O Público e o Privado na Saúde: Crack e as Comunidades Terapêuticas
Ao assistir alguns vídeos propostos em aula sobre o SUS e drogas e também ao filme Sicko, pude ver uma grande semelhança em muitos aspectos. Fiquei um pouco aterrorizada com a situação da saúde nos EUA visto que sendo um país tão desenvolvido pensei que a saúde não seria diferente, em comparação com as políticas de saúde que temos no Brasil, podemos dizer então que de certa forma estamos melhores em relação aos serviços de saúde. Claro que muitas (maioria) das “idéias” ainda estão somente no papel, mas em muitos aspectos não temos o que reclamar, e acredito que nós enquanto profissionais de saúde temos muito que fazer ao invés de ficar de braços cruzados, começando pela importância de trabalharmos de forma multidisciplinar.
Em alguns vídeos vistos em aula, é discutido uma questão que está em destaque no momento, o crack, e como os usuários desta droga são tratados na rede pública de saúde. Na maioria das situações a internação é a única forma proposta para estes usuários, mas não a correta, pois quando o usuário é internado para desintoxicação, o mesmo muitas vezes acaba se distanciando do seu meio social, destruindo os laços familiares, sociais e em alguns casos toda a sua história que de uma forma ou de outra era importante para a sua constituição enquanto sujeito. Cito como um exemplo as chamadas “comunidades terapêuticas” em que o sujeito quando levado para lá não fica somente o tempo necessário para desintoxicação, mas sim passa muito mais tempo (uma maneira de lucrar com a permanência dos mesmos). Quando se está dentro da comunidade na maioria dos casos não se é tratado com a devida atenção e muito menos levam em conta a cultura e o meio de onde ele veio, os familiares têm horários para visita e muitos destes não conseguem ir, então os usuários se distanciam de tudo e quando voltam para a sociedade, são vistos com um certo “estranhamento” por todos. O CAPS veio como uma forma de reformular esse tratamento, visto que ao trabalhar de forma multidisciplinar leva em conta todo o contexto em que o individuo vive não o retirando deste meio.
Assim como os planos de saúde dos EUA citados no filme Sicko, ALGUMAS comunidades terapêuticas lucram e muito com a situação em que o sujeito se encontra quando procura ajuda, acabam tratando os mesmos como “bonecos a venda” quem oferece mais leva, e assim como bonecos que não possuem vida e muito menos necessidades acabam tratando os seus usuários do mesmo jeito.
Por Luciane Régio
O SUS está se equipando mais e mais, apostando em equipes multiprofissionais, em Saúde Mental na Atenção Primária. Veja, por exemplo, a Linha de Cuidado em Saúde Mental do RS! Serão 175 milhões de Reais para incentivos e qualificação para serem gastos até 2014. Em breve, farei um post falando sobre isso 🙂
O Sicko é chocante não é mesmo?
Consultores SUSianos internacionais para ajudar esses países, quem sabe!!? Eu nunca duvido.
Bjs,
Luciane