Parafraseando: Histórias que a TV contou
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo quer implantar um exame obrigatório para a liberação do exercício profissional dos médicos recém-formados. Está na página do Jornal Nacional:
Em São Paulo, outro exame, o do Conselho Regional de Medicina, comprovou a piora na qualidade do ensino. O índice de reprovados, que era de 31% dos formandos em 2005, subiu para 56% no ano passado. O Conselho diz que há uma relação direta entre denúncias de maus profissionais e as escolas menos qualificadas. O diretor defende um exame obrigatório aplicado por uma instituição independente como requisito para exercer a profissão. “Só assim a sociedade estará segura de que os médicos que estão atendendo têm boa formação ou potencial de desenvolver um bom atendimento”, disse Bráulio Luna, diretor do Conselho Regional de Medicina (SP). Uma pesquisa feita a partir de questionários com médicos saídos das faculdades de medicina mostrou que de cada dez médicos, seis não foram aprovados no teste que continha perguntas simples (grifo meu).
Fico imaginando que perguntas eram. Avaliaram também que o número de médicos que o país está formando é superior aos números dos Estados Unidos cuja população é maior que a do Brasil. Também fico me perguntando se a preocupação é mesmo só com a qualidade. Já pensou termos médicos excendentes no mercado de trabalho e que aceitem trabalhar no serviço público de saúde, hoje setor de maior oferta de emprego? Ouvi a Secretária Adjunta da SMS/Natal defender a necessidade de redefinir, no PSF, a redução da jornada de 40 horas de trabalho do médico (só do médico), haja vista que a Secretaria não tem dificuldade para fazer a lotação dos outros profissionais de saúde. Essa idéia reforça o esforço das instituições médicas em manter as Secretarias de Saúde como refém dessas corporações. Não é que a qualidade do profissional médico não mereça ser discutida. A qualidade precisa ser vista em todos as áreas de formação, inclusive dos profissionais que já estão atuando no mercado. Mas, o que há por trás disso? Também vi um pai chorando a perda do filho de 8 anos com dengue hemorrágica no Rio há 10 meses, lembrando que estava numa das melhores clínicas particulares onde a médica afirmava que o menino não tinha dengue. A preocupação é mesmo só com a qualidade?