Da Maternidade eu espero…
Depois de um ano fervoroso para os movimentos pela humanização do parto e nascimento no Brasil, aconteceu em 19/11/2012 o SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE CENTROS DE PARTO NORMAL, organizado pela OPAS em Brasília, DF
Com o objetivo de incentivar a implementação qualificada dos Centros de Parto Normal e a humanização do parto e nascimento, o foco principal do seminário foi a troca de experiencia de diferentes instituições governamentais e não governamentais e o relato de diferentes atores desse processo.
Em uma das mesas, foi apresentado um vídeo emocionante pelo grupo Samaúma de Campinas, intitulado "Da maternidade eu espero…" No vídeo são registradas falas, expectativas, imagens e desejos de mães, pais e profissionais sobre as instituições de parto e nascimento no Brasil…
Vale a pena conferir!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
“Sonhava que haviam de ser perfeitas as mulheres por serem escolhidas para a maternidade, a construírem pessoas dentro de si. As mulheres construíam as pessoas meticulosamente, sem sequer olharem ou se preocuparem demasiado com isso. Construíam-lhes cada osso, cada veia e cada fio de cabelo. E depois abanavam-se e provocavam o embalo das águas interiores que suavemente desenhavam os dedos das pessoas a construir. O Crisóstomo pensava que as mulheres assinavam cada filho. Assinavam na pele de cada filho, nunca repetindo entre elas os códigos com que para sempre distinguiam uma a uma, as pessoas que construíam. O Crisóstomo pensava que a construção acontecia como no mar profundo e que as mulheres eram profundas e os filhos seres de água. Ele sonhava que sob o barco vogavam na água escura da noite milhões de filhos enroscados sobre si mesmos à espera do milagre do chamamento das mulheres” ( O Filho de Mil Homens – Wálter Hugo Mãe – Cosac Naif ).