Tenho acompanhado/supervisionado a equipe do Consultório na Rua de Campinas. Além de ser uma experiência rica, tem sido muito importante estar junto de uma equipe comprometida com a vida destas pessoas em situação de extrema vulnerabilidade que fazem os princípios do SUS alcançar alto grau de força e expressão. Vejam parte da reportagem!
8 Comentários
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Oi Sabrina,
a confusão seria bem maior. A repórter procurou a equipe com um pauta fechada e bem complicada. A coordenadora disse que ia responder perguntas e propôs que a repórter acompanhassem eles por meia hora e depois formulasse as questões. Depois de meia hora a repórter ficou encantada com o trabalho mudando o enfoque. Apesar de algumas confusões como chamar de ambulatório de rua e outros detalhes, a reportagem mobilizou a equipe de reportagem. Bem legal! O contexto de Campinas está bem complicado, mas está havendo uma importante mobilização social. Vamos nessa! O consultório na rua é uma pedra preciosa que precisa ser cuidada para evitar as utilizações perversas!
abçs
Tadeu
Por Ricardo Teixeira
Muito legal esse relato, Tadeu!
Não é uma informação secundária no seu post saber da estratégia adotada pela equipe para modificar a "pauta" da reportagem. Muito interessante e instrutivo!
Abs,
Ricardo
E também de estratégia de contágio proposta à reporter, levando-a a mudar a abordagem da pauta.
Iza
Por Cláudia Matthes
Tadeu, encanta essa experiência, realizada em grande centros, sabes dizer onde se podem encontrar materiais sobre isso, muito me encanta.
bjus
Peju
A nova gestão municipal em Campinas tentou adotar recentemente, em relação à saúde mental, a política do fato consumado, surpreendendo a todos com o anúncio da proposta de implantação do CRATOD, Centro de Referência de Alcool, Tabaco e outras Drogas, em parceria com o governo do estado com a presença do próprio governador Geraldo Alckmin no município. O CRATOD viria (ou virá?) como uma porta de entrada para a política de internação compulsória, com 200 leitos em hospital geral em uma cidade da região já contratados para receber os usuários e encaminhá-los para as comunidades terapêuticas. Como é sabido, Campinas em que pese todas as dificuldades de diferentes ordens, institucionais, financeiras e políticas, possui provavelmente a mais extensa e abrangente rede de saúde mental pública do país, construída em parceria com o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira.
Esta rede foi constituída com base nos princípios da reforma psiquiátrica, implementando todas as suas propostas e vem resistindo bravamente pela capacidade de organização e determinação dos seus trabalhadores e gestores.
Houve uma reação imediata dos trabalhadores e militantes da luta antimanicomial ao anúncio do CRATOD e do que ele representa de retrocesso em relação aos princípios da política de saúde mental que defendemos, o que teria determinado um recuo da Secretaria de Saúde, pelo menos a princípio. Como consequência desta movimentação o Conselho Municipal de Saúde agendou um debate específico sobre a saúde mental no próximo dia 8 de maio. Foi também deflagrado o movimento Resiste Campinas, mobilizacão para resistir ao desmonte da Rede de Atenção Psicossocial que estará reunindo no dia 30 de abril na Câmara Municipal, militantes históricos da luta antimanicomial do país incluindo representantes do Ministério da Saúde. E ontem, dia 18 de abril, a Subcomissão para Acompanhamento das Políticas Públicas para o Abuso de Substâncias em Campinas presidida pelo vereador Pedro Tourinho, organizou um excelente debate sobre "Quem é o usuário de drogas?".
Esta reportagem, que encantou a equipe de jornalismo, como comentou nosso querido Tadeu, mostra um dos dispositivos de nossa rede, que na medida em que seja bem financiada e ampliada e já contando com o trabalho sério e comprometido dos seus profissionais, poderá continuar enfrentando os desafios da construção de uma política de cuidados que respeita o usuário como um cidadão de direitos.
Por Ricardo Teixeira
Querida Bete,
Assim como o comentário abaixo do Tadeu nos instrui sobre possibilidades de "cativar a mídia" (veja meu comentário ao comentário), Campinas nos ensina que a resistência não é apenas "reação negativa" às investidas microfascistas, mas "afirmação positiva" de outros modos de fazer.
Resistência = afirmação da vida!
Beijos,
Ricardo
Por patrinutri
Com certeza esta modalidade de atenção está diretamente vinculada ao princípio da Universalidade do SUS. A garantia do acesso é uma das diretrizes básicas desta proposta tão bem viabilizada pelo equipe de Campinas e tantas outras pelo Brasil.
Estar onde as pessoas precisam é promover um cuidado sem preconceitos, é não escolher ou classificar quem vai ou não receber cuidado, mas aquele que demanda tal atitude da equipe. Relação esta baseada na construção de vínculo e não na imposição por poder de conhecimento clínico.
Respeito as diferenças, aos diferentes, valorizando quem são pela defesa da vida!
Que maravilhosa proposta: SUS em sua plenitude de princípios!
Parabéns a esta equipe! Valeu Tadeu por compartilhar conosco esta experiência!
Patrícia S C Silva
Blumenau SC
Por Sabrina Ferigato
Oi Tadeu!
Achei ótima sua iniciativa de postar essa experiência. Ao assistir as reportagens, apesar das chamadas inadequadas, achei importante que o conteúdo da notícia nos lembra que a finalidade do consultório da rua, é para o cuidado de sujeitos singulares em situação de rua, com necessidades singulares de saúde, e não apenas para "viciados em drogas", mas também para pessoas em uso nocivo de substâncias psicoativo.
Acho que no contexto atual campineiro, um grande desafio para a equipe será resistir à encomenta da gestão atual de que o consultório na rua seja mais um dos braços do Estado que trazem os moradores de rua para as internações compulsórias ou involuntárias…
Conheço diversos trabalhadores dessa equipe e como vc, sei que são pessoas comprometidas com a rede de atenção, com os direitos humanos e com a produção de vida e a autonomia das pessoas. Parabéns pelo trabalho que vcs têm desenvolvido e força para resistir aos movimentos conservadores e manicomiais que se atualizam sempre que podem…
Sabrina