Solidariedade e Amor. Moedas de Maior Valor
“O universalismo que queremos hoje é aquele que tenha como ponto em comum a dignidade humana. A partir daí, surgem muitas diferenças que devem ser respeitadas. Temos direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza."
Em pleno período natalino, andando pelas ruas, no interior de igrejas, clubes recreativos, ambientes de trabalho e porque não nos serviços especializados de saúde, presenciamos direta ou indiretamente a já corriqueira desigualdade e injustiça social impregnada na sociedade moderna, privando indivíduos e coletividades de serem presenteados com a garantia de direitos básicos como: Saúde, educação, moradia, segurança, alimentação e lazer.
Tal situação contraria o conceito muitas das vezes midiático de humanização produzido por alguns poucos e tímidos profissionais e serviços de saúde que ao invés de se comprometerem com o reverso dessa deplorável situação, erroneamente vêm na humanização uma oportunidade de se alcançar uma classificação ou certificação de serviço humanizado.
Dentre as ações efetivas de equidade social como prerrogativas dos usuários do SUS, o acolhimento e cuidado humanizado na assistência e promoção da saúde, pautadas no respeito, à dignidade e valorização da pessoa humana, só serão possíveis, quando bem mais do que uma certificação ou obtenção de um selo, forem justificativas de um provável processo de humanização, tais iniciativas sejam capazes não só de reduzir a dor física, mas da dor espiritual, psicológica e social sentidas pelos pacientes cuidadores e seus familiares.
Que a experiência do natal que se aproxima, seja para todos os profissionais e gestores dos serviços de saúde, uma oportunidade de refletindo suas aspirações e motivações à cerca das relações humanizadas e humanização nas relações, fortalecermos a luta e nosso comprometimento com a construção de uma teia nacional de humanização. Isso por que:
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim"
(Chico Xavier)
Por Evaldo
Acho que você tocou num ponto importante da Humanização. Já vi propostas de "Acolhimento" simplesmente como uma forma de suprimir a demanda por consultas médicas e psiquiátricas.
Humanizar envolve muito mais a alteridade e um ato de generosidade, como nos ensina Paulo Freire, do que a sua instrumentalização.
Feliz Natal!