Quando alguém famoso morre isso toca a todos. Não só pelo fato da super exposição da pessoa mas também porque essa morte é o lembrete inequívoco de que todos nós morreremos um dia. A maior parte do tempo quase todos desejam esquecer isso, mas então…
De repente Micchael Jackson se vai desse mundo. Como mito, criado e autocriado, ele deixa espaços que não serão preenchidos e outros que o mercado, faminto durante sua vida, agora devorará muito rápido na sua morte.
Mas cumpre relembrar algumas coisas. Por exemplo. No passado, diante da morte de um mito, havia uma espécie de mobilização coletiva para cultuar a memória. A morte era um lenitivo do caráter, absolvia o morto de tudo o que ele havia feito de questionável, destilando o que era considerado bom ou mesmo exagerando gestos banais. Hoje, diante da morte de alguém, nos assombra o espírito da medicina legal: "Do que foi que ele morreu?"
A busca da "causa mortis" é outro sintoma do nosso tempo, efeito da interdição da morte que torna o motivo do colapso do organismo praticamente mais importante que (re)lembrar o morto. Basta que pensemos na morte de Ayrton Senna e teremos na memória os infográficos das revistas mostrando o ponto exato em que a barra de direção da Willians penetrou no crânio do piloto…e dai? O que isso acrescenta de brilho a vida de Senna? Nada! Apenas satisfaz nossa curiosidade "pornográfica" diante da espetacularização da morte!
Com Jackson não poderia ser diferente. Inúmeras teorias começam a ser urdidas para esclarecer o que matou o cantor. Talvez a resposta esteja em nós mesmos, afinal, que mundo é esse onde gradualmente vamos secundarizando a arte e o entretenimento em função da busca sem medida da vida privada das pessoas? Parte das celebridades transformam-se então em engenheiros sociais de si mesmos. Jackson era um mestre nisso ao alimentar os tablóides com especulações sobre seus maneirismos, sexualidade e gostos um tanto exóticos. Tornou-se um quadro que valia mais a pena ser visto pela moldura do que pela obra.
A permanente desconstrução de si mesmo é um caminho seguro para a morte, ainda mais numa sociedade que é capaz de assassinar seus ídolos…alguns de forma literal, outros pelos simbolismos que os tornam escravos do sucesso e absolutamente bizarros em buscar a exposição que um dia tiveram. Micchael Jackson agora entra para a história como o "Rei do Pop", seguindo um final similar ao "Rei do Rock". Ambos cometeram uma forma sutil de "suicídio" quando perceberam que a diminuição do sucesso causava um vazio que, em suas perspectivas, nada poderia suprir.
Fico vendo então a imagem do clip "Trhiller" quando dezenas de zumbis afloram de suas sepulturas e fazem sua coreografia assustadora e engraçada. Em meio a eles, Micchael, em passos que o faziam levitar e que alegrava nossos corações. Como todo herói, flertava com a morte permancendo vivo e feliz. No entanto, o tempo mostrou que a dança infelizmente era profética. Nosso herói foi abandonando sua alegria para lentamente se transformar em mais um personagem secundário de si mesmo, em meio àquelas figuras bizarras até que finalmente se fundiu a elas.
Pensar na morte de Micchael Jackson me fez voltar a adolescência. Lembrei do quanto me sentia invulnerável enquanto tentava fazer aquele maldito passo do garoto que parecia patinar enquanto caminhava nos enchendo de infinito.
41 Comentários
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Por Erasmo Ruiz
Cada um com seus conceitos e opiniões como você bem disse. Mas se você reler com atenção e espírito desarmado o que escrevi sobre Jackson verá que não existe veneração alguma a figura dele, apenas uma reflexão sobre a sua morte e seus impactos. Michael era uma pessoa com problemas ( muitos por sinal), creio que ele era um pouco o espelho da sociedade em que vivia, que precisa muito mais dos rótulos das pessoas do que saber delas mesmas, principalmente se forem celebridades. É por querer rótulos, é por apreciar mais o "ter" do que o "ser" que tanta coisa parece ter passado incólume no que ele teria feito no campo pessoal. Vivemos num mundo onde o poder do dinheiro conta mais do que as questões éticas. Neste sentido, há que se tirar alguma lição disso tudo, principalmente agora que estaremos diante de uma nova febre de consumo que novamente colocará em segundo plano questões importantes da vida dele, pois, no final das contas para este sistema (e para maioria das pessoas posto que NÓS SOMOS PARTE DO SISTEMA) o que importa é a "casca" das coisas. Agora, se minhas postagens anteriores eram deprimentes porque falavam da morte, então sou eu quem deve pedir desculpas. Mas,, insisto, meu objetivo é tematizar essa questão pois a maioria das pessoas vive fugindo dela, incluso os trabalhadores de saúde,e por fugirem, muitas vezes deixam em estado de abandono QUEM ESTÁ MORRENDO!. Abraços do ERASMO
Ajuricaba / Nova Ramada/RS
Por raylimalima
Mito ou vítima de um sistema que os cria e mata quando bem entende que outro deve ocupar seu lugar de consumo? E quando isso não acontece de forma sumária como nas novelas com as personsagens, prescreve-se um adoecimento, uma mortificação em vida com o afastamento desses mitos de consumo dos palcos e consequente degradação de sua imagem perante a sociedade. Há depoimentos importantes dele próprio de como foi empurrado, arrastado para o sucesso que o matou, assim como tantos outros. Infância perdida, excesso de trabalho, pressão psicológica pela fama, intimidade e destino nas mãos de um mercado cruel e assassino de todas as formas de ética e vida digna. Segundo o Roland Barthes, os mitos verdadeiros não morrem. Os mitos de consumo sim. É até possível que um mito de consumo torne-se um mito verdadeiro e passe a figurar no velho Olimpo. Uma coisa posso afirmar: nunca curti as músicas de Michael Jackson, mas é bom refletirmos seu papel na música pop e de como são tratadas as estrelas neste universo revolto, voraz e fundamentalista do capital volátil.
