a criança mais à vontade na realização do exame”.
A Ana Paula, mãe da Ana Marta, (10 anos), declarou que “ acolhida como esta deixa as crianças mais alegres e com menos medo do hospital”
O adolescente Denilson Lima, (14 anos), disse ter gostado da festa, e complementou: “ Nem senti a dor da furada”.
O laboratório, de acordo com os usuários, constitui atualmente um dos espaços mais acolhedores do hospital. E o mérito cabe à atuação da própria equipe, sob a liderança da Drª Fátima Reis, Bioquímica, que além da sua competência profissional, é uma grande entusiasta da humanização da saúde.
À tarde do mesmo dia, as comemorações prosseguiram no refeitório infantil e nos corredores das enfermarias, com a participação de dois grupos da Maçonaria e de outros voluntários, que viabilizaram presentes, lanche e apresentação musical.
O show musical ficou a cargo do Segisnando, aluno do curso de Música da UESPI, e voluntário de uma iniciativa de Musicoterapia do Hospital de Urgência de Teresina/HUT. O músico contagiou e embalou a todos com um maravilhoso repertório de músicas infantis.
No dia 12, dia consagrado à criança, o hospital recebeu a visita de novos grupos de jovens voluntários que fizeram a alegria da criançada, com apresentação de palhaços, malabaristas, mágicos e distribuição de presentes e lanche.
À tarde do mesmo dia, foi a vez dos acadêmicos do curso de Medicina da UESPI que estagiam no hospital, prestarem a sua homenagem às crianças, fazendo uma distribuição de presentes, de forma individualizada, identificando cada criança pelo nome, e com alguma característica peculiar de cada uma. Foi um momento de bastante acolhimento e descontração.
As crianças, os acompanhantes e os profissionais ficaram entusiasmados com tantas manifestações de alegria e de solidariedade dos visitantes e dos estagiários.
Por Emilia Alves de Sousa
A interação social agregada ao brincar e´ fundamental para o desenvolvimento saudável da criança.
Para o Pesquisador russo Vygotski, a presença do outro e´ importante não só para o processo de construção do conhecimento da criança, mas também para a constituição do próprio sujeito e de suas formas de agir.