“Política de Humanização e Saúde Mental”: evento será transmitido pela RHS!
Na próxima sexta-feira, dia 19/06, às 9h00, ocorrerá o II ENCONTRO TEMÁTICO DE HUMANIZAÇÃO / 2009 da Secretaria de Estado da Saúde – SP.
Numa parceria da SES-SP, da PNH-MS e da Rede HumanizaSUS, este encontro terá como tema "Política de Humanização e Saúde Mental" e será integralmente transmitido ao vivo (com possibilidade de participação via "chat") na nova "Sala de eventos" da RHS (veja link no menu superior direito desta página).
Para o povo de São Paulo, há a possibilidade de participar do evento in locu (veja informações sobre inscrições abaixo).
As informações completas sobre o evento são:
Tema:
Política de Humanização e a Saúde Mental
Convidados:
Eduardo Passos
Prof. de Psicologia UFF
Simone Paulon
Consultora da PNH/MS, Profª do Instituto de Psicologia da UFRGS
Dia 19 de Junho de 2009
das 09h às 13h
INSCRIÇÕES PELO SITE (VAGAS LIMITADAS): www.saude.sp.gov.br/eventos/2humanizacao2009
Local: Instituto do Câncer
Endereço: Av Dr. Arnaldo, 251
Em anexo, textos de referência indicados pelos convidados.
Bons encontros (presenciais ou virtuais) a todos!
10 Comentários
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Por danimatielo
Olá, Luciane, é isso mesmo, é só acessar a RHS e clicar no link que está no bloco localizado no menu direito, acima. Caso tenha algum problema para visualizar o vídeo ou o chat, pode também dar uma olhada nessa página: Ajuda Sala de Eventos
Abraço,
Dani
Por patrinutri
Eta rede que balança em roda!
Lindo movimento, espero poder participar ativamente deste encontro mesmo que virtual.
Sobre o tema gostaria de chamar a atenção para outra reportagem envolvendo a luta antimanicomial e Ferreira Goulart que acabou precipitando este evento. Saiu na revista época.
Polêmica sobre internação levantada por Ferreira Gullar sai na revista Época
http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_090602_002.html
"Dói internar um filho. Às vezes não há outro jeito"
O poeta Ferreira Gullar, pai de dois esquizofrênicos, levanta uma das maiores controvérsias da psiquiatria: o que fazer com doentes mentais em estado grave?
Cristiane Segatto, Ivan Martins, Andres Vera, Marcela Buscato e Mariana Sanches
Quando o escritor Ferreira Gullar publicou em 1999 o poema “Internação” (leia ao lado), já era um veterano na convivência com doentes mentais. Quem fez a observação sobre o vento foi Paulo, seu filho mais velho, que hoje tem 50 anos. Ele sofre de esquizofrenia, doença caracterizada, entre outras coisas, por dificuldade em distinguir o real do imaginado. Desde os anos 70, Gullar tenta administrar a moléstia. Fazia o mesmo com Marcos, o filho dois anos mais jovem, que também tinha esquizofrenia e morreu de cirrose hepática em 1992. Remédios modernos permitem que pessoas como Paulo passem longos períodos em estado praticamente normal. Sem alucinações, sem agitação, sem agressividade. Mas o tratamento só funciona se o doente tomar os medicamentos antipsicóticos todos os dias e na dose certa. Isso nem sempre acontece. O resultado são os surtos, quando o paciente se torna quase incontrolável.
Pode cometer suicídio ou agredir quem está por perto. Nesses momentos, esses doentes costumam precisar de internação. “Dói ter de internar um filho”, diz Gullar, hoje com 78 anos. “Às vezes, não há outro jeito.”
No Brasil, estima-se que haja 17 milhões de pessoas com algum transtorno mental grave – como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo. Em algum momento, eles podem precisar de um hospital psiquiátrico. Encontrar uma vaga, porém, tornou-se uma tarefa difícil.
Nos últimos 20 anos, quase 70% dos leitos psiquiátricos do país foram fechados. Sem conseguir quem os ajude a cuidar dos doentes, pais e irmãos afirmam ter várias dimensões de sua vida pessoal comprometidas, dos compromissos de trabalho às amizades. É o que revela uma pesquisa feita em 2006 em Minas Gerais com 150 famílias com pessoas atendidas nos Centros de Referência em Saúde Mental. Em muitos casos, os doentes em surto fogem sem deixar rastro. Podem acabar embaixo dos viadutos. O aumento da população de rua nas grandes cidades não é fruto exclusivo da desigualdade social. Uma pesquisa feita em 1999 com moradores de rua em Juiz de Fora conclui que 10% deles eram psicóticos sem assistência.
“As famílias, principalmente as que não têm recursos, não têm mais onde pôr seus filhos”, diz Gullar. “Eles viram mendigos loucos, mendigos delirantes que podem agredir alguém. O Ministério da Saúde tem de olhar para isso.” Gullar decidiu expor publicamente um problema que não é só seu. Nas últimas semanas, escreveu três artigos sobre o assunto em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo. “Não pretendo liderar movimento algum. Sou um cidadão que tem uma tribuna e pode falar sobre o que está errado.”
Ele afirmou, no primeiro texto, que a campanha contra a internação de doentes mentais é uma forma de demagogia. Foi o suficiente para fazer eclodir uma controvérsia latente. Nos dias seguintes, dezenas de leitores enviaram cartas ao jornal. Representavam dois grupos. O primeiro, em apoio a Gullar, aponta as razões fisiológicas da doença mental e considera que a internação é um instrumento necessário nos momentos de surto.
