Reabilitação Psicossocial: global ou fragmentada?
Após ter assistido ao filme Estamira, este, pela segunda vez, pude compreender a grande proposta do que vem a ser a Atenção/ Reabilitação Psicossocial. Confesso que, inicialmete não acreditava neste conceito, pois não conseguia visualizar esse entrelaçar do paciente mental inserido na sociedade e aceito pela mesma.
O filme lançado em 2006, nos mostra na sua íntegra, o conceito de Atenção Psicossocial, onde um indivíduo embora seja portador de algum "transtorno", têm condições de conviver em sociedade com plena autonomia. Entendo que essa "autonomia" se consolidou através da reforma psiquiátrica, porém, percebo que ao mesmo tempo que essa discussão se amplia e toma proporções benéficas aos usuários, surgem outras que no momento não conseguimos abarcar.
Essa visão holistica da reforma psiquiátrica vem sendo modelada no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo esse um serviço substitutivo de atenção em saúde mental, inserido numa rede articulada de apoio e de organizações, com a finalidade de promover o cuidado vinculado com a inserção social. Esse serviço vem demonstrando efetividade em seus trabalhos, ou seja, a substituição dos hospitais psiquiátricos, por um tratamento que não isola o paciente de suas famílias e da sociedade, mas que evidencia suas potencialidades, possibilitando a convivência com a diversidade.
Bem, se o "CAPS é um serviço que busca a retomada da vida cotidiana de seus usuários num modelo inclusivo", e este discurso me remete ao filme de Estamira, porém, com alguns ajustes, me questiono: Como conseguir essa reabilitação num paciente esquizofrênico? Como incluí-lo na sociedade?
Diante desses questionamentos, "penso" e espero estar equivocada, que a reabilitação psicossocial ainda deva ser ampliada, à fim de contemplar à todos, embora também não consigo articular nenhuma altenativa para esta questão, deixando-a em aberto, e com expectativas de que alguém possa me elucidar…
Por Katia Brandão Cavalcanti
Parabéns!