QUALIDADE DE VIDA E A DIGNIDADE DO CUIDAR DO IDOSO
QUALIDADE DE VIDA E A DIGNIDADE DO CUIDAR DO IDOSO:
O Vilão da Doença Crônica Degenerativa
Por: Selma Domingos de Oliveira
RESUMO
Em pleno século XXI o Brasil enfrenta uma metamorfose na pirâmide etária demográfica populacional, no padrão de doenças, um aumento crescente de número de idosos portadores de Doenças- Crônico- Degenerativas (DCD), alterações no índice de longevidade, fertilidade, morbimortalidade, da cronicidade das doenças, dos óbitos e das superlotações nas emergências, enfim, crise na Saúde Pública. Dessa ineficiência da política de saúde, problemática que reflete na situação econômica e social do Brasil, considerando a pobreza como foco. Da falta de assistência médica, emergências prestando atendimento de atenção básica ou seja uma inversão de modelos vigentes, que podem trazer conseqüências graves ao idoso, uma descompensação clínica alterando função renal, neurológicas e outras.
INTRODUÇÃO
Diante de um sistema de saúde precário, de uma política de saúde pública na UTI, um desafio, frente ao aumento da expectativa de vida do idoso no Brasil portador de DOENÇA CRÔNICO-DEGEVERATIBA (DCD), do elevado índice de morbi-mortalidade, da ineficiência do sistema de saúde para atender esse perfil de cliente, do retrato atual de um cenário de superlotações nas emergências, UTIS e Clínicas, onde pacientes ficam internados muito tempo, devido instabilidade da doença, necessitando de intervenções de urgência devido a internações repetitivas e de longa permanência, agravante que pode comprometer sua qualidade de vida. A falta de conhecimento das causas das doenças, dos fatores de risco, da importância da terapia medicamentosa contínua, de uma prática educativa nas redes básica piora os casos, onde o adoecer é involuntário. A vigilância contínua e o monitoramento desse grupo de doentes são de obrigatoriedade do sistema, como alternativa, para rastrear os casos. O novo século apresenta um desafio na organização e reforma do serviço de atenção básica, priorizando a área preventiva. Os programas educativos, o atendimento multidisciplinar e uma boa interconexão da rede básica e hospitalar são estratégias que podem garantir à continuidade do tratamento, reduzir as taxas de internação, gastos hospitalares, além do sofrimento e da dor do paciente e familiar, pensando na qualidade de vida do idoso, como a essência da vida.Um aprendizado referenciado na disciplina, na conscientização das mudanças de hábito, estilo de vida, auto-estima, auto cuidado, uma boa alimentação, atividade física, dieta adequada, lazer, praticar a espiritualidade, medicamentos, consultas mensais pode auxiliar muito na estabilização da doença. O declínio funcional do idoso, a vulnerabilidade do sistema imunológico, pode debilitar suas defesas orgânicas, predispor aos riscos de infecção. Afinal, ”ENVELHECER COM QUALIDADE DE VIDA”, CONTROVÉRSIAS, NOS DIAS DE HOJE, pois são altíssimos os gastos e os investimentos no progresso e avanço tecnológico, drogas e antibióticos potentes, respiradores e máquinas de hemodiálise de última geração, enfocando somente a cura das doenças, esquecendo de um detalhe, do limite da medicina, da finitude, de viver bem e não apenas sobreviver. “““ “““ É melhor prevenir do que remediar”, controvérsia, nesse modelo de saúde vigente: “É melhor remediar do que intervir e ou prevenir”.” A medicina curativa está em destaque”.
As últimas projeções para 2005 colocam o Brasil, em termos absolutos, como a sétima população de idosos do mundo, isto é, com mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. (FILHO; NETTO, 2006).
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica muito comum na população idosa. É considerado um importante problema de saúde, uma vez que está associado às complicações.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica muito comum na população idosa. É considerado um importante problema de saúde, uma vez que freqüentemente está associado às complicações que comprometem a produtividade, a sobrevida os pacientes e a qualidade de vida. (AZEVEDO,2005).
Para ZOZAYA apud SANTOS e SEBASTIAN (1998) as enfermidades crônicas produzem uma série de conflitos emocionais, ansiedade, angústia, que vão desencadear no paciente uma série de mecanismos defensivos múltiplos; entre os mais frequentes e interessantes de comentar se encontram: regressão (…) negação (…) intelecutalização (p.157).
