AÇÕES DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DIANTE DO USUÁRIO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COM ESTADOS DEPRESSIVOS
COSTA. T.S. Ações dos agentes comunitários de saúde diante do usuário da estratégia saúde da família com estados depressivos no município de Abaiara/CE/BR. 2010. 153fls. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós- Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2010.
RESUMO
A assistência pública a saúde brasileira perpassa por duas Reformas, a Sanitária e a Psiquiátrica, e través destas garante-se a assistência nos três níveis: primária, secundária e terciária. Neste sentido, a assistência a saúde mental deve ser prestada desde os cuidados preventivos até os que exigem maior aparato tecnológico. Programas como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)/ Estratégia Saúde da Família (ESF), além de ampliarem a cobertura de serviços, têm possibilitado reorientações do sistema no sentido da integralidade, universalização e eqüidade. Assim, a intervenção conjunta da equipe em saúde mental e a ESF pode oferecer diversos benefícios à população, proporcionando assistência e acompanhamento aos portadores de transtorno mental. Neste sentido, objetivou-se avaliar as ações dos agentes comunitários de saúde diante do usuário da Estratégia Saúde da Família com estados depressivos. Este estudo do tipo quanti-qualitativo, realizou-se no município de Abaiara-CE. Aplicou-se entrevista semi-estruturada com os agentes comunitários de saúde e o Inquérito de Beck aos usuários cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Verificou-se que dentre os 64 usuários entrevistados, 12,5% não apresentaram sintomas depressivos, 10,9% sintomas de depressão leve, 14,1% sintomas de depressão moderada e 62,5% sintomas de depressão grave. Para os 22 agentes comunitários de saúde entrevistados, todos relataram a existência de pessoas com sintomas depressivos em suas micro-áreas, sendo difícil o trabalho para com estes, uma vez que a equipe da ESF não se encontra capacitada para lidar com problemas de saúde mental. Constatou-se que o Município não dispõe de profissional especializado, dificultando dessa forma, o encaminhamento e tratamento. Com base nestes resultados, conclui-se que apesar da articulação da saúde mental com a ESF ser necessária e benfeitora a população, esta ainda é inexistente agravando a situação, principalmente em Municípios de pequeno porte, uma vez que estes não dispõem de serviços de saúde mental. Assim, a população fica exposta e sem acompanhamento, o que permite a identificação de doenças instaladas e com gravidade, como no caso da depressão, por não haver atividades de prevenção e controle. Recomenda-se ser de extrema necessidade a elaboração e implantação de um programa de saúde mental nestes municípios, de forma articulada com a ESF.
Palavras-chave: Saúde Mental; Depressão; Sistema Único de Saúde; Atenção Primária à Saúde; Enfermagem.