"Era uma vez um herói
Um horói da nossa
Era
Falso herói"
Quem será o próximo? Quantos ainda morrerão? Até quando ficaremos reféns dessa turma?
Ray Lima
Por Erasmo Ruiz
A maioria de nós fica "maior" depois de morto. Isso é compreensível. Diz respeito a luta pela perpetuação da memória como uma forma de negar a morte. Nessas últimas horas aconteceram inúmeras manifestações por conta da morte de Jackson. Selecionei essa: Dezenas de detentos nas Filipinas dançando "Trhiller". Nessa hora as manchas ficam apagadas. A necessidade de se construir rituais buscando a própria perpetuação fica mais evidente do que qualquer jugamento moral.
Por Cláudia Matthes
Essa cena que rolou agora a pouco na mídia de muitos detentos, ritmados nos faz pensar ainda mais.
Carine revelou um lado do cantor que jamais poderia seria convidado para ser garoto propaganda do Ministério da Saúde. O que concordo plenamente.
Mas, vamos combinar que na sua profissão o cara era grande.Conseguia mobilizar muitas pessoas. Com sua energia, com sua dança e música.
Fico pensando o quanto é difícil conquistar adeptos para os tratamentos que prescrevemos, quem dera multidões…
Dear Erasmo, o que importa dessa polêmica é a conversa que rola, quem sabe nesse estilo Jackson a gente possa fazer a palavra andar…!
Um grande abraço para vc que e(a)fetivamente mexe com os costumes!
Boa Morte!
Huhu!
Cláudia
Uma imagem vale mais que mil palavras! (Quem disse isso? Alguém lembra?)
Oi Carine,
Como você e muitos outros, também não cultuava a figura do
Michael Jackson, muito embora, cada um tenha o livre
arbítrio de fazer o que queira da sua vida, desde que
respeitosamente, ética, sem ferir os direitos dos outros, o
que, de acordo com o que se via através da mídia, não era
o caso desse cantor. Mas não estou aqui para julgá-lo!
Estou aqui, se me permtem, você e Erasmo, para colaborar
nessa coversação de vocês. Se não estou equivocada, talvez
essa reflexão que o Erasmo fez, foi até pegando a deixa
de um comentário meu num dos posts escrito sobre a morte,
em que fiz uma alusão à morte do Michael, concordando com a sua reflexão que, embora a gente "morra" de medo, essa é uma realidade e que infelizmente, não estamos preparados
para lidar com ela, mesmo trabalhando na saúde, convivendo com ela cotidianamente, mas quando acontece, é sempre um choque.
E no meu entender, não houve nenhuma intenção do Erasmo
em Venerar a figura do cantor em foco, pelo contrário, não só ele se mostrou desfavorável ao estilo de vida "bizarro" assumido pelo artista, mas nos revela ainda os desdobramentos de tudo isso na sua vida, que foi um desastre!
E olha, como já disse, eu também tenho pavor da morte, mas como trabalhadora da saúde, e como ser mortal que sou infelizmente, concordo que é essencial falarmos dessa temática, não por sadismo, mas para que possamos aprender melhor, como lidar com essa questão, e assim possibilitarmos um melhor acolhimento aos usuários e à sua rede social, no momento da partida!
Inclusive, já trouxemos o Erasmo aqui em Teresina, para provocar
uma discussão sobre o " a morte e ato do morrer no contexto hospitalar", quando da realização da V Semana de humanização
no HILP. Foi muito produtivo. Isso remeteu os nossos cuidadores a dar um olhar ampliado, solidário, ao paciente a à familia nesse momento tão crucial e tão desgastante que é da morte. Tudo isso
levou o nosso coletivo a incluir no plano de ação de humanização
do nosso hospital, a formação de rodas de conversações sobre esse assunto com os cuidadores, sobretudo da UTI, trabalho esse coordenado pela nossa maravilhosa equipe de psicólogos.
Um abração!!!
Emília
Por Ademarina
Caro Erasmo,
Parabéns pelo post e pelos demais q abordam de forma reflexiva essa temática.Quero registrar que não os considero deprimentes pois me assinalaram caminhos para elaborar um luto recente e me levam a associá-los a situações concretas de uma Emergência.Inclusive ao ler o comentário da Emilia me veio a idéia de provocar uma disscussão sobre o assunto no Hospital em q trabalho tendo em vista que como bem disse a Emilia apesar de convivermos diariamente com essa realidade não sabemos lidar,motivo pelo qual muitas vezes por fuga os profissionais se escondem sob uma capa de neutralidade e frieza.
Como disse a Carine na sua indignação,cada um tem direito a seus conceitos e opiniões vou expressar a minha,até porque é um exercício desssa rede acolher as diferenças,a diversidade portanto, quem somos nós para julgar pessoas pelo que sai na mídia,sejam elas, celebridades ou anônimas?
