Contorno do vazio
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Contorno do vazio
Desolado o ser busca alivio
Para a sua dor
Desconhece o que lhe aflige
Sofre a ausência
E o contorno do vazio o acaricia
Logo é capturado pelo medo
De não achar a saída…
Onde encontrar um lugar
Para representar a voz?
Quem estaria disposto a escutá-lo?
Existe algum remédio
Capaz de eliminar ou afastar
O mal-estar que lhe atormenta?
De que remédio se fala?
Que desenho tem a sua dor?
Qual é a história deste sujeito?
O que ele diz?
Entre as enunciações
O silêncio marca intervalos
Lágrimas afloram feito tempestade
E o nó na garganta
Expressão mórbida da angústia
Dá lugar a palavra…
Na sua essência os momentos de crise
São marcados pela dor
Mas também denunciam verdades
Noção do cenário de conflito
Reconhecimento dos limites
Oportunidade de mudanças…
O que o outro pode lhe oferecer?
Cuidado implica em co-responsabilidade.
E o tom de voz que circula na relação
Traz à tona a afetividade
Então, em que posso ajudá-lo?
Conte-me a sua história…
Denize R. S. Mafalda
Apoiadora da UP Minuano
Por jacqueline abrantes gadelha
Lindo, Denize!
Sua poesia me fez lembrar José Saramago no "ensaio sobre a cegueira": "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". Penso que a PNH tem esses olhos que nos conduzem fazendo a reconstrução dos afetos.
Com carinho,
Jacqueline