PROCURANDO OUTROS PARADIGMAS PARA A EDUCAÇÃO

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Queridos todos, estou tateando ainda o espaço do fórum de discussão, por essa razão peço-lhes perdão, se eu estiver postando algo no fórum errado…
Tive muitas dificuldades para acessar a comunidade e só recentemente o problema foi resolvido!!!
Considerando que a proposta do curso é promover apropriação de conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde, com destaque para as políticas de saúde e as racionalidades que irão impactar na ambiência, não dá para ficar de fora, pois, para mim, esse tema é uma paixão dominante!
Li os textos "Procurando outros paradigmas para a educação" escrito por Elizabeth Barros de Barros e O Processo de Trabalho em Saúde (texto adaptado para o Curso de Formação de Facilitadores de Educação Permanente) e gostaria de compartilhar algumas descobertas e percepções, acredito eu, que abrem caminhos e/ou possibilitam a sua abertura, para que os apoiadores quer como autor ou como ator das mudanças necessárias nas relações de trabalho e da formação em saúde promovam  a ambiência desejada nos espaços físicos dos serviços de saúde onde atuamos e que seja ao mesmo tempo responsável /sustentável.
No texto de Beth Barros destaco a seguir alguns aspectos que precisamos estar lembrados quando estivermos diante de profissionais, trabalhadores ou colaboradores da saúde acríticos, apáticos, descrentes, individualistas, 100% racionais, auto suficientes, céticos, … quando chamados a participar de uma roda de conversa tendo em vista discutir melhorias em nossas unidades, por exemplo;
– as práticas educacionais e sua legitimação estão ancoradas no paradigma da ciência moderna… que pertencem a lógica cartesiana, onde a prioridade é dada à organização racional e ao conhecimento especializado. O estranho é que universalmente não se reconhece o valor de outra forma de conhecimento que não seja o produzido nessa lógica!
– citando Rocha 1993, p. 7, … embate entre racionalidade dos meios e irracionalidade dos fins; consciência reificada de indivíduos cada vez mais submetidos às leis do capital; desenvolvimento tecnológico e promessas de qualidade de vida e abundância em oposição a desigualdade, sociedade de consumo e leis de mercado.
– a pedagogia e suas práticas não são, em muitas situações, entendidas como mecanismos de poder, ou seja, fábricas de subjetividade, máquinas de fazer falar, pensar e sentir, apesar de sermos seres pensantes e dotados da capacidade de pensar;
– o processo de aprendizagem constituído por dispositivos que produzem e disciplinam a ordem pedagógica (punição e recompensa articulados, os exames, as regras disciplinares, entre outros, colocam e recolocam, permanentemente, o alunado na lógica do funcionamento social dominante.
Considerando estes aspectos é possível entender o que essas concepções hegemônicas geram sobre o ideal de profissional competente  e também daquilo que o faz sentir-se realizado, confortável, estável…
Contudo o papel produtivo/produtor da pedagogia, alega Beth,  precisa ser resgatado de modo a desenvolver subjetividades e medie o desenvolvimento dos indivíduos. Vista dessa maneira a lógica da formação deve utilizar outras ferramentas teórico metodológicas que se expressam por meio de perguntas e estratégias analíticas de descrição que incorporem à dimensão de pesquisa os fatos à própria vida.
A autora nos faz perceber a necessidade de superar o paradigma científico e práticas educacionais regidas pela lógica do capital. E para isso faz-se necessário "recusar os lugares fixos","desmontar verdades", admitir "afirmações provisórias" e possibilidade de mudança no pensar/agir (interpretação em lugar de postulação) em função da relação natural do ser humano com o seu objeto de trabalho, "procurando a pluralidade e a singularidade das práticas, inventando formas específicas de experimentação que são transformadas continuamente".
Assim pensando, a questão colocada é como superar os paradigmas instituídos pela educação baseada no cientificismo, que aborta a dimensão do movimento de criação e deixa de privilegiar a ética, a estética e o político?
A autora apresenta “As árvores do Conhecimento” resultante da pesquisa de Pierre Levy e Michel Authier, que coloca em questão a perspectiva cientificista em suas práticas institucionalizadas e o ensino tradicional, apontado como “diluidor das lutas coletivas da sociedade”.
As árvores do conhecimento buscam a construção de um espaço democrático, aonde se pode responder às exigências contemporâneas do saber; persegue o objetivo de inventar outras formas de produção de conhecimento, sem contudo, questionar a importância da transmissão de conhecimentos sistematizados ao longo do processo de ensino.
Essa proposta visa por em evidência, dar visibilidade a saberes e conhecimentos mais amplos do que os contemplados pela escola, ampliando seu campo de atuação e  fazendo os membros de um determinado grupo sentirem-se incluídos nesse espaço de conhecimento (comunidades de conhecimento). A relevância desta proposta é que ela abre espaço para a escola mais democrática, para inclusive, pensar e repensar as lutas no campo social.
A reflexão é profunda e me deu pistas importantes para os momentos desafiadores da constituição de uma comunidade de aprendizagem, algo que as unidades de produção poderão utilizar e se beneficiar para fortalecer-se, melhorar seu desempenho frente aos desafios cotidiano.

Refletir sobre este tema já nos coloca em estado de busca! Se conscientes, devemos protagonizar o próprio detetive da questão de novos paradigmas educacionais que produzam verdadeiros sujeitos. Sujeitos críticos, coletivos, desejosos e capazes de pensar e agir para solucionar  de modo efetivo e eficaz os dilemas nos quais se encontram. Seguimos conversando,…

AbraSUS UP,