A mídia tem o poder de construir e destruir mitos.Basta querer.Devemos desconfiar até do que pensamos quanto mais de informações que nos chegam sabe-se lá por que motivação.Existes tantos exemplos na própria mídia que após esclarecimentos tardios já havim detonado a vida de muita gente.O que é certo ou errado?Depende do ponto de vista de cada um.Nào existem verdades absolutas.
Sou fã do Michael Jakson,suas músicas embalaram minha juventude e sinto uma enorme compaixão por ele não ter conseguido lidar com a fama,por ter se tranformado naquela figura caricata e bizarra com tantas esquisitices.Iinfelizmente a história de vida dele,a verdadeira,eu desconheço pois tudo aconteceu a milhas e milhas do meu campo de visão e análise.
Enfim, para concluir estou triste por ter saido de cena.
Que descanse em paz!
Grande abraço a todos dessa rede quente.
Por Shirley Monteiro
Carine Benedet,
Me chamou a atenção o seu post, pela intensidade com que escreveu. Isso as vezes também acontece comigo nesta rede, e acho que é bom, porque faz dela um espaço de Vida vívida, ou seja com emoção. Mas também, fiquei curiosa, e gostaria de entrar no debate. Voce escreve: " … Acredito que com certeza devemos "aprender" a "lidar" com a morte. Li tuas postasgens anteriores, que por sinal, me desculpo novamente achei extremamente deprimentes…"
Como então voce sugere que devemos aprender a lidar com a morte, se não for tomando consciência da nossa propria finitude, enquanto corpo biológico, nome e identidade que temos e hoje nos representa , a cada um ?? Como aprender a lidar com a morte, e deixar de pensar os direitos vitais de expressão e relações afetivas, de nossos pacientes, nesta aproximação do momento da morte ?? Como ?
Penso que olhar, ler, refletir e tomar consciencia de que a Morte é a única certeza que temos da Vida, é uma forma de trazer a Morte para a Vida, e descobrir que a consciência da finitude potencializa, amplifica e gera MAIS VIDA, até para o Acolhimento Humanizado da Morte ! Isso não sinto como deprimente, mas CORAJOSO & VITAL.
São polaridades que se complementam … infinitamente.
Um Abraço.
Shirley Monteiro.
Por Luciana Abreu
Gente!
Quem são nossos mitos? Quem são nossos heróis? Serão figuras perfeitas, embuidas de uma bondade sem fim e um caráter sem igual? Caso acreditemos nisso, permito-me imaginar que existem heróis entre nós que não são humanos. Sim, pois, existirá alguém perfeito em nosso convívio? Penso que heróis, mitos, são alguns pais, algumas mães, alguns gestores, alguns artistas, alguns amigos, enfim, alguém que desempenha de forma majestosa sua " função" , seu " papel" e assim fazendo, nos faz acreditar que o " incrível! pode acontecer. Herói é todo aquele que , mesmo que por alguns instantes, nos leva ao sonho, ao irreal, ‘a fantasia, ‘a esperança. Valeu Michael Jackson! Valeu Erasmo!
Penso que nós, trabalhadores da Saúde, precisamos vigiar para não nos flagrarmos capturados pelo mercado do produto, ou seja, resultados, diagnósticos …e esquecermos de avaliar com muito cuidado o PROCESSO. Poderemos deixar de cuidar para darmos conta de julgar.
Beijos,
Luciana Abreu
É isso aí, Luciana, ele era pura produção de sonho e fantasia! Entre outras coisas nefastas, infelizmente!
Por Ricardo Teixeira
Que papo quente, galera!
MJ, esse anjo torto, parece continuar desafinando o coro dos contentes. O Rei do Pop, como um "anarquista coroado", parece continuar perturbando tudo aquilo que se espera do mundo pop: banalidades e conformismo.
Pouco importa se gosto ou se não gosto de sua música. Nem a conheço muito bem. Alguma coisa que conheço, acho genial! Como coreógrafo e bailarino, não tenho dúvida: foi um dos maiores do século passado! Levou muito longe a resposta à pergunta: o que pode um corpo? Redefiniu a corporeidade, quebrou (break) o movimento, ignorou a gravidade, reverteu os passos, pisando pra frente e se deslocando pra trás (moonwalk)… Nijinski e Isadora Duncan o teriam idolatrado, não tenho a menor dúvida!
Aliás, redefinir o corpo parece ter sido a grande arte de MJ. Questionou perturbadoramente as fronteiras seguras em que pretendemos inclausurar a forma humana: homem ou mulher? adulto ou criança? preto ou branco?
É justamente o que muitos chamam de "bizarro", o que sempre me fascinou nesse artista. Essa "dissonância", esse incômodo que ele sempre provocou e detonou no coração do mundo pop, no reino do conformismo, que sempre me fez desconfiar que (mesmo sem me tomar por um "fã" seu: "fãnatismo" nunca foi o meu forte!) estávamos diante de um ARTISTA, com todas as letras maiúsculas.
