Minha linha do tempo – tarefa do Curso
1957 – nasci em Maceió – Alagoas, mais precisamente no dia 08 de março, na Casa de minha avó paterna na Rua Tibúrcio Valeriano, Centro (antigo Beco São José), fruto do amor de um jovem casal feliz. O Presidente do Brasil naquela época era Juscelino Kubitschek.
1967 – eu já contava com 10 anos, tinha acabado de fazer a 4ª série primária, tinha estudado nos seguintes locais: Jardim Infantil Ismar de Góes Monteiro, depois no Grupo Escolar D. Pedro II na Praça Deodoro, no Educandário Eunice Weaver em Mangabeiras e no Grupo Escolar Professor Agnelo Barbosa na Praça do Bomfim.
1977 – Estava terminando o 3º ano científico no Colégio Estadual de Alagoas em sua nova sede no Farol. Nessa época já tinha iniciado minhas atividades profissionais, já tinha sido professora do antigo MOBRAL para os trabalhadores da Companhia de Abastecimento de Água de Alagoas – CASAL e estava como telefonista na Telecomunicações de Alagoas – TELASA.
1987 – Já tinha terminado dois cursos superiores (Serviço Social e Psicologia), já tinha casado com o amor da minha vida e já tinha produzido dois FILHOS lindos e maravilhosos. Estava trabalhando na Secretaria de Estado da Educação e dos Desportes e na Universidade Federal de Alagoas no recente Núcleo Temático Mulher e Cidadania NTMC/UFAL criado, por mulheres que estavam refletindo sua condição de opressão. Naquela época conheci as ideias de Michel Foucault, através da professora do Curso de Direito da UFAL que tinha acabado de chegar da França onde foi sua aluna. Nesse período de 1984 a 1987, participamos de alguns grupos de conscientização, pois precisaríamos mudar o mundo, mudar a forma que foi socialmente construída e assim, fomos para as ruas com as Diretas Já, juntávamos mulheres das periferias para clamar por direitos e acordar os dirigentes e já havíamos participado das discussões para a realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, mesmo sem trabalhar na Saúde.
1997 – No ano de 1988, com a nova Constituição Federal, passei no concurso público para a área da SAÚDE e fui chamada em 1992. Pedi demissão da Secretaria da Educação e fui trabalhar como Supervisora na VII Região de Saúde composta por 14 municípios (de Paripueira à Maragogi, além de Flexeiras, Jacuípe, Jundiá e Campestre) no litoral norte de Alagoas. Naquela época o meu trabalho era organizar os municípios para a descentralização da Saúde, mesmo que oficialmente, o governo não quisesse aceitar a municipalização. Assim, passei a estudar toda legislação do SUS, suas Leis, Portarias e Normas passando a divulga-las; trabalhando principalmente com outras colegas assistentes sociais, no nosso tão sonhado controle social, perpassando as ideias de Paulo Freire. Além do mais tive o privilégio de participar do último Curso descentralizado de Saúde Pública promovido em conjunto pela ENSP/FIOCRUZ, UFAL, SESAU e FNS em 1994. Em 1996 participei da Comissão da Conferencia Estadual de Saúde (III COESA), mobilizando os municípios para sua realização. Foram muitos embates, mesmo assim, participei como delegada eleita, representante de Alagoas na 10ª CNS em 1996. Na SESAU fiz parte do Núcleo de Cooperação Técnica aos Municípios para a Municipalização da Saúde e concomitantemente, fazíamos assessoria a Secretaria Técnica da Comissão Intergestores Bipartite – ST/CIB-AL. Em 1997, participei da elaboração do Manual de Apoio à Municipalização da Saúde com a readequação a NOB/SUS/96 e em 1998 participei junto a dois outros colegas da elaboração do livro Como organizar o sistema municipal de saúde utilizando a Estratégia Saúde da Família, contendo as orientações básicas. No período de 2002 a 2006 participei de vários cursinhos ensinando a legislação do SUS, para os Concursos Públicos que agora solicitavam o conhecimento do SUS e nesse período fiz uma “apostila” sobre Questões mais frequentes sobre o SUS, a qual bateu todos os recordes na internet.
2007 – De 2000 até 2008, trabalhei também no município de Olivença, um pequeno município no sertão de Alagoas, com uma população de 10 mil habitantes e nossa maior vitória foi à redução da mortalidade infantil, mostrando que a VIDA é a nossa primeira opção e conseguimos, pois saímos de um patamar de 20 mortes por 1.000 Nascidos Vivos em 2000 para 5 a cada 1.000 Nascidos Vivos em 2008. Nesse período de 2004 a 2008 fiz alguns cursos, como Terapia Comunitária Integrativa Sistêmica e passamos a fazer Rodas de Terapias com os trabalhadores da saúde, como uma forma preventiva de adoecer. Apresentando nos Congressos de Gestalt Terapia a experiência através da Promoção da Saúde, cujo título foi a Transformação pelo Encontro. Em 2009 assumi a coordenação da Atenção Básica de Saúde no município de Porto de Pedras, também com uma população de 10 mil habitantes, ficando até 2012. E nesse ano iniciei o Doutorado em Psicologia na Universidad Del Salvador em Buenos Aires, cujo trabalho de pesquisa se baseia na produção de sentido sobre o “Acolhimento” e em 2013 iniciei o Curso de Apoiadores da PNH; além de tudo, participo da Secretaria Técnica da Comissão Intergestores Bipartite – ST/CIB e assessoro o NASF no município de Pão de Açúcar.
Por Sabrina Ferigato
Oi Theny, obrigada por compartilhar conosco seu itinerário… uma trajetória de construção de redes, de acolhimento e vida… vemos na sua trajetória tb o movimento dos seus coletivos, da sua cidade….
Parabéns pela história de um vida dedicada à qualificação da saúde e educação do nosso país!
abraços
Sabrina