Para ZOZAYA apud SANTOS e SEBASTIAN (1998, p.152) coloca também que a partir do diagnóstico, o paciente “tem ameaçado o seu futuro, que acarreta grande insegurança e ansiedade”.
CAYRES e GIÓIA-MARTINS (2000) definem bem situação destes pacientes do ponto de vista psicológico: o modo como se manifesta à patologia, a condição crônica da mesma, as intensas mudanças na rotina do paciente.
SANTOS e SEBASTIANI (1998, p.161) colocam que “com a aquisição da doença crônica, muitos pacientes enfrentam a perda de um corpo saudável e ativo”, o que pode provocar um sentimento de desconhecimento do próprio “eu”. Os pacientes entrevistados demonstram isto quando colocam “eu estou na mão deles (médicos)”, “eu não era assim, era muito mais ativa”, “não podemos nem nos mexer”.
Mas o efeito prático ainda não foi observado. O peso assistencial ainda é preponderante e o notável grau de desarticulação dentro do sistema de saúde dificulta a operacionaliação de qualquer lógica baseada em uma avaliação capaz de abranger os múltiplos aspectos da vida do idoso (veras & Caldas, 2004).
DEAK apud GUIMARÃES e GRUBITS (1999, p.93) coloca que Qualidade de Vida “é a sensação de bem estar do indivíduo”.
No Brasil, segundo as projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde (1985), entre 1950 e 2025, a população de idosos crescerá 16 vezes contra cinco vezes a da população total. O aumento de expectativa de vida dos idosos, mudança no perfil de saúde da população principalmente dos idosos, suas complicações, seqüelas levando a perda da capacidade, autonomia e identidade, o comprometimento de sua qualidade de vida, invalidez, situação grave que muitas vezes pode levar a internações repetidas e muitas intervenções, alta permanência hospitalar, riscos de infecções, sofrimento intensa, dor, altos custos hospitalares.
A vida deve ser norteada pela ética, espiritualidade, fé, ciência e o bom senso e na luta do paciente por uma morte digna, tranqüila sem dor, junto com familiares, profissionais de saúde, amigos, cheio de compaixão, misericórdia, respeito, transcendência e viscitude.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define com patologias crônicas, as doenças cardiovasculares, as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas, a diabetes mellitus e também doenças de desordens mentais, neurológicas e genéticas.
Objetivo: Analisar a mudança no padrão de doenças e no perfil de pacientes, profissionais de saúde especializados nos serviços de saúde, visando a qualidade de vida do idoso.
JUSTIFICATIVA
O novo desafio nessa virada de século deve voltar-se para a prevenção de doenças, qualidade de vida, e não somente a cura, no controle das DCD, da capacitação dos profissionais, de uma assistência específica para atender esse perfil de clientes, enfocando atenção básica e hospitalar e UTIs. A humanidade grita por qualidade de vida no fim da vida, do cuidado contemplando, de condutas e decisões referenciadas no processo de cuidar, pensando em qualidade de vida, dignidade, perspectiva devida, dos riscos e benefícios da terapêutica e das decisões amparados legal e eticamente em critérios e protocolos fundamentados numa medicina voltada em evidências.
“Quanto mais eu envelheço, mais perco meus movimentos, talvez minha consciência ““ Por isso você é um indigno” “"?(no artigo Debate sobre Terminalidade da Vida: embrião de resolução Entrevista com Padre Léo Pessini).
REFLEXÃO
QUANTO CUSTA UM PACIENTE EM DIÁLISE?
Com relação ao valor médio por internação e por média de permanência hospitalar de acordo com a faixa etária (tab. 4), percebe-se que a faixa etária de 70 anos 80 anos apresenta um dos maiores valores de internação por dia (R$224,30). Vale ressaltar que a faixa etária acima de 90 anos apresentou por dia (422,94) e tempo de permanência hospitalar (12) dias. Os pacientes com DM como causa básica de hospitalização apresentaram valores médios de internação/dia inferiores aos dados registrados. Vale ressaltar que a faixa etária acima de 90 anos apresentou maiores valores de internação (R$5.075,28), internação por dia (422,94) e tempo de permanência hospitalar (12 dias). Os pacientes com DM como causa básica de hospitalização apresentaram valores médios de internação/dia inferiores aos dados registrados pelo DATASUS (130,93 e R$267 33,0), respectivamente, e uma média de (9,6 dias e 6,7 dias, respectivamente). Com relação à permanência hospitalar, notou-se um maior tempo cujo motivo de hospitalização foi as doenças do aparelho geniturinário, seguido por DM e doenças do aparelho circulatório. Alguns indivíduos necessitam de serviços de diálise e hemodiálise, por apresentar insuficiência renal crônica; outros passaram por processos cirúrgicos e dessa forma precisaram de um tempo maior para alcançar uma recuperação adequando e monitorizada.