Acho que, se conseguirmos nos despir um pouquinho de nossos preconceitos, aparecerá um MJ que nos diz respeito, enquanto gente interessada/preocupada em discutir o tema da "humanização"…
E exatamente porque ele colocou em cheque, o tempo todo, a forma "HOMEM" e os limites mesquinhos em que pretendemos enclausurar a "boa humanidade". Exatamente porque ele, como todo grande artista, pôs em cheque os limites da nossa (in)tolerância e (in)capacidade de lidar, verdadeiramente, com a diferença…
Por isso, despertou tantas reações iracundas durante toda sua carreira…
Morre MJ, ressucitam-se os velhos preconceitos!
Reacende-me a lembrança de um artigo do Arnaldo Antunes de 1992, por ocasião do lançamento do disco Dangerous, quando, mais um vez, os defensores da "boa humanidade" destilaram o seu ódio pela "clareza" de MJ. O artigo chama-se "Riquezas são diferenças" e algumas passagens caem como uma luva neste debate, dezessete anos depois…
(os destaques são meus)
Brancos sempre puderam parecer mulatos, bronzear-se ao sol ou em lâmpadas específicas para esse fim, fazer permanente para endurecer os cabelos. Tudo isso visto com naturalidade e simpatia. Tatuagem, que é uma técnica predominantemente usada por brancos, pode. Até mesmo aquela caricatura do Al Johnson era vista com graça. Agora, o negro Michael Jackson entregar seu corpo à transcendência da barreira racial desperta revolta, reações de protesto e aversão.
O espaço da ficção é permissivo. Todo mundo acha bacana Raul Seixas haver cantado "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante", ou haver existido uma banda chamada "Mutantes". Há um consenso na aceitação da promiscuidade racial de Macunaíma, como traço característico de nossa identidade antropológica. Agora, quando adentramos o campo da vida real as máscaras moralistas, racistas, preservacionistas da estagnação se mostram, contra a liberdade individual de se fazer o que quiser da própria pele.
É que Michael Jackson é um Macunaíma ao avesso. Se o anti-herói de Mário de Andrade faz de si a parábola da gênese das diferenças raciais no espaço ficcional, Michael Jackson representa, em carne e osso, a abolição dessas fronteiras. Mas parece que, mais de cem anos depois, o Brasil ainda não está preparado para aceitar a Abolição.
Os negros que estão condenando a mutação de Michael Jackson, insinuando ser ela fruto de inveja de uma suposta condição dos brancos, acabam na verdade chegando a um veredito semelhante ao do racismo branco que diz: "Como esse negro se atreve a usar a minha cor em sua pele?"
Michael Jackson continua cantando com o mesmo swing de quando tinha a pele preta, e dançando cada vez mais lindamente aquela dança que influenciou milhares de negros no mundo inteiro. Ele ostenta a pele clara como quem diz "eu posso". E canta: "I’m not going to spend my life being a color". E faz de seu corpo a prova de que a questão racial vai muito além da cor da pele.
O corpo é para usar. O corpo é para ser usado. Michael Jackson está colocando seu corpo a serviço de um tempo em que a pessoa valha antes das raças, e o planeta antes das nações. Não se trata de extinguir as diferenças, mas de fundar radicalmente a possibilidade de trânsito entre elas. A miscigenação que se fez aqui (nesse país onde todos somos um pouco mulatos ou mamelucos), diacronicamente, durante séculos, faz-se sincronicamente nele.
Michael Jackson é preto e é branco. Não fala em nome de uma raça ou casta, mas encarna em si a diferença. Não é mais americano porque é do mundo todo ("Protection/for gangs, clubs,/ and nations/ causing grief in/ human relations/ It’s a turf war/ On a global scale/ I’d rather hear both sides/ of the tale", canta em Black or White). O incômodo está justamente nesse exercício de liberdade. Ele não precisa explicar nada. As respostas estão todas na sua cara. Ou naquelas caras tão diferentes se transformando umas nas outras, no clip de Black or White.
Esta obra-prima do videoclip e, em especial, a transformação de caras a que Arnaldo Antunes faz referência, nunca mais abandonou meu imaginário, como um manifesto sem palavras pela "humanização" que me faz sentido…
E o bailarino-poeta compôs…
"…Eu me torno as estrelas e a lua.
Eu me torno o amante e o amado.
Eu me torno o vencedor e o vencido.
Eu me torno o senhor e o escravo.
Eu me torno o cantor e a canção.
Eu me torno o conhecedor e o conhecido…
Eu continuo dançando… e dançando… e dançando, até que haja apenas… a dança"
(Michael Jackson, em The Dance)
Apesar de achar que as contribuições do Erasmo nesta Rede (às vezes, tão pertubadoras quanto a personagem MJ) são extremamente valiosas, neste caso, quando o assunto é o "Jacko", eu prefiro me deter na sua vida e não na sua morte…
É claro, que se pode argumentar que este é apenas o "meu" MJ. E que há muitos outros e cada um vê o que quer. Mas, enfim, cada um tem o MJ que merece…
Abraços,
Ricardo
PS: Luciana e Ademarina, adorei o MJ de vocês! Beijos!
Por Erasmo Ruiz
Caro Ricardo!
Seu comentário foi tão bom que deveria ser um post a parte. Capta um Jacko quase poético e realiza mesmo uma arqueologia do que seria o preconceito com relação ao cantor, sinalizando o que parece constranger as pessoas etc etc. Neste sentido creio que está correto mesmo. Na medida em que "implicamos" com a cor da pele, com o formato do nariz, seu os cabelos ficaram mais lisos, se rotulamos alguém por querer mudar características étnicas…estamos mais ou menos sinalizando formas sutis de preconceito.
