Reflexões sobre o Seminário Nordeste de Humanização do SUS

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O Seminário Nordeste de Humanização do SUS que aconteceu nos dias 26 e 27 em Natal-RN trouxe algumas reflexões importantes para o cenário das práticas realizadas pelos apoiadores institucionais.

As rodas de conversas, que aconteceram durante os dois dias do evento, nos proporcionou inquietações sobre que tipo de apoio temos conseguido realizar nos nossos serviços?
A fala do coordenador  Nacional da Política de Humanização (PNH), Gustavo Nunes,   sobre “O papel da PNH na conjuntura do SUS”, nos convoca para reaquecer a pauta da humanização no cenário do SUS. Segundo ele, a ideia é ativar o diálogo, os coletivos, provocar a mobilização sem diluir e apagar as diferenças. “Precisamos pensar junto que lugar é esse que a PNH habita e como conseguimos habitar esses lugares de maneira crítica?”.
Nunes diz que é preciso reacender a militância política para ultrapassar e superar os lugares já instituídos. “É hora de mobilização, discutir política pública porque o que vai sustentar o Sistema Único de Saúde (SUS) é o pacto social no cotidiano dos serviços”, explica.
A segunda roda foi ministrada pelas professoras Simone Paulon(UFRGS/RS) e Magda Dimenstein (UFRN), que abordaram o tema “ Produção de Saúde, produção de sujeitos e coletivos na saúde”. A perspectiva apresentada foi de que quando a gente parte da concepção de negociação e pactuação ajuda a entender como pensar a vida de forma mutável, com possibilidades de fazer vínculos e trabalhar e produzir saúde com protagonismo de sujeitos.
Como contribuição para a Roda, a Consultora da PNH, Annatália Gomes, chama atenção para a subjetividade na saúde e como a gente tem se permitido escutar o outro na diferença, nos estranhamentos, dialogando e negociando com esse outro sem encarcerá-lo. “Esse deve ser um exercício cotidiano profundo do apoiador”. Segundo ela, o método é o da tríplice inclusão: sujeitos, analisadores sociais e coletivos.
No segundo dia (27), a Conversa Afiada foi sobre o Apoio institucional e a PNH na consolidação do SUS em rede com a facilitadora Georgia Sibele (UFRN). Ela nos fez refletir sobre o papel do apoiador. Segundo ela, “a que será que se destina o trabalho do Apoiador?” Ela provoca a discussão com várias inquietações: produzimos subjetividade sempre, mas será que nos escutamos verdadeiramente o que sentimos enquanto produzimos? Ela acrescenta que subjetividade sempre, mas nem sempre intersubjetividade –ENTRE- no local em que a vida acontece.
Sibele  ministrou a Roda de forma clara e construtiva e nos fez olhar corajosamente para o como estamos fazendo nosso apoio. refletindo como habitar a casa do outro, sem se apossar. E interroga mais uma vez: é possível fundir horizontes? Para ela o importante é o ENTRE e agir conforme a possibilidade, não esperar o grande dia.
Ela compara o trabalho do apoiador ao Deus Hermes, como o de um interprete, com capacidade de ser habilidoso com as palavras, transitar entre as dores e, sempre, considerar a possibilidade da verdade ser do outro. Sibele faz uma costura perfeita da construção do papel do apoiador, fazendo uma reflexão do habitar sem ocupar; habilidade com as palavras; transitar nas sombras e finaliza com a subjetividade do ENTRE-NÓS.
Ela nos coloca algumas inquietações para a reflexão: Consigo me reconhecer enquanto apoiador? Que tipo de apoio tenho conseguido realizar? Tenho dúvidas quanto a esse lugar, essa prática? O que necessito para fazer o papel de apoiador? Do que não devo abrir mão como apoiador?
Durante todo o evento as rodas foram intercaladas com trabalhos de grupos com rodas temáticas sobre Humanização do Parto e Nascimento; Saúde Mental, Àlcool e outras Drogas, Atenção Básica, Acolhimento, Saúde e Trabalho; Participação dos Usuários e Formação da Pesquisa em Humanização do SUS.
Acolhida aos Participantes
A equipe do Rio Grande do Norte e Ministério da Saúde estão de parabéns pela acolhida aos participantes e organização do evento.
Participação
Estavam participando do evento s nove estados que integram o NE 1 e NE 2 e o Piauí foi representado pela enfermeira, Jesus Mousinho (HUT); psicóloga Clara Noleto (MDER), a publicitária,Iolí Piauilino(SESAPI), a fonoaudióloga Clara Andrade(MDER) e pela jornalista, Fátima Oliveira(HGV).