O público e o privado na saúde.
Inquietações surgiram após eu assistir o documentário sicko SOS saúde de Michael Moore , onde o autor trás uma comparação, uma critica, de como é o serviço de saúde em vários países, entre eles EUA, tive a impressão de que nesse país o melhor plano de saúde é não adoecer, já que os valores por um plano privado são absurdos e sistema publico inexistente, comentei ainda em aula com um colega, de que era tipo uma “seleção” só quem pode pagar continua vivo, em casos de vida ou morte, vive sempre quem pode pagar todo aquele preço abusivo, mesmo possuindo plano de saúde ainda não se tem garantia de um atendimento 100%. Já em cuba o sistema de saúde é todo publico, remédios com valores bem acessíveis a população, países vizinhos com sistemas de saúdes completamente opostos, em partes aqui no Brasil também é assim.
Podemos nos dizer privilegiados aqui em nosso país, já que temos por lei o direito de saúde gratuita para todo e qualquer cidadão, existem planos de saúde privados também, começo a perceber que ao contrario do que nos mostram o SUS funciona sim e pode ficar ainda melhor, o que se tem aqui no Brasil é um grande “jogo” onde as peças são a população e os jogadores são os donos de planos de saúde aliados à mídia, isso sem contar as inúmeras corrupções que vem de anos, acredito que aqui tenhamos uma outra grande barreira para um melhor funcionamento do SUS no Brasil.
Quanto a mídia, esta é responsável por filtrar informações e só lançar nas redes de comunicação o que convêm a essa “parceria” (planos privados e mídia), geralmente essas informações se tratam de falta de médicos, o atraso nos atendimentos, filas de esperas muito grandes, fata de remédios e por aí vai, mas será que alguém já parou pra pensar que mesmo tu pagando o teu plano de saúde tem casos em que se marca uma consulta com um medico particular com um mês de antecedência e ao chegar para a consulta no horário certinho ainda temos que esperar por 10, 15, 20 até em alguns casos já me aconteceu de ter que esperar por 40 minutos, o que é um absurdo, essa não era uma característica do SUS? E o pior é que não vejo pessoas reclamarem por isto, mesmo estando pagando e pagando muito bem por isso, já que temos que espera, não seria melhor esperarmos mas sem pagar por isso? Em alguns casos os médicos especialistas que atendem por planos privados são os mesmos que atendem em hospitais públicos e postos de saúdes sera que eles tem formações diferentes para atender públicos diferentes?
Um outro fato que venho ampliando meu olhar é para essa onda de “marginalização” que os usuários de crack vem sofrendo, sim por que vendo isso somente pelo lado que a mídia expõe é um caso onde precisamos a volta de manicômios, para dar conta de tamanha demanda e para proteger dos “riscos” que os mesmos oferecem à nossa sociedade, onde mais uma vez percebo o tratamento do sintoma e não da causa, onde continua-se olhando o sujeito como um portador de sintomas, e não um sujeito visto com suas particularidades, mais uma vez vejo aqui uma falha na gestão do SUS, por que investir dinheiro publico em hospitais psiquiátrico privados, (como é a sugestão de “cura” para a epidemia do crack segundo grupos privados ) e não investir em melhorias nas unidades básicas de saúde, e nos CAPS?
Mais uma prova do “jogo” mídia sociedade que eu vejo, é quanto ao consumo do álcool em nenhum momento se vê reportagens, ou documentários que relatem os males que o álcool oferece a sociedade, e isso não é tão recente como o crack, e os números de dependentes são em maiores proporção comparado ao crack, mas ao contrario disso o que vemos são propagandas bem estruturadas com mulheres lindíssimas e o quanto as pessoas são “felizes” ao consumirem álcool.
Acredito na melhora, na mudança, mas para isso precisamos de pessoas comprometidas com essa expectativas e que também acreditem e queiram ver essas mudanças acontecerem na pratica, isso não incluem só profissionais mas também na união junto a eles da comunidade, pensar promoção e educação de saúde antes de se precisar pensar só a cura.
Por JESSICA COSTA MACHADO
Acho que tu trazes muitas indagações e questionamentos que ja venho a debater/discutir com alguns professores e colegas de formação.Bom Bárbara a questão do SUS e da midia é bem controversa,concordo em genero e grau,que há sim uma midia que filtra informações.Que mostra o lado "ruim" do SUS para que privatizem o sistema e assim mais lucros hospitais/indústria farmacêutica e assim por diante.
No nosso caso pagamos duas vezes pelo atendimento em saúde quando pagamos pelo privado,visto que o SUS também é pago em nossos impostos.
Após participar do VERSUS RS pude perceber na prática quanta coisa boa/linda/empolgante os atores do SUS fazem e assim como no privado,no públco também existem atores desinteressados por seu trabalho e frustados. Há uma grande demanda de falta de profissionais da medicina sim…Mas ai ja é uma outra reflexão que pode ser feita…Por que há tanta resistência dos formados em medicina para trabalharem no SUS?Será que o sistema não fornece subsidios suficientes para atuação de um profissional desse "porte"?Mas e os demais profissionais?Por que há concorrência exacerbada e para os profissionais da mecidina há falta??
Levanto a bandeira bem alto e grito aos quatro ventos:
O SUS É NOSSO!Vamos valorizar e aproveitar tudo que nos é proporcionado,saúde é direito de todos!
E no nosso país temos ela totalmente livre,sem preconceitos!Independentemente de classe economica,de cor,de credo,de doença,nós temos o acesso a saúde igualitário a todos!
Quero parabenizá-la pelo post Bárbara e também a iniciativa do Douglas Casarotto de modificar as estratégias de ensino trazendo mais gente pra Rede Humaniza!
Beijos!