ampliando a clínica e driblando o processo de medicalização da infância com Daniel Becker
6 Comentários
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na vida!
"Papo seríssimo, que deveria nos levar a uma reflexão radical e engajada do próprio processo civilizatório – à semelhança talvez do que fez Marcuse em sua bela leitura de Freud.
Sobre isso, a propósito, trago aqui essa passagem iluminada de Joel Rufino dos Santos:
"Freud interpretava a sociedade contemporânea em termos da tendência à resolução da autonomia do ego conjugada ao retorno da horda primitiva – a obediência irracional ao 'fuehrer'. Marcuse ressalvou que o advento de sociedade de massa requer uma nova categoria: 'a sociedade sem pai'. Nos tornamos sem consciência moral, agressivos ao extremo, destrutivos, quase sem instinto vital: sem pai. Sem pai não significa, porém, sem controle. O princípio de realidade (nos termos freudianos), perdendo a intermediação dos superegos individuais, passou a ser intermediado (na sua função controladora) por uma entidade impessoal: a publicidade" (Épuras do Social, Global Editora, 2004, página 174)
Sem dúvida, no globalizado espetáculo que já se tornou também o mundo da "ciência" e da "tecnologia", a maneira como naturalizamos certas práticas sociais tem sido o triste sintoma, há tempos, do nosso mais profundo adoecimento coletivo: verdadeira e silenciosa pandemia! De modo não menos cínico, continuamos a tratar na esfera do consumo (e aqui pouco importa quem paga a conta, se o chamado "fundo público" ou o desembolso direto de cada um, o sentido hegemônico permanece o da mercadoria) o que caberia ao histórico desafio da imaginação política. Nesse contexto, sinto cogitar, pouco adiantaria o brado em nome do direito mesmo à saúde, tão caro aos nossos mais abnegados sanitaristas, se o que pode estar em jogo é justamente o fortalecimento do sistema econômico em vigor. Afinal, no âmbito das régias institucionalidades, a quem tem sido reservado o próprio direito de falar em nome da saúde? Tem sido esse direito, em particular, o primeiro objeto de uma autêntica luta coletiva pela promoção da vida?
Deixo aqui um abraço à amiga Maria Luiza Carrilho Sardenberg, pela sugestão do vídeo!"
Bjs!
Parece absurdo ter que afirmar a infância como um direito das crianças…
mas, diante do que vemos nos serviços de saúde, escolas e outros espaços da vida infantil, uma situação kafkiana, precisamos fazê-lo!
Hoje, a medicalização da vida é um problema serio de saude,serve também para esconder os problemas gerados na vida das pessoas pelo consumo exagerado de tudo até dos sentimentos
Por Sabrina Ferigato
Iza, belo video! obrigada por compartilha-lo conosco.
Aliás, seu perfil na RHS tem se transformado num belíssimo acervo de material de excelente qualidade sobre a medicalização da vida. Militência, cuidado e compromisso ético com o tema!
Valeu querida amiga!