Prezados,
em 2006, a partir da longa caminhada do meu pai por hospitais (um câncer raro), escrevi uma série de poemas voltados à Saúde. Hoje, ele já se foi, mas um grande amigo encontra-se em situação semelhante. Lembrei então desses poemas, que começo a postar aqui, para que eventualmente possam chegar a outras pessoas que necessitem de conforto…:
SONETO DE SAÚDE (I)
Doença é um momento de balanço.
É pausa essencial, não-programada.
O corpo diz: “existo, logo canso”
e pede um intervalo na jornada.
Saúde é um conceito relativo,
mas, neste mundo, o que é absoluto ?
Tudo é mudança. Isso é estar vivo:
ver como é único cada minuto.
Tumor atinge o corpo: está restrito.
Amor é absoluto: atinge a alma.
Assim, o Amor revela o infinito.
Apreender da Vida sua essência
demanda tempo, exige muita calma.
Doença é o acordar da existência.
Paulo Roxo Barja
12 Comentários
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Por Paulo Barja
Djairo,
agradeço o comentário e sua sensibilidade na compreensão do que considero essencial, que é esse olhar renovado sobre nossas experiências. Abraço!
Por Sabrina Ferigato
Paulo, que lindo!!
Por favor, continue nos presenteando com esses seus poemas, produtores de vida!
Aproveito a ocasião para lembra-lo de uma ocasião que podem se beneficiar do seu trabalho:
Está rolando o concurso cultural da PNH, onde estão sendo enviados por trabalhadores da rede videos com duração de até 05 minutos para a formulação do vídeo institucional da Política Nacional de humanização. Vc já tem vários videos prontos e postados aqui na RHS que falam da sua experiência de humanização a partir da música. Vc inscreveu algum deles no concurso? Se não aproveite. O link tá no canto superior direito dessa página.
Por Paulo Barja
Oi Sabrina,
muito obrigado pelo comentário. Aos poucos vou postar a sequência dessa série poética sobre Saúde. Também agradeço muitíssimo pelo toque sobre o concurso: tenho acessado pouco a rede e não sabia… inscrevi um vídeo agorinha, acho que nos últimos momentos do prazo. Valeu!
obrigada pela delicadeza do olhar, Paulo!
Por Paulo Barja
Cara Iza, eu é que agradeço… acho que delicadeza compartilhada é delicadeza multiplicada, e você faz parte disso. Gosto de pensar que poesia é sempre criação coletiva nesse sentido, do olhar afetivo do próximo que multiplica o sentido.
Abraço carinhoso,
Paulo
Por Ducy Lily Farias
uma linda reflexão para todos !
Por Paulo Barja
… somos fortes… e sensíveis…
abraço!
Oi Paulo,
Penso que não tem tristeza nem dor que resista a um poema. Mexe como o coração e com a alma.
A despeito disto, deixo aqui uma mensagem do poeta e escritor Khalil Gibran que expressa bem o valor da poesia e da música.
"Como a poesia, a música retrata os estados da alma e as ondulações do coração, e concretiza os pensamentos invisíveis, e descreve o que há de mais belo nos desejos e sensações do corpo."
(Khalil Gibran)
Um abraço!
Emília
Por Paulo Barja
Oi Emilia,
obrigado pelo seu comentário! Vou tentar localizar um trecho de um livro do grande Eduardo Galeano, onde ele conta que um curandeiro uma vez examinou uma pessoa doente na tribo e receitou música, lirismo para aliviar a alma…
hoje mesmo devo postar o terceiro soneto da série sobre Saúde, ta?
Abraços,
Paulo
Por Paulo Barja
Prezados,
essa rápida passada aqui é pra dizer que passei as férias organizando o livro de sonetos que devo lançar ainda este semestre
– e que vai incluir a série de "Sonetos sobre Saúde" publicada inicialmente aqui nesta Rede.
Abraços a todos,
Paulo Barja
Por Arthur Fernandes
Concordando com Emilia, acredito que toda poesia tem essa capacidade maravilhosa de promover pelo menos um esboço de sorriso em todos nós, qualquer que seja a situação.
Falar de saúde é falar de vida, é falar de morte, falar de dignidade.
Obrigado por compartilhar!
Tomei a liberdade de também fazê-lo em uma postagem da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade do Cariri, em referência ao Dia Mundial da Saúde 2014 (hoje!). 🙂
https://www.facebook.com/liase.cariri
AbraSUS, paz e bem.
Por Djairo Alves
Belo escrito, tocante…
Me impressiona como o sofrimento nos permite possibilidades, reinvenção, ressurgir, nos provocando a ver em todos os ângulos nossas potencialidades.
Doença é um momento de balanço.
É pausa essencial, não-programada.
O corpo diz: “existo, logo canso”
e pede um intervalo na jornada.