Eu mesmo posso ter feito isso ao falar sobre as "bizarrices" e, como qualquer pessoa preconceituosa posso racionalizar meu preconceito.
Como você bem disse, não se trata de gostar ou não de Michael, embora eu adore o Michael da virada dos 70 para os 80 e tenha velhos vinis dele guardados aqui em casa e, como qualquer internauta, já baixei meus MP3. Como a música do Queen, MIchael me faz voltar a adolescência. O problema central da sua análise, ao meu ver, é se esquecer que, como qualquer ídolo, Michael é fonte de identificação para quem o "consome.
Tudo bem, isso pode ser rotulado até como um falso problema (não é para mim). A questão é que vejo Michael trambém como um espelho pois ele é um simulacro do seu tempo. Maravilhoso dizer que um indivíduo possa se transformar e colocar em xeque os limites do humano. O problema é isso ser alçado como um valor em um tempo que provoca a corpolatria, a deificação da cirurgia plástica como forma definitiva de psicoterapia (resolverei todos os meus problemas se operar meu nariz), a afirmação de que o humano mse afirma como consumidor e como a casca das aparências, de que envelhecer é feio e doentio!
Ai, ao meu ver toda a poesia acaba. Que mundo é esse cuja família se cala sobre o abuso sexual do filho a troco de 30 milhões de dólares? E o sistema judiciário e a tal "normalidade institucional" sanciona o acordo? Pode se abstrair do ídolo as suspeitas de pedofilia? Seria possóvel abstrair da poesia da mudança a dependência crônica de drogas lícitas como lenitivo da dor?
Não se trata de produzir a exclusão de qualquer ser humamo por conta disso mas se trata de perceber que essas coisas devem ser pensadas. Não tenho nenhuma restrição de levar a pecha de preconceituoso e de lidar com ela pois creio que os relativismos possuem limites, seja com meu vizinho, comigo ou com Michael Jackson. Até onde caminharia nosso relativismo? O meu vai na seguinte direção: pouco me importa se Michael clareia a pele (Milhões de pessoas tentam enegrecer a pele com bronzeadores e ninguém se importa com isso). Pouco me importa se Michael faça cirurgias para mudar seu rosto (miulhares de pessoas fazem isso e ninguém se importa com isso). Agora, fico incomodado com o espaço ocupado pelas celebridades na medida em que elas são esteio da sociedade de consumo e são deliberadamente utiliizadas para mudança de comportamento e, a depender do que elas "ingenuamente" nos "aconselham" na publicidade (formal ou informa), se transformam em problemas étifcos, morais e de saúde pública.
Não há neutralidade alguma nas posturas de Michael ou nde qualquer pessoa. Ele não é um quadro de Miro para ser admirado passivamente num museu. Seu estilo de vida e comportamento atingem as pessoas. Neste sentido é legítima qualquer crítica e cabe a cada um de nós identificar o que nelas é preconceito ou não. Meu limite esbarra no discursinho de autovitimização recorrentemente utilizado por ele e na questão da pedofilia, nos usos abusivos da imagem, na engenharia social que existe por de trás da mercantilziação das imagens e da estética que molda sim ações e comportamentos numa sociedade que se diz cada vez mais libertária.
Cada um tem o Jacko que merece. O meu talvez tennha ranços e pitadas de preconceito mas não se reduz ao indivíduo Jacko, posto que nenhum individualidade pode ser restrita a ela mesma, ainda mais no caso das celebridades. Ótimo que a gente possa questionar nossos preconceitos mas fico me perguntando quais são os limites do que a gente poderia chamar de relativismo?
Abraços do ERASMO
Querido Erasmo,
Ao ler as tuas ponderações sobre a vida do Michael, depois do que nos trouxe o Ricardo, lembrei do Simonal, do Wagner, do Balzac. Parece que todos eles tiveram vidas nefastas, mas a obra…"O autor não vale a obra", diz Dalton Trevisan.
Será que isto é uma simplificação?
beijos
Por Erasmo Ruiz
Talvez seja fato Maria Luiza! Quanto mais o artista se afasta da sua contemporaneidade, mais esqueceremos das suas indiscrições. Volata e meia alguém escreve uma biografia lembrando da história de Marx ter engravidado a governanta e trer deixado a bomba estourar no colo do Engels…e dai? O que fica hoje ém a força de um pensamento que tnaos insistem em dizer que morrer mas que, feito o espectro do "Manifesto Comunista", continua assombrando corações e mentes. E, desafortunadamente, se somos autores de nossas vidas, a máxima valerá para cada um de nós, nãop apenas para a arte.
Bj do ERASMO
HUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!
Nossa, beleza de comentário do meu espinosano favorito!!!
Nem homem, nem mulher, nem negro, nem branco, nem criança, nem adulto, tudo nele parecia ser outra coisa
Não uma síntese dessas dualidades, mas puro devir.
Fora que eu era MACACA de auditório dele!!!
bjs da Iza.
