Formato de Gestão da Atenção Básica – Pós Humanização
Formato de Gestão da Atenção Básica I d.h.(depois da Humanização)
A PNH tem como um de seus princípios promover o protagonismo e autonomia dos profissionais de saúde em co-gerir um SUS que dá certo.
Após um ano, vivenciando os processos de intervenção proporcionados pelo percurso da pós graduação em Humanização da Atenção e Gestão do SUS, o que percebemos é o amadurecimento no trabalho, é a possibilidade de encontrar novas encruzilhadas e cartografar um mar de possibilidades, apostas e ofertas tanto para técnicos em saúde, quanto para usuários do Sistema de Saúde; além de entender o que precisa ser cerzido ou tecido em redes com a comunidade, para que o SUS encontre resolutividade a nível local e sirva como vitrine para que a nível regional outros caminhos apareçam e façam realmente o que nos propomos: a defesa da vida.
A partir desta vivência, podemos compreender que antes tínhamos um Sistema Único voltado para a redução das doenças, estruturado na atenção básica, média e alta complexidade, com pouca credibilidade na Atenção Básica, alto investimento na média e alta complexidade e baixa resolutividade e pouca comunicação entre todas as instâncias, . E isto nos coloca em questão: ao mudarmos o parâmetro deixamos a atenção exclusiva às doenças para promover a Defesa da Vida e aumentamos os investimos na atenção básica.
Não seria a hora de acordar que os problemas da comunidade têm voltado sem resposta? O alto investimento não poderia ser nas equipes? A comunicação dentro dessa equipe, usuários e comunidade precisa ser melhorada? As dificuldades dos usuários são realmente problemas de saúde ou como conseqüência acabam emergindo na saúde como sintomas de estilos de vida? As dificuldades dos usuários seriam sanadas com mudanças de hábitos?
Hoje conclui que na atenção chegamos a três modelos que dizem reduzir as distâncias entre o particular e o privado, a clínica e o coletivo. Ou seja, a atenção poderia se estabelecer dentro de três parâmetros:
– Atendimento clínico (independente de qual técnica: enfermagem, médica, psicológica, etc.). Atendimento clínico individualizado olhando através da clínica ampliada.
– Clínica Ampliada (profissional de referência + técnicos quando necessários)
– Formação de Redes Sociais (dados epidemiológicos +clínica ampliada com apoio matricial de redes de cuidados comunitários, com a preocupação de reunir instituições que atentassem para as necessidades do coletivo,com a preocupação de formular políticas públicas de saúde para dar conta das necessidades da comunidade). Isto lembra bem o que CAMPOS coloca que mais de 80% dos problemas não são da saúde mas, da falta de políticas públicas que dêem conta das condições de vida da comunidade.
Isso tudo evidencia que não estamos parando para olhar nossas realidades e o quanto de costuras precisamos fazer na busca do sistema único de saúde resolutivo.
Temos nos limitado a “apagar incêndios” dia-a-dia, enfraquecendo equipes, despotencializando potências. Enquanto que a briga com a vida é por problemas existenciais.
Romper com a política dos encaminhamentos para os diversos setores privados e voltar para o coletivo; para o público e com esse compor pequenas-grandes modificações no dia-a-dia possibilitando o apropriar-se de si mesmo, abrindo espaços para a autonomia e o protagonismo…ser autor e obra de si stesso.
Esse texto teve apreciação da Colega, Amiga Patrícia – Blumenau
E surgiu de uma experiência proposta por Liane Righi, consultora da PNH, Lúcia Crescente (Tutora do Curso de Humanização) em conjunto com a visita técnica dos Estagiários de Enfermagem e Fisioterapia da UNIJUI, resultado de um bom encontro. Aquele que desperta o desejo de, como dizia nossa amiga e apoiadora de Ajuricaba,RS, Luciana Rottili, "ler,pensar,escrever"…acrescenteria…desperta o desejo de existir.
Com carinho
Cláudia – Peju,RS 🙂
Por jacqueline abrantes gadelha
Cláudia,
Seu texto traz questões muito importantes para discussão na atenção básica e na construção do trabalho em equipe.Temos que exercitar a dúvida a cada momento do nosso fazer. Nossas ações diante do usuário aliviam o sofrimento ou causam maior sofrimento? Contribuem para a sua potencialização ou trazem constrangimento e dependência?
com carinho,
Jacqueline