Compartilhando desafios do Acolhimento e Classificação de risco nos Hospitais Gerais
Bom dia comunidade HumanizaSUS!
Nas últimas semanas recebemos dois e-mails no nosso formulário de contato de enfermeiras de diferentes instituições hospitalares relatando suas dificuldades para a implementação do acolhimento e classificação de risco (ACCR) em suas experiências. Entre as dificuldades citadas elas destacam:
– A dificuldade para a enfermagem realizar triagem em hospitais que ainda não implementaram o ACCR
– A pressão da gestão sobre os profissionais para ‘desafogar’ a espera no hospital
– A ausência de médicos no PSF e a insegurança vivida pela enfermagem que é orientada a encaminhar casos da Atenção Básica para ESF, sabendo da falta de estrutura nas unidades básicas de saúde. O encaminhamento ao PSF sem o atendimento médico esta de acordo com a Humanização?
– A dificuldade de superar a cultura hospitalocêntrica dos profissionais e da população, que quando é direcionada a procurar a Unidade Básica de Saúde, sentem-se desassistidas pelo hospital, às vezes reagindo de forma hostil com os profissionais do hospital.
Como editores/cuidadores da RHS, acreditamos que essas dificuldades podem ser compartilhadas por outros trabalhadores, gestores e usuários da rede hospitalar e nesse caso, a troca de experiências e de soluções utilizadas para superar esses desafios serão bem vindas. Contamos também com o matriciamento em rede dos nossos consultores , profissionais e usuários que sintam-se potentes para isso…
Quem pode contribuir para o enfrentamento desses desafios?
Leitura sugerida:
– CARTILHA Acolhimento e Classificação de risco nos serviços de urgência – PNH
AbraSUS
Coletivo de editores/cuidadores da RHS
Por Sabrina Ferigato
Discutindo esse tema na nossa lista de e-mails, fica a dica do nosso companheiro Ricardo Teixeira (que autorizou essa publicação):
"Encaminhar os "verdes" para a atenção básica é conduta protocolar. Ou seja, não está errada em si. O problema é o que ela relata: a atenção básica acaba não acolhendo (ou dando conta, em bom português) e uma parcela da população fica desassistida.
O problema, no caso, não está no ACCR, mas na falta de atenção básica resolutiva e de REDE!
Isso ensina, entretanto, o que a PNH sempre afirmou: ACCR não pode ser "implantado" de forma protocolar! Muitas outras políticas e mesmo "empresas de consultoria" têm implantado ACCR por aí. O diferencial da PNH é o "modo da implantação": tem que ser conduzido pelo coletivo dos trabalhadores do serviço, num processo de discussão e análise do próprio trabalho, o que inclui discutir a REDE em que aquele serviço de emergência está inserido. ACCR é dispositivo para FAZER REDE e não "protocolo" para simplesmente desafogar a porta da emergência!"