Ricardo
eu só acrescentaria a delicada observação do Gilberto Gil
De Bob Dylan a Bob Marley – um samba-provocação
Gilberto Gil
Composição: Gilberto GIl
Quando Bob Dylan se tornou cristão
Fez um disco de reggae por compensação
Abandonava o povo de Israel
E a ele retornava pela contramão
Quando os povos d’África chegaram aqui
Não tinham liberdade de religião
Adotaram Senhor do Bonfim:
Tanto resistência, quanto rendição
Quando, hoje, alguns preferem condenar
O sincretismo e a miscigenação
Parece que o fazem por ignorar
Os modos caprichosos da paixão
Paixão, que habita o coração da natureza-mãe
E que desloca a história em suas mutações
Que explica o fato da Branca de Neve amar
Não a um, mas a todos os sete anões
Eu cá me ponho a meditar
Pela mania da compreensão
Ainda hoje andei tentando decifrar
Algo que li que estava escrito numa pichação
Que agora eu resolvi cantar
Neste samba em forma de refrão:
"Bob Marley morreu
Porque além de negro era judeu
Michael Jackson ainda resiste
Porque além de branco ficou triste"
Abraço
Gustavo
Gustavo Tenório Cunha
Por Luciane Régio
Hu! Destaco: "Cada um tem o MJ que merece…"
Abraço, Luciane
Por Shirley Monteiro
Pela efervescência deste Post, sua alegria, vivacidade e antagonismos , sinto que o Mito não morreu !!!
A Arte é eterna, e se tem a capacidade de fazer a síntese dos contrários, então …
Shirley Monteiro.
Por Erasmo Ruiz
Talvez seja isso memso Shirley! Em t4ermos poéticos, a arte nunca morre. O que parece morrer são os sentidos que vamos produzindo para ela. Entretanto, ,a semelhança das ondas do mar, mal um sentido morre, vem outro novo ocupar o seu lugar…como se o sorriso da MOna LIsa fosse sempre velho e sempre novo. Não é isso que nos ensinou o mestre Cazuza: "Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades…o tempo não para…". MJ entre definitivamente nas estradas da história, e que história!
Bj do ERASMO
HUUUUUUU!!!!
Ele dizia ser Peter Pan, morava em Never Land …
Como um ator viveu esta fantasia, sendo o que queria ou lutando para ser. Eu o admiro, assim como muitos, sou fã!
Saibamos aceitar o outro como legítimo outro, trabalhar e conviver com as diferenças, buscando o que nos potencializa (espinosa), sem ter que ser ou ter um "padrão" de homogeneidade.
O que nos potencializa?
Adriana
Por Erasmo Ruiz
Em termos poéticos sua fala é linda! O problema é que o Peter Pan ficou fisicamente adulto e as crianças que viviam no seu em torno não eram personagens de um conto de fadas. Assino embaixo da assertiva de que devemos aceitar o outro e a diferença (até porque, o que estaríamosm fazendo na PNH se não aceditássemos nisso?). O problema está posto nos limites dessa assertiva. Eles existiriam? Do meu ponto de vista sim. Eu diria: "Saibamos aceitar o outro como legítimo e conviver com as diferenças que não transgridam determinados limites éticos". Não sendo dessa forma, então vamos naturalizar a pedofilia (p.ex.) ou então assumiremos coisas bárbaras com a rotulação de norma cultural e diferença ( a infibulação de mulheres em determinados países islâmicos p.ex.). Abraços do ERASMO
Erasmo, é isso!!!
Vamos nos potencializar nas diferenças…
Eu vejo o MJ na fantasia, cantando, dançando, brilhando…virando purpurina.
Isso me potencializa!!!
Adriana
Por Erasmo Ruiz
O meu problema Adriana talvez seja pertencer ao lado obscuro da força (rsrsrs) pois vejo aspectos muito negativos na exposição da figura MJ. mas claro, isso não lhe retira em minha subvjetividade também o brilho e a alegria, principalmente do MJ da minha adolescência…que febre!! Que alegria!
Bj do ERASMO
Querido Erasmo,
Muito profundas as reflexões sobre a morte e o morrer que você suscita.
Entro na conversa para pensar de que morte estamos falando, se ao tratar do outro também nos incluimos? Lembrei-me com a morte de MJ o quanto não vemos o que está em nossa volta, às vezes somente nos damos conta quando já se foi. Que possamos refletir sobre o que nos importa e valorizarmos mais a vida.
Bjs
Annatália
Por Erasmo Ruiz
E no caso de MJ, ele está "evidente" o tempo todo…e o tempo todo estamos cegos diante dele, e por consequência, diante de nós mesmos. Bela reflexão, só poderia vir de você.
Bj e carinho do ERASMO
Por Ana Rita Trajano
Pessoas queridas!! Viva a Vida!! Fica a imagem de Michael Jackson no meio do povo brasileiro, nas favelas, no Pelourinho, com Olodum…muita música, dança, alegria, e também tristezas… tudo isto é vida!! o artista ultrapassando fronteiras, indo além de seu tempo… exageros da mídia, invasões de uma vida que viveu intensamente.. a Arte, a Vida… fico emocionada ao entrar nesta Roda de Reflexões, em que buscamos como profissioanis da saúde compreender o outro, radicalmente outro, acolhendo a diferença, os sujeitos, os conflitos, os movimentos, as redes.. "em defesa da vida!"
abraços,
Ana Rita
Que linda roda nesse post! Cada comentário conduz a algo que inquieta, alegra, faz pensar; provoca um movimento contrário às notícias repetitivas veiculadas pela mídia que vira e revira a vida do "ídolo" ao avesso.
Penso nos tantos Michael Jacksons que já atendi no SUS. Sério! Vários em diversos lugares por onde andei têm o seu nome!