O segundo, contra ele, afirma que os doentes devem ser atendidos em Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Nesses locais, o paciente recebe medicação e acompanhamento semanal. A ideia é atendê-lo sem retirá-lo do convívio da família e da comunidade. Para esse grupo, mesmo nos momentos de crise, o doente deve ser atendido nos Caps. Ele passaria alguns dias internado na própria instituição (ou em hospitais comuns, com alas psiquiátricas) e depois voltaria para casa. “O hospital é um lugar de isolamento, funciona como uma prisão. As pessoas vão e não voltam”, diz Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia. “Algumas famílias querem que a pessoa fique internada. É a ideia da instituição como depósito.”
Gullar se ofende com comentários como esse, que ouve desde o final dos anos 80, quando a reforma psiquiátrica que levou à situação atual começou a ser discutida no Brasil. “Essas pessoas não sabem o que é conviver com esquizofrênicos, que muitas vezes ameaçam se matar ou matar alguém. Elas têm a audácia de fingir que amam mais a meus filhos do que eu.”
A reportagem pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 30.05.09.
É a rede nos mantendo conectados, nosso Caps com certeza estará acompanhando este momento de troca de saberes.
Referente ao texto da revista nós trabalhadores nos questionamos muito, porque é tão dificil os hospitais gerais que atendem Sus aceitar a internação de nossos usuarios passamos pelas mesmas angustias, estamos engatinhando com nosso hospital o importante é não desistir porque o resultado final nos impulsiona a acreditar na reforma e a politica de Saude Mental.
Por patrinutri
Passamos uma bela manhã em companhia de quem sabe fazer "filosofia prática", na "receita" de Deleuze: Edu, de cara, já convida a lateralizar. Simone, articuladíssima e com o delicioso sotaque sulista, vai na cola. Colamos nós também.
Abaixo o centralismo! Institui-se a roda. Mesmo com pedestal de auditório e cadeiras falsamente lado a lado. Inclusão de qualquer fala, em qualquer tempo ( podemos interromper e nos manifestar a qualquer momento, apenas movidos pelo desejo da intervenção ). Ricardo, sempre atento ao chat e `as questões virtuais que vão se desenhando no decorrer da conversa, tá ligado. O clima é de camaradagem.
Um padre sobe ao tablado. Reclama que o SUS fala de direitos e esquece de reinvindicar que os usuários assumam seus deveres de zelar pela própria saúde. Momento de saia justa, logo tornado potente pela inclusão desta diferença. Edu investe na parceria e o padre, embora não muito tolerante com o seu rebanho de doentes "irresponsáveis" ( me incluo imediatamente, afinal fumei um cigarro em frente ao hospital do câncer ) vai ficando, ficando…e só sai de lá no final , acolhido que foi em sua diferença.
Luis passa delicada e democraticamente a sua palavra para uma aflita moça que culpabiliza a "desestruturação" das famílias por vários males. Ao retomar a palavra, cita um poema de Mário Quintana. Será que a moça nunca se deu conta de que uma família muito "estruturada" pode ser justamente produtora de loucura?
E a coisa caminha com algumas intervenções carregadas de emoção, o tema é quente e o modo de tratá-lo também. Redes quentes! Não sinto o tempo passar e quero mais…
Valeu, companheiros!!!
Por Cláudia Matthes
além de assistir ao debate, orgulhosa dessa Rede que se desenha dia-a-dia e que me deixa ainda mais apaixonada por ela, seu relato do encontro foi reviver momento a momento esse belo espetáculo que encurta distâncias, reafirma as diferenças, desfaz nós e nós refaz em redes!
Muito lindo Maria Luiza, você, o debate….assisti no frio do inverno,
de pijama e de pantufa…com direito aquele cafézinho básico!
Viva a nossa saúde!
Bjos com carinho
Cláudia-peju
Por patrinutri
Adoaramos te ver no debate Luiza!
E esta crônica só vem engrandecer o processo!
Quanta capacidade de síntese!
Que delicadeza ao incluir os personagens!
Adorei seu relato desta "doida" realidade virtual!
Acho também que Edu e Moka arrebentaram!
E a rede com seu aparato e participação! Valeu Ricardo ter apostado nisso!
Valeu Escola do Futuro por embarcarem nesta viagem conosco e nem chegamos em Barcelona ainda! Ou será que já estamos lá?
E o Ferreira Goulart que disparou todo este movimento…nem apareceu! Ficou no seu discurso queixosos… acabou de fora de tudo, nem veio para a roda!
Bjs Patrícia S. C. Silva
Blumenau SC
Por Shirley Monteiro
Maria Luiza,
E o legal também, foi Eduardo Passos incluir o Padre, mas sem esquecer de uma pitada de pluralismo religioso, e que é legal e necessário ; quando na sua ainda mais inspirada e afetiva fala de fechamento, nos fala que o " reencantamento do SUS ..é faze-lo potencia de mudança, na inclusão das tensões, e dos antagonismos, como na Dança de Shiva …. faze-lo potencia de mudança , é faze-lo dançar em roda … " . Amei essa parte. Foi tudo muito bom ! E Ricardo Rodrigues e toda equipe, estão de parabéns !
Shirley Monteiro
Natal-RN.
Shirley, Patrícia e Cláudia,
Que inveja do pijama, da pantufa e do MATE!!! Aqui em São Paulo tá um frio CURITIBANO!
frio CURITIBANO! Só quem conhece, sabe.
Não é linda e
ssa sacada do Edu: O Deus MU-DANÇA. Mesmo q
ue ele diga que foi o Gil que falou.
beijos
Por Luciane Régio
Puxa!Que legal! Então quer dizer que poderemos acompanhar muitos eventos online pela RHS! Isso sim é vencer fronteiras geográficas, agregar… Estaremos participando "junto com", virtualmente, aqui do RS!
Pelo que entendi, é só entrar pela RHS e clicar no link, certo?
Abraço,
Luciane
Apoiadora Institucional da PNH