No entanto, devido às ocorrências com os pacientes ou problemas com os equipamentos ou materiais, o procedimento pode ser interrompido para sanar o problema, havendo, consequentemente, necessidade de nova instalação ou troca de parte do sistema, o que leva ao aumento dos custos e, o mais importante, ocasiona inconveniente e riscos para o paciente.
Os hospitais têm cobrado o mesmo valor por um procedimento que variou de R$ 733,65 a R$ 6.994,18.
O custo da hora da hemodiálise seria calculado pelo tipo de solução e anticoagulante acrescido de taxa de mão –de obra- de enfermagem e médica.
REFERÊNCIAS
1. TRENTINE, Mercedes Trentini, Sandra H. da Silva, Maria L. Valle, Karina.S. de A. Hammerschmidt. ENFRENTAMENTO DE SITUAÇÕES ADVERSAS E FAVORÁVEIS POR PESSOAS IDOSAS EM CONDIÇÕES CRÔNICAS DE SAÚDE.
2. VERAS, Renato. Envelhecimento Populacional: desafios e terminologias https://www.unidas.org.br/institucional/arq_inst/7_congresso/renatoveras.pdf
3. VERAS, Renato. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev. Saúde Pública Universidade Aberta da Terceira Idade. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4. AGMONT, Giuliano. Epidemia invisível revista-Entrevista Hlttp: //www.revistapesquisamedica.com.br/portal/textos.asp?Codigo=1184
5. SCHMIDT, Inês Maria Inês Schmidt, Bruce Bartholow Duncan, Gulnar Azevedo e Silva, Ana Maria Menezes, Carlos Augusto Monteiro, Sandhi Maria Barreto, Dora Chor, Paulo Rossi Menezes Saúde no Brasil 4.
Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e
Desafios atuais
6. Prevenção de Doenças Crônicas um investimento vital. © Copyright Organização Mundial da Saúde (OMS), 2005. GERSON SOUZA https://www.ebah.com.br/content/ABAAAA_IQAK/prevencao-doencas-cronicas
7. MEDEIROS, NÓBREGA EMILENE, PREVALÊNCIA DOS TRANSTORNOS MENTAIS E PERFIL SÓCIO – ECONÔMICO DOS USUÁRIOS ATENDIDOS NOSSERVIÇOS DE SAÚDE EM MUNICÍPIOS PARAIBANOS 08/02/12 JOÃO PESSOA – Pb, 2005 Prof.ª. Drª. Maria de Oliveira Ferreira Filha Universidade Federal da ParaíbaJOÃO PESSOA – Pb 109p. Orientadora: Maria de Oliveira Ferreira Filha Dissertação (Mestrado) UFPB/CCS/DESPP
8. ABREU VANDERLEI 08/02/2012 Gerenciamento de doenças crônicas aumentaadesãoao tratamentohttps://maisrh. wordpress.com/2012/02/08/gerenciamento-de-doencas-cronicas-aumenta-adesao-aotratamento/https://maisrh.wordpress.com/2012/02/08/gerenciamento-de-doencas-cronicas-aumenta-adesao-ao-tratamento/
9. FELIX Soares Josemar A economia da Longevidade O envelhecimento da população brasileira e as políticas públicas para os idosos MESTRADO EM ECONOMIA POLÍTICA São Paulo 2009 PONTÌFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-S
10. Alexandre Kalache Renato P. Veras Luiz Roberto ramos Re. Saúde,21(3) 200-10,1987.O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL. UM DESAFIO NOVO Alexandre Kalache Renato P. Veras Luiz Roberto Ramos
11. https://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_arquivos/17/TDE-2007-01-27T094043Z-375/Publico/tese%20mestrado%2021-05-06. pdf
12. Por Ana Catarina Rodrigues Quadrante*Doenças crônicas e o envelhecimento
13. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações.Rev. Saúde Pública vol.43 no. 3 São Paulo May/june 2009 Epub Apr 17, 2009.https://dx.doi.org/10. 1590/S0034-89102009005000025