Penso nele quando criança, no sorriso puro, na voz entoadíssima e bela, no carisma, nas brincadeiras de infância e na liberdade que, provavelmente, não teve.
Por Erasmo Ruiz
Que bela métáfora!! Eu também já tive a oportunidade de encontrar vários MJs em minha vida. Pessoas com tantos sonhos. Outros tantos eram "Peter Pan" ao contrário, com a infância sendo assassinada na mais tenra idade pelo trabalho, pela ausência de políticas educacionais. E outros tantos se somam. Nosso papel talvez seja alimentar os sonhos com os pés no chão como nos ensinava o velho Lenin. No momento em que o que se convencionou chamar de "esquerda" presta apoio a pessoas como Sarney no Senado, há que se repensar todas as estratégias. Uma das saídas você nos mostra todo dia nesse trabalho lindo e diligente que fazes em Natal pois: "todo artista tem de ir aonde o povo está!"
Bj no coração
ERASMO
Bj no coração
ERASMO
Por Luciane Régio
Esta é uma frase que foi escrita por meu primo em seu caderno, não sabemos quanto tempo antes dele falecer aos 18 anos…
Em tempos de lyrics/letras, preocupa-me mais o que estamos produzindo com canções do tipo "Cala a boca e me beija" ou "Você não vale nada mas eu gosto de você", exibidas em horários nobres no Brasil. Pasmem, em Português! Ou seja, todos somos obrigados a entender!
Comparando-se a isso, lyrics/letras de MJ me soa muito bem.
Em relação a liberdade-ética… bem, qtos pedófilos estão escondidos afinal? Nos recônditos de suas mentes, na internet, nos vizinhos, no pai…cruel esta realidade. Mas os holofotes parecem ignorá-los, pena que isso não os inviabilizem… é mais fácil lembrar MJ!
Voltando a qualidade de letras de músicas brasileiras como as que cito acima… pode ser um atentado à saúde pública? Exercer seu direito de liberdade… senão é censura… onde está o argumento ético neste caso? Será que aqui podemos dizer que cada um tem a mulher/homem que merece? E os frutos dessas relações? Estão aprendendo o quê?
Vejamos nisso, material de trabalho, um dos desafios do SUS que dá certo, para o que nos interessa! Que saúde mental, física é esta que estamos formatando ou sendo coniventes no Brasil? Ou isso não é uma forma de violência?
Abraço,
Luciane
Por Erasmo Ruiz
Muito boa a sua contribuição. Tanto se falou até agora de MJ mas nada havia sido dito sobre a qualidade de certa música tocada em nossas rádios e nisso concordo contigo. Só completaria dizendo que as pessoas curtirem músicas sem entender a letra pode ser também um sintoma negativo (em entrar no mérito das letras de MJ que conheço todas da primeira fase e as acho boas por sinal), fruto da forma como a indústria cultiural vai impondo valorações estéticas.
Quanto a pedorfilia, a diferença fundamental de tantos que se escondem nos computadores ou dos nossos vizinhos com relação a MJ é que osm primeiros não são celebridades, não associam suas imagens a produtos publicitários não participam do processo de ditar normas e/ou valores de forma ampla a partir das mídias de massa. Neste sentido, não se pode ser conivente com vizinhos, internautas ocultos ou MJ. A facilidade que temos de falar ou apontar MJ reside justamente no fato de sua superexposição (em parte delineada por ele mesmo em intensa campanha de marketing que sempre tem por objetivo o ganho financeiro).
Existe um filme muito bom chamado "Francis" estrelado por Jessica Lange (a loirinha da versão de King Kong de 1976). Baseado em acontecimento real, o filme fala sobre a história de uma atriz que acaba sendo compulsoriamente internada pela própria mãe por esta achar "loucura" o fato da filha querer abandonar a carreira de estrela cinematográfica. Quando estamos lidando com a saúde mental estamos sempre lidando com normas e valores do instituído. Infelizmente, a maioria dos profiassionais de saúde tem um papel acrítico frente a forma como instituído se institui. Se o fime fala sobre o arbítrio escancarado, a outra face também é verdadeira quando pensamos no que se institui de forma lenta e sorrateira.
Assim, do meu ponto de vista, na medida em que celebridades apostam no jogo da superexposição, são co-responsáveis pela forma como suas condutas e comportamentos são utilizadas como fonte de identificação por todo mundo. Apontar o dedo para MJ também é dizer ao meu vizinho que não se apoie no exemplo daqueles que são queridinhos por serem celebridades e que se acocoram no seu poder financeiro para escapar a punição por atos hediondos
Abraço do ERASMO
Por Cláudia Matthes
Luciana, quanta riqueza nas tuas colocações e eu fico pensando quanto pão dormido…quanto potencial abafado nessas distâncias do Brasil. A morte MJ nos desperta, desperta para a gente continuar alargando horizontes e encontrando pessoas com histórias tão especiais como você.
Amei suas colocações pontuais, imprevisíveis de uma São Sepé tão pouco assinalada no mapa…cartagrofamos novamente e assinalamos todos os movimentos que vc colocou na rede e ainda mais na potência com que vc impondo a rede!
Sua presença….é deliciosa…nossa cajuina do rs!
Um grande beijo no coração e na alma….
Cláudia-peju
Por Luciane Régio
Cláudiahhhlegria!
