Humanizar primeiro: nascer depois
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Vida
A vida são deveres que nos trouxemos
para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas há tempo…
Quando se vê, já é 6ª feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
Se me dessem um dia outra oportunidade,
Eu nem olhava no relógio, seguiria sempre em frente
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e
inútil das oras…
Sentir primeiro, pensar depois.
Perdoar primeiro, julgar depois.
Amar primeiro, educar depois.
Esquecer primeiro, aprender depois.
Libertar primeiro, ensinar depois.
Alimentar primeiro, cantar depois.
Possuir primeiro, contemplar depois.
Agir primeiro, julgar depois.
Navegar primeiro, aportar depois.
Viver primeiro, morrer depois.
Fonte: Mário Quintana
Por Erasmo Ruiz
Claudia, que coisa linda trazer Quintana, Poeta que torna um cofre tão leve como uma pena e um fio de cabelo tão pesado quanto uma montanha…poeta que divaga entre a lamentação de findar e o prazer enorme de viver…poeta que faz uma cartografia do ser humano tão precisa quanto nossa imprecisão absoluta. DEixo um poema que fiz em homenagem ao seu centenário. Bj no coração!
Um século de Quintana (Erasmo Ruiz)
Silêncio…vai passar o mestre das palavras
uma criança escrevendo
com a sopinha de letras.
Um anjo sem asas
reclamando que a vida
tem a mania de passar rápida
ao ritmo dos passos
de uma diligente preguiça.
O azul incontido dos olhos
derrama-se bondoso
pelas frases cortantes
e a nós resta montar na utopia
torcendo como um deus mortal
que continuemos acreditando
na verdade ilusória dos milagres
pois a crença é autofágica.
O pão nosso de cada poesia
nos dai hoje
para seguir viagem
e buscar o impossível.
O sorriso de Quintana
com os olhos marejados
de morte e eternidade
está a espreita…e nos avisa:
"Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"