ATORES LEVANTEM-SE E QUALIFIQUEM ESSA QUESTÃO!
“Crianças, adolescentes, idosos ou deficientes
Seja homem ou mulher, da cor que quiser
Aqui no Brasil, terra de gente viril
Merecem todos serem acolhidos, entendidos,
No Sistema Único de Saúde
Com respeito dignidade e principalmente equidade”.
(Jéssica Costa Machado)
É a partir da literatura de Cordel, que volto a mexer nas estruturas e nos pensamentos de meus queridos companheiros e questionadores da Rede Humaniza SUS. Não menos responsável por esta ação está o professor Ms. Douglas Casarotto que me incumbe a explicitar aqui minhas indagações referentes aos Anais do I Seminário Sobre a Politica Nacional de Promoção da Saúde.
Após várias leituras, me sinto a vontade para falar de uma ação de educação popular que ocorre em Cariús no centro-sul do Pará, região com 19 mil habitantes. A literatura de Cordel é definida como uma poesia popular, narrativa impressa. Sávio Pinheiro salienta do preconceito que existe com o Programa de Saúde da Família (PSF),”saúde de pobre para pobre” e a literatura de Cordel “como forma literária de analfabeto para analfabeto”.
A partir dessa dialógica foi implementado nessa região o “Projeto Recitando Cordel na Saúde Coletiva”. Onde o objetivo foi de capacitar profissionais da saúde e de outros setores, estudantes, entes não governamentais para promover um melhor intercâmbio da comunidade com os gestores, utilizando a Literatura de Cordel como instrumento de educação popular para a saúde no processo educativo nos país. Vemos aí uma dinâmica de promoção da saúde, onde:
“A idéia de promoção envolve a de fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos condicionantes da saúde. Promoção, nesse sentido, vai além de uma aplicação de técnica e normativa, aceitando-se que não basta conhecer o funcionamento das doenças e encontrar mecanismos para seu controle”.(CZERESNIA, 2003)
Possibilitando um trabalho intersetorial a partir dessa forma de expressão, com parcerias com a Secretaria de Ação Social e Educação. Podendo ser realizada de várias formas como a informação oral declamada, informação oral cantada e informação escrita. Um exemplo são as formas de informação escrita contidas neste trabalho de conscientização comunitária sobre a hanseníase:
“Antigamente o suspeito
De sofrer essa doença
Carregava em sua vida
A humilhante descrença
Quem fosse hanseniano
Tinha certa diferença.”
A comunidade colabora no processo de conscientização e de promoção da saúde através da literatura de Cordel. De acordo com o autor, é um método em que a população se sente “á vontade” para produzir e explicitar o que é aprendido nas oficinas de saúde coletiva, tendo um melhor aprendizado, sendo prático, econômico e facilitador no processo de associação de idéias, tornando mais atrativas as atividades de educação em saúde.
Surgindo ai vínculos desenvolvidos entre pacientes (que não são passivos) e profissionais, onde os primeiros sentem e tornam-se ativos no processo de saúde- doença, sendo co-responsáveis por esse processo, a partir do momento que são sujeitos ativos no processo, desenvolvendo, aprimorando e repassando ações em saúde.
Aí vai minha critica e deixo aberto a outros espectadores dessa leitura a vir a dialogar comigo também: Por que só é mostrado o que ocorre de errado no SUS? Por que a mídia teima em só mostrar momentos de crise? Acho importantíssimo salientar e mostrar as ações que vem ocorrendo efetivamente e eficazmente, por que o SUS é uma construção de todos para todos!
Grande abraço a quem chegou ao fim desta leitura!
Jéssica Costa Machado
Referências Bibliográficas
Czeresnia, D, Freitas CM (org.). Promoção da Saúde: conceitos, reflexões e tendências. Rio de Janeiro: Flocruz, 2003.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Anais do I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da Saúde. 4 a 6 de dez/2006. Brasília, DF, 2009.