O NASF vai ao CAPS – Humanização do cuidado na rede

14 votos

Para constituir essa rede, todos os recursos afetivos (relações pessoais, familiares, amigos etc.), sanitários (serviços de saúde), sociais (moradia, trabalho, escola, esporte etc.), econômicos (dinheiro, previdência etc.), culturais, religiosos e de lazer estão convocados para potencializar as equipes de saúde nos esforços de cuidado e reabilitação psicossocial (BRASIL, 2004a, p.11).

 

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) está inserido na rede de saúde de Biguaçu, sendo um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem dos mais variados tipos de transtornos mentais, oferecendo o acompanhamento clínico e a reinserção social.

A equipe do NASF vem realizando ações educativas no CAPS, apostando na troca de saberes, integrando usuários e profissionais da rede, para uma melhor compreensão do “estar doente” em cada sujeito e o que a doença representa na vida de cada um. As oficinas multiprofissionais envolvem a Nutrição, Fisioterapia e Educação Física, nas quais são desenvolvidas dinâmicas de educação nutricional, práticas corporais e relaxamento.

Com auxílio da equipe, a nutricionista, através de dinâmicas, ficou interada sobre a alimentação e os gostos de cada integrante presente, podendo assim, desenvolver uma reflexão sobre a importância da alimentação saudável para melhora da qualidade de vida. Proporcionando a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) dos usuários, que segundo o Conselho de Nutrição é um procedimento realizado pelo nutricionista junto a indivíduos ou grupos populacionais, considerando as interações e significados que compõem o fenômeno do comportamento alimentar, para aconselhar mudanças necessárias a uma readequação dos hábitos alimentares.

Junto às práticas nutricionais, a fisioterapeuta e o educador físico, trabalham com oficinas de expressão corporal através de exercícios de alongamento global, percepção corporal, concentração, relaxamento, automassagem e massagem. O alongamento como prática para o bom funcionamento do corpo, vem proporcionando vários benefícios a esses usuários: melhora da consciência corporal, diminuição do estresse e das tensões musculares obtidas no decorrer do dia, sensação de bem estar, auxílio no bom alinhamento postural e até no preparo do organismo para realizar outros tipos de atividades físicas.

A massagem e a automassagem, combinam perfeitamente com movimentos de alongamento. O ato de massagear a si mesmo é uma ação de conforto pessoal. Durante a prática, a pessoa adquire maior consciência de si mesma e passa a se conhecer melhor. Os benefícios do toque vão além e auxiliam o indivíduo na prevenção, manutenção e promoção da saúde física e emocional. Além de ser uma das maneiras mais importantes de comunicação não verbal1, o “ato de tocar é sempre apontado como um tipo especial de proximidade, pois quando uma pessoa toca a outra, a reciprocidade é inevitável” 1.

Através deste projeto, os usuários são convidados a participar e reagir diante de algumas situações intrínsecas ao espaço terapêutico, possibilitando em alguns momentos fazer com que eles percebam que é possível dar conta de demandas pessoais.

Uma parceria que propicia momentos de inclusão e ampliação do conhecimento, enquanto sujeitos em busca de autonomia e sociabilidade, e espaço de encontro multidisciplinar. Desconstruindo a realidade manicomial, que muitos ali vivenciaram, e possibilitando novos encontros, oferecendo acompanhamento profissional e contribuindo para a ressignificação do cuidado em saúde mental.

 

 

 

Referência

ARAUJO e SILVA – Toque: qual o uso atual pelo enfermeiro? Rev. Latino-am. Enfermagem, Ribeir„o Preto, v. 6, n. 2, p. 17-22, abril 1998.

Nutricionista – Franciely A. Pacheco,
Fisioterapeuta – Patrícia Mara Maia,
Educador Físico – Arlindo Neis Netto.