SER OU NÃO SER EIS A QUESTÃO! a profissão enfermagem….Autor Enf Marcel Nobre
SER OU NÃO SER EIS A QUESTÃO!
a profissão enfermagem vem sendo alvo direto de várias criticas, desde o momento em que passou a lutar por uma jornada de trabalho melhor. não obstante surpreende-me quanta ignorância ainda permeia quanto a entender essa profissão, lamentavelmente o ostracismo existente não só por uma população que ignorante que só enxerga saúde na concepção médica (ou seja só o médico produz saúde) mas também de outros profissionais que ainda acreditam que tal luta é desnecessária e exagerada. Bem ao contrário do que muitos pensam a enfermagem é uma profissão que possui uma tradição secular no cuidado de pacientes, e ao contrário do que muitos pensam várias técnicas que hoje são atribuídos a certas categorias profissionais foram criadas pelos enfermeiros, é uma profissão que aprimorou-se no decorrer dos anos, ganhou conhecimento científico, especializações, mestrados, doutorado, tudo isso para recriar uma prática assistencial antiga. porem ainda seguindo uma legislação antiga, escravista, dominadora, que limita muito as suas ações. não entender quanto sofre um profissional que tem que (por motivos de um péssimo salario) realizar um grande numero de plantões e ainda enfrentar uma jornada elevada de trabalho, e atender ainda um numero de pacientes exageradamente, é ser sem duvida ignorante! como que um profissional de chegar enfrentar 48 horas de trabalho vai realizar a tal humanização? acolhimento? ora isso são conceitos bonitos que nunca irão se realizar. é muito comodo para certos profissionais que não ficam cuidando diretamente dos nossos pacientes, achar que o serviço é simples, sem complexidade. lamentavelmente a enfermagem ainda fica em segundo plano no processo de cuidar. vista sempre como um "ajudante", um simples "auxílio" . imaginem como é chegar as 6:00 da manha em uma unidade com 50 pacientes, ai existem apenas 4 técnicos, preparar todos para o banho, afinal os demais colegas da saúde não conseguem atender se o paciente estiver "sujo", considere ainda nesta unidade a existência de pelo menos 10 pacientes com dependência total, lembrando que ainda tem os curativos, as trocas de sonda, os preparos para exames, os acompanhantes que sempre sabem tudo sobre seu parente internado (inclusive cuidar????), preparar e administrar as medicações (tem pacientes que chegam a ter 15 medicações prescritas), administrar as dietas, reiniciar o banho novamente porque aquele paciente acamado que acabou de ser trocado, evacuou e necessita novamente de higienização. bem ainda não falamos do fato dos relatorios, que devem ser feitos com padrão SAE (chega ser irônico), contagem de materiais, suprimentos, e ainda ir na outra unidade para fazer a supervisão, dimensionar funcionários (visto a carência existente), atender as intercorrências, afinal nem todos os setores tem equipe completa, ainda irônicamente ser chamado de "ENFERMESOS", porque temos uma burocracia intensa para resolver, como remarcar exames, cirurgias, ver vagas em outros setores, providenciar mais leitos (mesmo sem ter funcionários), tentar montar uma escala que agrade gregos e troianos…. enfim uma infinidade de serviços que simplesmente as pessoas NÃO ENXERGAM…isto por,12 24 36 ate 48 horas, alguém já viu como fica esse profissional? alguém esta enxergando que a cada dia mais e mais membros da enfermagem adoecem?se afastam de suas rotinas porque literalmente estão se deteriorando? lamentavelmente lutar por 30 horas é mais do que uma simples diminuição de horário de serviço, é ter dignidade, é poder ser humano também, é propiciar ao paciente, respeito, atenção, carinho, HUMANIZAÇÃO.
reflita bastante antes de falar das 30 horas, ao contrário do que já ate se publicou em imprensa, nao estamos sendo PREGUIÇOSOS, estamos sendo humanos…. quem tu queres que te atenda, o profissional estressado, cansado, fadigado, que tem 50 pacientes para medicar, ou aquele integro?
marcel dos santos nobre -enfermeiro
no facebook em 15/04/2013. com autorização do autor!