“A Política Nacional de Humanização tem tarefa similar ao do Conselho Nacional de Saúde: ser uma voz da sociedade nos meios da gestão sanitária brasileira.” Essa foi a colocação da conselheira e representante do movimento negro Jurema Werneck, após a apresentação do HumanizaSUS na primeira reunião do Conselho em 2009, dia 14 de janeiro.
A partir dos avanços e desafios do SUS, o coordenador da PNH Dário Pasche explicou aos mais de 40 conselheiros presentes, os princípios, diretrizes e método do HumanizaSUS, enfatizando a necessidade de inclusão de gestores, trabalhadores e usuários na produção de saúde. “A PNH tem se afirmado como movimento social e político de discussão e defesa do SUS. Ela cria espaços de debate que colocam em questão temas cruciais como a organização do trabalho no SUS.” Afirmou ele.
O conselheiro Geraldo Adão lembrou importantes iniciativas da Humanização como o prêmio Davi Capistrano, que trouxe à tona experiências em humanização da saúde pelo Brasil. Os conselheiros ressaltaram a necessidade de divulgação das atuais experiências e também a presença da própria PNH nos meios de comunicação do Conselho Nacional de Saúde e dos conselhos estaduais e municipais do Brasil. Além disso, cada comissão do Conselho deverá pautar a humanização em suas próximas discussões.
“Incluir a humanização nesse espaço de formulação de políticas e debate com representantes de diferentes setores da saúde pública brasileira tem relevância ímpar.” ressaltou Pasche, que espera ampliar ainda mais a articulação da PNH junto à agenda do Conselho.
Durante a apresentação, houve espaço também para divulgação dos novos dispositivos da PNH, a Rede HumanizaSUS e a Mostra Interativa HumanizaSUS, o SUS que dá certo. O Conselho também foi convidado participar e divulgar o 2º Seminário Nacional de Humanização Trocando experiências. Aprimorando o SUS, que acontecerá de 08 a 10 de julho de 2009 em Brasília – DF.
(Fotos: Karina Fontes Zambrana)
Por Eduardo Passos
A PNH no CNS confirma a missão do HumanizaSUS.
Fico muito feliz por saber da apresentação da PNH no CNS. Certamente a política esteve muito bem representada com Dário apresentando o ideário da PNH aos conselheiros. A fala de Jurema Werneck indica o sucesso da exposição quando conclui a identidade de missão entre CNS e PNH: ambos são expressão do SUS enquanto movimento social. Neste momento em que a PNH discute seu processo de institucionalização é muito significativo estarmos presentes neste importante espaço de institucinalidade do SUS. Estarmos ocupando estes espaços é doravante o desafio da PNH, sem que percamos de vista nossa maior vocação: estar no limite das instituições, nesta zona de fronteira onde encontramos os movimentos instituintes, o poder constituinte dos processos de criação – lá onde o SUS se faz como movimento social ou força da multidão.