PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO GRUPO ESTRUTURADO DE IDOSOS DA UBS DE POTENGI, NATAL – RN
A promoção da saúde é um componente fundamental dos projetos terapêuticos, tanto em âmbito individual quanto coletivo, que implica, necessariamente, propiciar ao sujeito autonomia para escolha de modos de viver mais saudáveis com relação à alimentação, atividade física, entre outras tantas escolhas. O trabalho em grupos possibilita a ampliação do vínculo entre equipe e pessoa idosa, sendo um espaço complementar da consulta individual, de troca de informações, de oferecimento de orientação e de educação em saúde. Destaca-se o papel fundamental da socialização obtida em qualquer trabalho em grupo, o que por si só, pode representar novas perspectivas para a pessoa idosa (dependendo de sua situação familiar e comunitária), além de maior aceitação na sociedade.
Dessa forma, o grupo estruturado é um excelente espaço para a promoção da saúde em âmbito coletivo e ações educativas, as quais são ações de apoio matricial em alimentação e nutrição, que devem ser desenvolvidas na Atenção Primária à Saúde pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Diante disso, objetivamos no presente trabalho relatar a experiência de apoio ao grupo estruturado de idosos da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Potengi, Natal – RN, quanto à promoção da alimentação saudável.
Foram realizadas ações de avaliação nutricional e de educação alimentar com o grupo estruturado de idosos da UBS de Potengi no período de Agosto à Novembro de 2013, juntamente com o apoio da equipe do NASF Norte II. Ainda, contamos com a participação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que atuam na UBS. A intervenção teve como objetivo avaliar o perfil nutricional do grupo e promover atividades de promoção à alimentação saudável para a melhoria da qualidade de vida da população.
Observamos que mais da metade das pessoas avaliadas apresentam hipertensão (51%), estão acima do peso (63%) e com risco muito elevado de desenvolverem doenças cardiovasculares de acordo com a circunferência abdominal (68%). Ainda, 11% apresentam diabetes e 29% estavam com a pressão elevada no momento da aferição. Esses resultados mostram que há a necessidade de desenvolver atividades de educação nutricional com o grupo, para que os participantes ampliem seus conhecimentos sobre alimentação e façam, consequentemente, melhores escolhas alimentares, tratando e/ou prevenindo as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Já durante as atividades com o grupo abordamos os seguintes temas: apresentação dos resultados da avaliação nutricional e atividade interativa sobre cuidados no preparo de alimentos; alimentação e atividade física; avaliação dos lanches realizados pelo grupo e sugestões de opções saudáveis; degustação de receitas funcionais; e saúde intestinal. Foram utilizados recursos audiovisuais, apresentações em power point e folders. Todas as atividades foram supervisionadas pela nutricionista do NASF.
As ações estruturantes de Educação Alimentar e Nutricional desempenham uma função estratégica para a promoção da segurança alimentar e nutricional em todas as suas dimensões, passando desde a produção até o consumo dos alimentos, considerando aspectos éticos, culturais, socioeconômicos e regionais, entre outros, na promoção de hábitos alimentares adequados e saudáveis.
Assim, as atividades foram realizadas com sucesso, o grupo demonstrou conhecimentos sobre os itens propostos, foram participativos e tiraram inúmeras dúvidas, o que foi bastante gratificante. Durante a participação dos encontros do grupo, foi possível perceber o interesse e a necessidades dos idosos de conhecer e tirar dúvidas sobre alimentação. Assim, houve uma excelente receptividade e participação nas atividades realizadas. Fato que enriqueceu as atividades e o aprendizado de todos os envolvidos. No decorrer da intervenção ficou evidente que houve o aprendizado e a aplicação dos conhecimentos compartilhados.
Quanto às diretrizes das práticas de humanização da atenção e gestão no SUS, através da intervenção foi ampliado o diálogo entre os profissionais, entre profissionais e população, entre profissionais e administração, promovendo a gestão participativa. Ainda, reforçou-se o conceito de clínica ampliada, que envolve o compromisso com o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e corresponsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde. E adequou-se os serviços ao ambiente e à cultura local, respeitando a privacidade e promovendo a ambiência acolhedora e confortável.
Dessa forma, percebemos a importância do trabalho em equipe, envolvendo profissionais de diferentes áreas, para o atendimento da população do território de abrangência da UBS de Potengi. A educação continuada como apoio multiprofissional em grupos estruturados tem, sem dúvida, potencial para melhorar o acesso e a qualidade no SUS.