O absurdo, o inusitado, o novo
Quero compartilhar com vocês uma experiência que tive quando ministrei aula de instalações elétricas num curso de Arquitetura e Urbanismo, sendo eu engenheiro civil. Numa avaliação escrita exigida pela administração do curso entreguei aos alunos individualmente um projeto arquitetônico para que os mesmos escolhessem um setor e elaborassem um projeto de instalações elétricas. Poderiam consultar todos os seus apontamentos de sala de aula, livros, tabelas, etc. Apesar da dificuldade de análise do trabalho de cada aluno para fazer uma “avaliação”, o resultado foi bastante surpreendente! A locação do quadro de energia (disjuntores), das tomadas, dos interruptores, da tubulação, da disposição do mobiliário (geladeira, ar condicionado, eletrodomésticos, etc.) foi de uma criatividade incrível! Cada aluno, desnudo de (pré)conceitos, utilizou o seu saber ainda imberbe, para apresentar a sua criação. O quadro de energia, por exemplo, que no nosso saber de engenheiro deve se localizar o mais central possível em relação à construção (por questões de economia, diminuição de bitola de fios, racionalidade, etc.) apareceu nos mais inusitados lugares: na frente, no fundo, externo, na garagem, na área de serviço, etc. As tomadas e passagem de tubulação, então ….. Bem, mas o mais impressionante é que todas estas situações, por mais “absurdas” que fossem, tinham uma justificativa plausível (pelo menos no conceito do aluno!). E eu como “professor” e “avaliador” tive que desnudar dos MEUS (pré)conceitos, cumprindo com a missão imposta pela instituição de ensino (aplicar uma “prova escrita”), mas aproveitando a oportunidade para enriquecimento do meu saber. Cá entre nós, eu não sabia que existiam tantas possibilidades num simples projeto elétrico!!!