Redução de Danos, Prevenção e Promoção de Saúde
Acadêmica Josiane Trojahn
Faculdade Integrada de Santa Maria
Pretendo ocupar esse espaço para pensarmos sobre a Prevenção e a Promoção da Saúde, e também sobre a Redução de Danos em nosso país. Sendo assim, irei conceitualizar esses termos e diferenciá-los, e argumentar sobre o que eles possuem de importante na vida da população.
Para isso, vou utilizar como base um artigo que se encontra nos Anais do I Seminário da Política Nacional de Promoção à Saúde, “Redução de Danos e Promoção de Saúde”, de Fernanda Moreira (2006), como também um artigo publicado nos Cadernos de Saúde pública, intitulado “O Conceito de Saúde e a Diferença entre Prevenção e Promoção”, de Dina Czeresnia (1999).
Conforme Moreira (2006) há algumas diferenças entre os termos Prevenção e Promoção. Esta última foca-se na saúde, seu alvo é a população geral em seu ambiente, sua abordagem tem ênfase na facilitação e na capacitação, ou seja, as pessoas são autoras de seu processo. A prevenção tem seu foco na doença, ela procura trabalhar com grupos de risco e sua abordagem é persuasiva e direcionadora.
Dessa forma, podemos continuar esse raciocínio, com a definição que a autora Dina (CZERESNIA, 1999) faz desses termos. Para ela, prevenir em saúde significa a exigência de uma ação antecipada. Essas ações preventivas “são intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas” (p.4), e assim, se reduz a incidência e a prevalência na população (Redução de Danos). Já o termo Promoção da Saúde apresenta um sentido mais amplo, pois não se foca em uma determinada doença como a prevenção, e sim tem o propósito de aumentar a saúde e o bem-estar geral.
Já a Redução de Danos, Fernanda (Moreira, 2006), afirma que ela é “uma política de saúde que se propõe a reduzir os prejuízos de natureza biológica, social e econômica do uso de drogas, pautada no respeito ao indivíduo e no seu direito de consumir drogas” (p.138). A proposta desta é melhorar os níveis de saúde das pessoas, e com isso diminuir os riscos, não interferindo em seu livre arbítrio.
Um fator importante é que juntamente à Redução de Danos, é necessário incluir a Prevenção primária e Programas universais. Isso significa que, ao incluir estes, o foco deixará de ser a droga em si e passará a ser a qualidade de vida do sujeito, promovendo uma interconexão entre os objetivos da Redução de Danos e a Promoção de Saúde. E, sobre esses objetivos podemos pensar, evitar o uso precoce da droga, ou o envolvimento com a droga, tomar cuidado para que o uso não se torne abuso da substância, assim como, conseguir abandonar a dependência, ajudando para que a pessoa use da forma menos prejudicial possível (MOREIRA, 2006).
Não podemos deixar de perceber que a Promoção de Saúde visa à autonomia do sujeito e dos grupos sociais, e isto se torna algo muito importante na vida das pessoas. Essa autonomia significa transformações profundas nas formas sociais de lidar com aspectos científicos e culturais.
Czeresnia (1999) refere que a Promoção envolve o fortalecimento da capacidade individual e coletiva, para que se possa lidar com a multiplicidade dos condicionantes da saúde. Isso significa que devemos fortalecer a saúde através da construção da capacidade de escolha, utilizando o conhecimento para perceber as diferenças e as singularidades dos fatos.
Portanto, buscar a saúde remete a uma dimensão ampla, que envolve uma dimensão social, existencial e ética. Deve-se buscar uma verdade a partir do que emergirá da situação vivida.
Posso concluir que a Redução de Danos tem uma ligação com a Prevenção, e do mesmo modo também se interliga com a Promoção da Saúde. Sendo assim, se prevenirmos os malefícios que, por exemplo, o uso de drogas pode ocasionar em uma pessoa, estaremos reduzindo os danos que isso poderia gerar, e enfim, estaremos promovendo saúde e bem-estar para esta pessoa e a população em geral.
Propus essa postagem, pois ela ajuda os estudantes universitários e também os profissionais que trabalham na área da Saúde Pública, para que possam ampliar, ou até mesmo, modificar algumas idéias errôneas sobre esses conceitos de Prevenção e Promoção de Saúde, como também de Redução de Danos. E, muitas vezes, existem pessoas que trabalham nessa área e não sabem diferenciar claramente esses conceitos. Portanto, deixo a dica, de que além de ser importante saber esses conceitos, é importante também saber como, onde e de que forma aplicá-los, e o que isso vai trazer de relevância na vida das pessoas.
REFERÊNCIAS:
CZERESNIA, Dina. O conceito de Saúde e a Diferença entre Prevenção e Promoção. Disponível em: <https://143.107.23.244/departamentos/social/saude_coletiva/AOconceito.pdf> Acesso em 28 de agosto de 2012.
MOREIRA, Fernanda. Redução de Danos e Promoção de Saúde. In: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Anais do I Seminário da Política Nacional de Promoção à Saúde. Disponível em: <https://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/anais_1_seminario_politica_nacional_promocao_saude.pdf> Acesso em 10 de setembro de 2012.
Por Lori Ane Vargas de Freitas
Oii Josi!
Achei muito legal a articulação que tu fizeste sobre promoção de saúde e redução de danos. Além da parte da prevenção, me possibilitou pensar também por esse outro lado. O respeito a autonomia preconizado pela promoção de saúde e pela redução de danos, acho q possibilita um movimento mais consciente na vida da pessoa usuária de droga. É um aprendizado para o usuário desenvolver a habilidade de encontrar outros mecanismos que lhe fortaleçam e promovam sua saúde.
Abraço!
Lori