ACIDENTES OCUPACIONAIS NO PRÉ-HOSPITALAR
SINTESE DO ARTIGO: ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM PROFISSIONAIS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL
Maria Lucia do Carmo Cruz RobazziIV,2011.
Atualmente, no Brasil, a organização dos serviços de ambulâncias destinados à transferência de pacientes entre unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e emergências de caráter público ou privado está sob a responsabilidade quase que exclusiva do serviço de atendimento móvel de urgências (SAMU), corpo de bombeiros e de algumas empresas privadas. A identificação e prevenção dos acidentes ocupacionais é um fator que necessita de muita atenção, visto que os trabalhadores da equipe de APH móvel podem ser expostos a todo tipo de risco laboral, ou seja, ao risco físico (exposição a agentes explosivos, altas temperaturas, radiações, ruídos), químico (contato com produtos tóxicos, manipulação de medicamentos, desinfetantes e outros), de acidente (espaço limitado e arranjo físico da ambulância; assistência a vítima com ambulância em movimento), biológico (contato com microrganismos patogênicos) e ergonômico (que envolve posições não ergonômicas representadas por movimentos bruscos, repetitivos; posições incômodas e prolongadas; peso excessivo e estresse. Algumas características do serviço de APH móvel podem gerar situações favoráveis à exposição do profissional aos acidentes biológicos devido às peculiaridades da ambulância (espaço limitado, fechado, pouca ventilação, recirculação de ar, dinâmica dos movimentos do tráfego trepidações como solavancos, propulsão do corpo pelas energias cinéticas decorrentes das acelerações ou desacelerações dos veículos, curvas acentuadas em alta velocidade) entre outras. Atendimento que envolve estresse decorrente da própria situação de emergência do quadro, necessidade de processos invasivos para manutenção da vida. Outro estudo realizado com ambulâncias evidenciou que o paciente portador de um agente infeccioso pode transportar microrganismos oportunistas ou patogênicos para o interior da ambulância através da tosse, urina, vômito, excreta, ou outros fluidos durante o seu transporte; os microrganismos depositados podem usar as superfícies da ambulância como fomites até serem inalados, ingeridos, tocados ou inoculados em um paciente subseqüente ou em outros membros da equipe de saúde. Ressaltar que hoje em grande parte do país os próprios servidores fazem a higienização das viaturas nos intervalos de atendimento sem nenhum Equipamento de Proteção específico, em local inapropriado. Ao termino estão exaustos em condições precárias quanto higiene pessoal e voltam a atender normalmente.
Maura Lúcia G. dos Anjos, 2012.