Assim são nossos encontros na RHS… assim te chamo! Também fico feliz em dividir, compactuar, trocar contigo e com os demais comp@nheiros desta rede! Encontros que nos potencializam, vamos fazendo os links necessários, pensando que mundo é este que vivemos? Senão produzido por nós-coletivo? E, vou parodiar novamente frase de Ricardo (neste mesmo post)… "Cada um tem o mundo que merece"?
Bjo, Luciane
Por Erasmo Ruiz
É maravilhoso ter a companhia de vocês aqui na rede. Só lamento que não seja ao vivo e a cores, de preferência n uma boa mesa "in vino veritas".
Bj do ERASMO
Por Luciane Régio
Puxa, Erasmo, já pensou? Superego de folga? Se muitas verdades foram feitas para não serem proferidas, estaríamos em perigo! Contudo, em boa companhia … vamos assim, planejando, o Brasil nem é tão grande assim, além disso, para mim é só uma questão de geografia e física mesmo, já estamos juntos nessa!
Luciane
Por Ademarina
Erasmo,Ricardo,Gustavo e tantos outros…
Quero ser igual a vcs quando crescer,com essa eloquencia e poder de verbalizar o que muitas vezes essa "mortal" não consegue expressar.
Nossa roda de conversa tem tocado meu coração,tenho acompanhado os comentários e me dou conta de que nem é tão ruim falar de morte.O MJ deu a potência que precisavamos p/ abordar esse "tabu" ,viu Erasmo?
É hora de inaugurarmos uma nova fase nessa rede de alargarmos a discussão em torno dessa realidade presente no nosso cotidiano de trabalho.Que tal uma webconferência por exemplo?Já vimos q tem munição…
Abs,
Adê.
P.S- Ricardo,grata pelo recadinho sobre meu post.Um elogio vindo de vc,é um prêmio.Bj
Por Erasmo Ruiz
Grande idéia Ademarina!! A gente poderia fazer isso sim, uma grande webconferencia tendo o "Acolhimento da morte nos serviços de saúde" como tema. Acho que seria fascinante. E não só esse tema mas outrqas coisas que permanecem comom "tabus" na saúde: sexualdiade e trabalho, a questão da erotização dos corpos, problemas relacionados a privacidade dos usuários, iatrogenia e por ai vai. Que tal a gente esquentar esse debate?
Bj do ERASMO
Erasmo, quanto é feliz seu comentário, quantos viveram esta adolecencia, pensando na musica nos passos de dança, e quantos adolescentes hoje não tem um idolo a seguir ou imitar.
Quantos no mundo dariam tudo para ter a coragem da Jacson, quando não satisfeito mudava, quantos percorrem outros caminhos por não terem coragem de mudar, de gritar e dizerem o que querem o que gostão, acredito que mesmo tendo dinheiro ele foi infeliz ,as pessoas são hipócritas, hoje dizer o que se pensa, é ser polemico, incomoda e depende onde vc está inserido isto pesa, e as pessoas acabam falando, pensando e vivendo como os outros querem entram no sistema ou ele os exclui.
Parabens por seus artigos, e Ricardo devias ter feito um post, esta muito bom seu comentário.
Erasmo , acho que tens que continuar sim falando de morte na rede eu te admiro mesmo sem te conhecer pessoalmente.
Por Erasmo Ruiz
Fico muito grato pelo seu incentivo Sônia. Tenho consciência de que o tema da morte incomoda e é por incomodar mesmo que se torna necessário falar mais e mais dele. Vamos trocando idéias!
Abração do ERASMO
Por Erasmo Ruiz
Obrigado pelo apoio e o carinho das suas palavras. É isso mesmo, você compreendeu que desejamos. Continue trabalhando o tema e sendo sensível às pessoas que expressam necessidades oriundas dele. Qualquer coisa que você precisasar, estamos por aqui!
Bj do ERASMO
Por carinebenedet
Desculpe-me, mas é indignante e até mesmo revoltante que venha postar na RHS, um comentário sobre "mitos" também morrem!!! Até ai concordo…morrem sim…
Mas venerar Jacson???…é inacreditável, um homem que não aceitava sua raça, negava-se em ser negro, utilizava-se da imagem de "adorar" crianças para artimanhas pedófilas, e dando o exemplo aos fãs…o GRANDE mito vem a óbito provavelmente por overdose!!!!
Te pergunto??? Venerar uma pessoa dessas?? Que renegou suas origens, com mentiras e "desculpas" de doenças por não aceitar sua raça..que cometeu "crimes" contra menores, e utilizava drogas???
Nós trabalhadores de saúde. podemos aceitar isso?????
No meu conceito não…obviamente não!!! Devemos trazer a vida, a dignidade, respeitar o outro com suas diferenças de raça, sexo… proteger nossas crianças…evitar o consumo de drogas…PREVENIR…trazer ou pelo menos "tentar" promover qualidade de vida saudavél aos nossos usuários, colegas, filhos e afins.
E não ficarmos penalizados com mortes de pessoas que não trouxeram exemplos de dignidade para o mundo…a não ser ‘passinhos" e coreografias…
Acredito que com certeza devemos "aprender" a "lidar" com a morte. Li tuas postasgens anteriores, que por sinal, me desculpo novamentge achei extremamente deprimentes…mas cada um com suas opiniões e conceitos.
Desculpe-me a sinceridade.
Carine Benedet