A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

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 A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO (PNH) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Nos dias 20 e 21 de outubro de 2011, aconteceram as oficinas que possibilitaram a discussão do papel do supervisor das Coordenadorias Regionais de Saúde do Município de Teresina (Pi) e da Política Nacional de Humanização (PNH) na Atenção Primária. As oficinas foram promovidas pela Gerência de Atenção Básica da Fundação Municipal de Saúde (GEAB/FMS) e Gerência de Ações Programáticas (GEAP/FMS).
“A atenção primária é um conjunto integrado de ações básicas articulado a um sistema de promoção e assistência integral à saúde. Os dois eventos proporcionaram uma discussão de maior amplitude para o desenvolvimento de ações estratégicas mais embasadas na realidade de Teresina, com a finalidade de melhorar ações no âmbito municipal”, frisou Amparo Oliveira, apoiadora institucional da PNH e técnica da Gerência das Ações Programáticas (GEAP/FMS).
No segundo dia de oficina, a consultora Annatália Meneses de Amorim Gomes (consultora/ apoiadora da PNH/MS) discutiu com os(as) profissionais de saúde, a Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão em Saúde – PNH na Atenção Básica. Inicialmente contextualizou a PNH enquanto política do SUS, fazendo referências desde o ano 2000 quando ocorreu a 11ª Conferência Nacional de Saúde com o tema “Efetivando o SUS: acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social”. Neste aspecto, foi questionado o que seria humanizar a gestão e a atenção/cuidado? Quais críticas sustentam a emergência da humanização como desafio do SUS? Neste momento, os(as) participantes se envolveram na discussão, correspondendo aos questionamentos por meio de uma análise da realidade vivenciada nas unidades de saúde.
Por meio desta discussão, foi possível realizar uma reflexão sobre como é fundamental avaliar o SUS, tanto na perspectiva dos cidadãos, quanto dos trabalhadores e ao mesmo tempo pensar os desafios da humanização hoje, na “tarefa de se constituir em um movimento político-institucional e social de reafirmação de valores ético-humanitários no cuidado em saúde, entre os quais, respeito às diferenças/singularidades das pessoas, comunidades e grupos sociais; defesa e respeito à vida; solidariedade entre as pessoas; produção de sujeitos mais livres, autônomos, criativos e corresponsáveis.”
Durante o segundo dia de oficina foi discutido ainda, o método da humanização/método da tríplice inclusão, que inclui diferentes sujeitos na roda que viabiliza uma reflexão crítica sobre determinada realidade, sendo também propositiva e coletiva na busca do enfrentamento das dificuldades na busca de produzir o comum em meio às diferenças.
É importante compreender neste processo o quanto as diretrizes e dispositivos da PNH são fundamentais para a efetivação de ações humanizadoras na atenção primária e em outros níveis do SUS. As diretrizes são as orientações ético-políticas da PNH, que incluem o acolhimento; a co-gestão e gestão participativa; a clínica ampliada; a valorização do trabalho e do trabalhador e a defesa dos direitos dos usuários. Dentre os dispositivos que se referem à organização dos processos de trabalho foram citados os projetos co-geridos de ambiência; grupo de trabalho de humanização (GTH); câmara técnica de humanização (CTH); colegiado de gestão; contratos internos de gestão, acolhimento com classificação de risco; equipe de referência; apoio matricial; visita aberta; direito ao/a acompanhante dentre outros.
Foi de fundamental importância, a participação dos gestores durante as oficinas, o que proporcionou uma maior aproximação entre trabalhadores e gestão.