oi companheiros,
conforme informações anteriores, participamos do grupo interinstitucional, composto pela SM e PNH/MS, Conselho Nacional de Justiça, Secretaria dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal e Estadual, pesquisadores de algumas universidades, SMS de Sorocaba e região, SES-SP, para fazer o levantamento da situação dos 406 pacientes do referido manicômio.
O trabalho durou 3 dias, das 8 às 18 hs, realizado por 6 equipes, com aproximadamente 10 pessoas cada uma, desenvolvendo atividades de coleta de dados de prontuários diários, prontuários do arquivo morto, prontuários da Assistência Social, conversas com os pacientes, conversas com funcionários.
Adentramos, simultaneamente, às 7 alas ativas do manicômio de modo a assegurar uma conferência o mais fidedigna possível, de modo a incluir no censo todos os usuários que lá se encontram e cujas vidas precisam de um destino digno.
O hospital está sob interdição desde 15 de setembro e este foi o primeiro dos 7 censos a serem realizados numa região que mantém 7 manicômios em funcionamento.
Ao todo, a região tem 2600 pacientes e a interdição deste primeiro só foi possível pela histórica união de diferentes instituições publicas com força política para furar um esquema altamente organizado de controle da situação.
Importante mencionar que todas as tentativas de apuração de denúncias anteriores foram barradas por um promotor da região e que, pelos recentes movimentos, foi afastado de seu posto.
O que posso dizer neste momento em que o impacto do que vi, ouvi, senti e vivi, nestes dias é bastante brutal ainda (tudo o que todos viram pela matéria do "Conexão Reporter" continua acontecendo do mesmo jeito) é que não se sai impune de uma experiência como esta. Por um lado ela produz ,além da indignação, uma tristeza essencial, se posso dizer assim, e, por outro, uma força redobrada para entrar nos demais manicômios de SP (que tem 6 mil usuários) e do Brasil, transferir todos para Residências Terapêuticas, incluir alguns no "de volta para casa", etc, etc.
Esta é a proposta deste grupo interinstitucional; este é, dentre outros, o desafio maior da Reforma Psiquiátrica Brasileira em nosso tempo.
A divulgação dos dados deste primeiro Censo será na próxima 4a feira, dia 10/10.
abços fraternos
Cleusa
Por Emilia Alves de Sousa
"…uma força redobrada para entrar nos demais manicômios de SP (que tem 6 mil usuários) e do Brasil, transferir todos para Residências Terapêuticas, incluir alguns no "de volta para casa"
Uma proposta coerente, lúcida que merece o apoio de todos!
é isto ai cleuza, São propostas como que disparam o avanço da Reforma Psiquiátrica.
Belo trabalho! Ficaremos aguardando o compartilhamento dos resultados do censo realizado.
Desejo um ótimo trabalho para o grupo!
Bjs!
Emília